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nho-a reformado, mas o estado do meu negocio não permitte que defira o meu emboíço, por isso dai-me o rneu dinheiro? e o Governo que ha de fazer; paga-la para não perder o seu credito. E' muito fácil dizer um Periódico que obrou rnal o Ministério; mas porque é facii isto? e' porque quem redige o Periódico, não está ao facto cias circumstancias , como está o Ministro de Estado, e entendo que iodos os que fazem censuras, devem proceder com todo o conhecimento de causa. Corno era para mira desconhecida (declara-o francamente nesta Camará), a historia de nossas finanças, confesso que a sua narrativa fez-me pasmar, e como Ministro de Estado, por desgraça da Nação, permittasse-me que diga isto — eu, sou um homem sobre quem pesa ha neve rnezes um peso enorme de trabalho, consumindo uma grande porção de tempo ern attender a negócios particulares, e sem ter logar um só momento de meditar nas grandes medidas , que incumbem a um Ministro da Fazenda, principalmente nas circum=tan-cias, em que nos achamos; e não posso attender a ellas, por que vejo me todo o dia rodeado de tantas ciasses do Estado, que me pedem as attenda em seus negócios, e que lêem direito de serem servidas. Não tenho já forcas para sustentar este peso gravíssimo , que me sobrecarrega.

Sr. Presidente, eu sou um homem só, sem forças, sem conhecimentos,-e no entanto censura-se a marcha que tenho seguido, mas observarei se porventura heide por força n'um dia , e n'uma noite dar solução a trabalhos que pesavam dantes sobre sele Tribunaes (apoiado), como erão o Desembargo do Paço, a Me?a de Consciência e Ordens, etc. 1 Então, Sr. Presidente, digo que e'doloroso para mim seraccusado por este lado; eu. mostrarei que a accusação é improcedente ; não o poderei mostrar, por oratória, que não sou orador, mas mostra-to-hei por escripto. Sr. Presidente , hontem depois de ouvir a censura, e acabada a Sessão, o que fiz eu? fui para minha casa, com sentido d'estudar a resposta á censura^ entre; no meu Gabinete, vi sobre a "mesa duas pastas cheias de papeis, levaram-me

cinco horas a vê-los , e fiquei de taí maneira fatiga» do, que me metti na cama , e entreguei-me á Divina Providencia para. o que havia de dizer hoje. .Sr, Presidente, sejamos sinceros; nós todos temos peccado ; não ha Administração nenhuma que não tenha peccado; todas que tenho conhecido desde 182-0 ate' agora, e esta mesma tem peccado muitas vezes; não ha nenhuma que não possa ser accusada, por-, que não fez todo o bem que podia fazer ao seu Paiz. Sr. Presidente, nós precisamos de uma só cousa, e é fazer da Nação uma só, nós precisamos de que haja urna só vontade, e precisamos re-conciliarnio-nos; e este um piincipio, sem o qual o Systema Constitucional e' nada , (apoiado) ; e qual e' este principio ? E uma confiança entre a Camará , e p Ministério, a Cama.ta , e Sua Magestade, e finalmente entre os Poderes do Estado, sem o que tudo está perdido, e o Systeraa Constitucional e' nada. Sr. Presidente, e' preciso entrar no Ministério, e ver as immensas difíiculdades qne ha a superar, para se avaliar a justiça com que tenho -sido accusado. Quando a Carnara tiver urn Ministério da sua confiança, e que esse tenha também a confiança da Soberana, o Governo ha de concorrer melhor com aquillo que entender a bem do Estado, e fazendo effectiva a responsabilidade dos seus subalternos; por que então ha de preparar com an» ticipação de ò ou 6 mezes muiios trabalhos qu3 depois virão á approvacão do Congresso. Sr. Presidente , eu não quero com isío dizer que hei de vir pedir á Camará urn voto de Confiança para o Ministério, por que ate' declaro que o Ministério a ter esse voto de Confiança hoje, è eu asahir amanha, por que não queria que sobre mim pesasse essa responsabilidade, e mesmo porque me não acho capaz de fazer uso desse voto, para acudir ás faltas do Estado ^pof^quc^ãTdTfficuldades no nosso estado actual mal se podem remediar. Concluo, Sr. Presidente, porque não posso ser mais extenso.

O Sr. Presidente:—A hora deu; a ordem do dia para a Sessão seguinte é a mesma. Está levantada a Sessão. Eram^ horas da tarde.

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Presidência do Sr. V. Presidente Fieira de Castro.

.bertura—Pouco depois do meio dia.

O Sr, F. Presidente: — Tenho a participar á Camará que recebi um Offício do Sr. Presidente, partecipando-me que por moléstia não comparecia lioje a Sessão.

A Camará ficou inteirada.

Chamada — Presentes 98 Srs, Deputados; entra-traram depois mais alguns, e faltaram os Srs. Cândido de Faria, Mimoso Guerra, Bispo Conde, Borges Peixoto, J. C. de Campos, Midosi, o qual fez saber á Camará que não comparecia na Sessão por moléstia.

Leu-se a Acta da Sessão_do dia 4, que foi appro-vada sern discussão ; Seu-se em seguida a da Sessão antecedente, que também foi approvada. x

Correspondência — Teve o seguinte destiíig.,

1839.

Ministério da Marinha e Ultramar: — Um Offi-cio, informando;à Camará, á cerca d'uma indicação do Sr. Deputado Roma, que as classes não activas da Marinha passaram novamente a vencer pelo mesmo Ministério desde o 1.° de Abril do an-no passado, e que se haviam requisitado 8 contos e tanto para pagamento d*aquelle mez , e dando outros esclarecimentos, pedidos pelo mesmo Sr. Deputado. — Para a Secretaria.

Ministério da Justiça: — Um Offício, incluindo o mappa demonstrativo dos pagamentos feitos ás classes não activas por aqueile Ministério. — Para a Secretaria.

Outro, acompanhando 14 exemplares do Código Penal, e declarando não haver outros projectos, ou trabalhos a este respeito naquella Secretaria. — A* Comrnisítâo de Legislação.