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í)iário das Sessões do Senado

d3 tiro ao alvo, e onde os civis concorrem atirando com armas de guerra!

Protesto. Eu não tenho coragem de fazer uma alteração, não tenho possibilidade de a fazer, nem peço ao Sr. Ministro nem ao Sr. relator porque podiam responder-me que não há dinheiro, e eu calo--me sempre- que me dão essa resposta. Agora, o que eu penso é que mais 12 ou 15 contos que fossem não alteravam o equilíbrio orçamental, e os resultados seriam muito diferentes.

Estes problemas são de urgente resolução, porque estão intimamente ligados com a necessidade da defesa do próprio território nacional.

V. Ex.a pode ter. um exército muito aguerrido, valente, porque o é estruturalmente, ter «ralé» —o termo é próprio e expressivo—, energia, vida.

E a verdade é que eu, andando pelas juntas de inspecção, nunca encontrei um soldado capaz de me agradar. Nos que regressaram das campanhas de França e de África a maior razia foi feita pela tuberculose em vista das suas más condições físicas.

A questão é, como diz o Sr. Ferreira de Simas, começar desde o início, pelas materuidades e uma assistência cuidada através da vida do indivíduo. Doutro modo, vivemos apenas de tradição, e quando amanhã entrarmos numa luta, falo hemos com entusiasmo, mas em breve tempo por falta de resistência física iremos abaixo.

O orador não reviu.

O Sr. Mendes dos Reis (relator): — Mais uma vez o Sr. José Pontes mostrou o seu entusiasmo pela educação física.

Estou de acordo com S. Ex.a de um modo geral; mas não quando parece fazer ver que a solução do assunto pertence ao Ministério da Guerra.

O Sr. José Pontes: — Não, senhor. O que eu desejava era que os Ministros da Guerra mandassem dizer aos Ministros da Instrução que tratassem de fazer gente válida.

O Orador:—Assim queria S. Ex.a que o Ministro da Guerra, ao tomar posse" da sua pasta, fizesse uma proposta ao Sr. Ministro da Instrução pedindo que este tratasse da educação física.

Isso não servia para nada. Não é assunto que pertença ao Sr. Ministro da Instrução, ou ao dii Guerra.

Pertence aos legisladores, tomando as .LDedidas necessárias para o desenvolvimento da educação física.

Entretanto, apesar de não pertencer exclusivamente ao Ministério da Guerra a solução do problema, eu se não me arreceasse de fatigar a Câmara leria o que existe no orçamento concedendo estas pensões a várias sociedades prestimosas de desenvolvimento físico.

Disse S. Ex.a que o Sr. Álvaro de Castro tinha apresentado números que causaram sensação.

Não assistiu S. Ex.a ontem às considerações que eu fiz.

Assim eu disse que, nas juntas de inspecção, em exames feitos com cuidado mas sem demasiados rigores, a percentagem dos soldados incapazes ó de 50 por cento. Tenho aqui documentos que o comprovam.

A percentagem dos oficiais subalternos incapazes de satisfazer fisicamente as condições que não são muito exigentes para bem desempenharem as funções do seu posto, é de 60 por cento. E não são provas difíceis a que se sujeitam: saltar uma vala de 2 metros de largura, saltar uma sebe de l metro de altura, etc., são provas físicas elementares. Passa de 60 por cento a percentagem dos sargentos incapazes de desempenhar a sua missão.

O que é necessário é a organização do uma escola de .educação física onde se habilitem instrutores e monitores com orientação e método que depois, espalhados pelo País, desenvolvam os princípios de educação física.

Ainda há pouco o Comité Olímpico Internacional assistiu a umas provas de gim-nústica muito interessantes no campo entrincheirado de Lisboa, o que mostrou que nos estabelecimentos militares se trata da educação física com amor.

O que é preciso, pois, é unidade na orientação.

Tenho dito.