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í)tárío âas Sessões do Penado

sãs, visto que a instrução militar prepa-r.atória também faz parte do ensino da educação física. Na verdade, o exército pode ser também uma escola de regeneração da raça e contribuir para .melhorar adolescentes que da escola saem em estado de miséria física; de maneira que me parece que este assunto deve merecer ser ponderado por S. Ex.a o Sr. Ministro da Guerra, que tem um grande amor pelas instituições militares e ao qual não deixará certamente de olhar com a atenção que ele merece, empregando os seus melhores esforços no sentido de que a instrução militar preparatória tenha o seu desenvolvimento preciso, e atenda á educação física para melhorar a sua constituição e torná-los, pelas medidas do higiene, robustos quanto possível.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Guerra (José Mas-carenhas):— Sr. Presidente: pedi a palavra para responder às considerações feitas pelo ilustre Senador Sr. Ferreira de Simas, porque elas têm verdadeiro cabimento.

As causas determinantes da falta ou redução no apuramento para o serviço militar são efectivamente aquelas que S. Ex.a apontou.

Está provado, porque as estatísticas o demonstram, que os indivíduos que atingem a idade logal de recrutamento constituem uni cent simo da população, e que desses indivíduos, submetidos à junta de recrutamento, 50 por cento devem ser apurados e os restantes adiados, ou. re-fratários.

Países onde a educação física merece a devida atenção a percentagem de apuramento é elevadíssima, como sucedeu na Alemanha, onde essa percentagem atingiu 67 por cento.

Países onde é descurada a educação física a percentagem desce a 45 ou 48 por cento,

A França, porque a percentagem atingiu 51 por cento, alarmou-se com o fc.cto, julgando-o um grande; mal.

No nosso País muitas causas concorrem para isso. Primeiro, a nenhuma educação física que as crianças recebem ; segundo, a falta de higiene nos lares, e lerceiro, o alcoolismo e a sífilis. Além

destas, outras causas há de degeneres-côncia, como seja o pouco cuidado que nas fábricas se liga às crianças, apesar de todas as leis de protecção a menores.

Há ainda duas causas determinantes da elevação desta percentagem: uma delas é o favoritismo que há nas juntas de recrutamento, porque, embora S. Ex.a diga que não, nós podemos a esto tacto atribuir, em grande parte, o número de isenções que se verifica. Porque a verdade é que não há empenhos • de que os mancebos se não sirvam para se livrarem da vida militar, e quando não podem obter isso fogem à junta para depois, nos termos da lei, serem inspeccionados no regimento, ou constituem-se refratários e têm o proteccionismo das autoridades, ou das entidades políticas das suas localidades.

Euifini, não há uma forma eficaz de evitar esse caso.

Mas, Sr. Presidente, admirou-se S. Ex.a de que no norte, principalmente em Viana do Castelo, éss.e número seja mais elevado que no sul. Não admira. A característica da nossa raça no norte é uma cousa diferente -do sul; os indivíduos trabalham muito e pretendem enriquecer ou ter, pelo menos, um razoável pecúlio guardado.

A emigração está também muito acentuada nessa região.

Tudo isto e porque os indivíduos, na ânsia de arranjar dinheiro, se alimentam insuficientemente, concorre para que depois os filhos venham tarados, doentes. Nunca podem ser robustos.

Por o atro lado, S. ,Ex.a sabe também como se tratam as crianças no campo, completamente ao abandono e sofrendo privações de toda a espécie.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ferreira de Simas: —Pedi a palavra, Sr. Presidente, para agradecer ao Sr. Ministro da Guerra as explicações que me acaba de dar, das quais se depreende »que S. j£x.a também é partidário da opinião, já por vezes aqui debatida, de que é absolutamente necessário tratar a sério da assistência infantil, cousa que infelizmente não temos.