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que um Membro, ou pelo dom da palavra, ou por outro meio, arraste apos de si a Assembléa, e isto succede justamente quando outros Membros lhe querem responder, o não o podem fazer. Existe, por assim dizer, a corrupção do veneno, e não se admitte o contra veneno: he o que receio possa acontecer neste Congresso, na presente discussão. Estamos juntos ha perto de dous anos, e não temos dicidido a premente questão da propriedade dos disimos: a Commissão appresenta o seu projecto nada mais tem a fazer, e esta matéria fica adiada para quando o Sr. Presidente a queira dar para ordem do dia.
O Sr. Caldeira: - Eu tambem appoio o adiamento, porque acho muito conveniente se decida esta questão por uma vez, e sabermos se os dizimos são temporaes se espirituaes; he preciso que o Congresso declare isto para podermos acabar este, e outros trabalhos que disso dependem.
O Sr. Peixoto: - Nenhuma das rasões que tenho ouvido póde convencer-me da necessidade do adiamento proposto. Um illustre Priopinante fallou da importancia da questão; mas outras muitas questões são menos importantes se tem decidido em uma sessão, uma vez, que como esta, se tenhão dado para ordem do dia, e se achem discutidas. Outro pretende que primeiro se decida um ponto, que lhe pareço preliminar: mas essa não he a materia desta discussão. Outro, como Membro da Commissão, expoz a imperfeição deste projecto, inculcando a sua intenção de reforma-lo mas o que há de propor-se não entrou em discussão: he sim o projecto, que se nos apresentou. E o illustre Priopinante, que me precedeu declarou-se mais; mostrou o receio, que tinha de que agora se tomasse uma resolução contraria á sua opinião: em consequência manifestou, que o adiamento pela sua parte tinha a vista que se observa na táctica destas Assembléa, consistente em desviar a decisão até melhor ensejo, o que he uma rigorosa cavilação. Por tanto, voto contra o adiamento.
O Sr. Barreto Feio: - Eu tambem apoio o adiamento, porque nenhuma matéria se deve dar por discutida , quando ainda haja quem queira falar nella; e como ha muitos Srs. Deputados que ainda não faltarão, e pertendem falar, e eu sou um delles, a matéria não está discutida, e deve ficar adiada.
O Sr. Pessanha: - Também appoio o adiamento, por que me parece que he preciso dicidir uma questão preliminar, isto he se temos; ou não direito se reformar os dizimos; se com efeito não temos o direito de reformar um tributo tão oppressivo; sobre tudo pela sua desigualdade, he em vão que esperaremos o melhoramento da fortuna publica.
O Sr. Girão: - Até me parece que esta discussão he contra o que determina o nosso regulamento, diz que se deve perguntar, quando se propõe o adiamento se ha cinco Membros que o apoiem, he o que se devera ter feito, e escusávamos perder tempo.
O Sr. Borges Carteiro: - Esta matéria, he mui importante; e havendo até agora estado na Commissão da Constituição, a trabalhar grande numero de seus Membros, eu, desejara que não se votasse sem haverem assistido á discussão. No mesmo caso estão outros Membros daqui ausentes. Por tanto voto pelo adiamento.
O Sr. Sarmento: - Parece-me que não devem passar as razões que ai lega o illustre Deputado, de ler elle estado fora, e seus illustres collegas, quando se discutiu esta materia, e recear que se decida precipítademente sem a concurrencia das suas opiniões. Se este modo de pensar fosse exacto, seria um terrivel argumento contra muitas coisas, que se tem decidido já sem ter assistido o illustre Deputado. Voto contra o adiamento.
Propoz o Sr. Presidente o adiamento, e foi approvado.
Pasou-se a discutir o parecer apresentado pela Commissão de instrucção publica, e reduzido a projecto, sobre o remetter-se á bibliotheca nacional em Lisboa um exemplar de todos os impressos. (V. a Sess. De 6 de Maio, t. 6.º, pag. 73).
O Sr. Villela: - O parecer da illustre Commissão sobre o requerimento do bibliotecário vai obrigar igualmente aos impressores do Brazil a darem um exemplar para a biblioteca de Lisboa. Ora na capital do Brazil ha tambem uma livraria publica: e então he de justiça, que os impressores de Portugal sejão obrigados a mandar tambem um exemplar para aquella livraria.
O Sr. Castello Branco: - Eu não tenho duvida alguma em concordar nisso, uma vez que se diga onde existe essa biblioteca no Brazil a que se pode chamar publica.
O Sr, Ferreira Borges: - Creio que ha uma bibliotheca no Rio, e outra na Bahia: voto pela indicação do Sr. Villela , isto he, que troquem os impressos de uma para outra parte. Tanto importa dar dois exemplares, como um, he cousa que não pode fazer falta a um homem que imprime, e vão-se por esta sorte enriquecendo as bibliotecas.
O Sr. Borges Carneiro: - Voto contra a indicação: todos sabem os embaraços que causará a quem escreve, ter de fazer uma remessa e esperar pelo recibo da biblioteca. Se a obra he grande decresce alem disso só a despeza. Termos uma biblioteca, vá para lá um exemplar, e os mais quem os quizer os comprará.
O Sr. Miranda: - Por isso mesmo ha menos conhecimentos entre nós: neste caso porém eu seria de opinião que fossem as obras dê cá para o Brazil, e que as do Brazil viessem para cá. Nem se diga que isto incommoda os autores; a despeza que fazem neste exemplar vai cair sobre o comprador. Supponhamos que uma obra se deve vender por 1000 réis, e que imprimindo um autor 1000 exemplares tem de dar um para a biblioteca; he mais um real que acrescenta no preço: e pergunto eu, quem deixará de comprar uma obra por esta insignificancia? Por tanto voto pela indicação.
O Sr. Xavier Monteiro: - Eu voto por um só exemplar. Falou-se em biblioteca do Rio de Janeiro, e depois póde apparecer Pernambuco, Porto, Coimbra, e estender-se-ha a excepção que se faz a favor da capital, o que eu não quereria; mas isso está vencido. O exemplo que se trouxe teria lugar em grandes edições, como as francezas, mas para cá não: