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ia com os meios que pedia. Sr. Presidente, não se tenha por um falsario aquelle que falta a estas promessas; não ha homem nenhum que não falte a el-las; também Napoleão disse que ia derribar o Imperador da Rússia , e não lhe succedeu mal ; todos se enganão, e nenhum e' responsável por estes enganos.

Em Hespanha um Ministro disse, que acabava a guerra em 6 mezes, e a guerra dura já três annos depois : Gustavo Adolfo prornetteu talvez imprudentemente d'acabar a guerra em três ou quatro mezes; acabou-se quando o acabaram a elle ; n'uma palavra ninguém e'responsável portaes promessas. O Sr. Ministro, segundo os seus cálculos, entendeu que podia acabar a guerra por aqueHes meios ; mas a providencia zomba dos planos; e a fortuna que e' senhora das batalhas, parece que se empenha em tornar illusorios todos os cálculos humanos; portanto enganou-se o Sr. Ministro, não ha de ser a ultima vez, e por isso não me parece que lhe possamos fazer grande censura, porque elle não aspirava ás honras de propheta, entendo eu. Observou-se também, e disse-se: mas ouve um plano para acabar esta guerra, que era fazer sahir osfuragidos de dentro das brenhas da serra do Algarve pela fome... Sr. Presidente, o meu coração ainda tem na memória os horrores que presenceci ; Lisboa foi um sepulcro para 100 mil almas; as margens do Tejo sepultaram outras 100 mi!, as Províncias ficaram despovoadas, e quando'nós atravessamos as vastas Provin-ciaeá de Lisboa ate ao Douro, não víamos senão um sepulcro continuado; os vencedores morrião de fome. Eu, Sr. Presidente, se fosse Ministro, também regeitava esse plano (apoiados) e rejeitava-o também como impraticável; não varnos dar mais esse exemplo ao desgraçado Portugal; digo pois, os Srs. Ministros resistiram a essa medida, mil louvores lhes sejam dados. Agora, Sr. Presidente, ainda rne cumpre fazer urna breve observação, sobre outra medida, que5, se rne não engano, o Sr. Deputado, que me precedeu, julgava eflicaz e prompta; e vinha a ser a suspensão das garantias. Sem referencia a mim, apesar de que a suspensão das garantias já me pôz cm grande risco, declaro alto, e em bom som, eu sempre me opporei á suspensão de garantias (apoiados): quero que haja um Governo forte, capaz de manter a lei, e a ordem no Paiz, mas agora fazer um Governo fraco de preposito, para lhe dar a maior de todas, as potências, o uso da suspensão das garantias, isso não quero eu, e não o quero porque! Um Sr. Deputado, que sustentou que o povo se contentava com o simples uso dos direitos civis, tinha dito antes que os Srs. Ministros sempre tendem a abuzar do poder, e então entendo eu que muito mais abusarião tendo este poder. Mas vamos ao caso ad hoc-suspensão de garantias: bem: mas a Constituição determina, que as garantias se não suspendào rio tempo das eleições, logo esta medida era impraticável, e desgraçados de nós se tivéssemos necessidade de suspensão de garantias ; affastemo-nos quanto for possível dessa idéa , tomemos a esse respeito os exemplos das Nações Consti-tucionaes. Digo mais, e isto não e' para fazer censura ás intenções do illustre Deputado; isto e aqui muito particular para nós; que se diria se o Governo se apresentasse na questão das eleições, tendo suspendido as garantias, n'um ou mais Districtos?

Eu não'lhe queria estar napelle; não queria, e com. razão.

Sr. Presidente, creio que tenho divagado, mas ainda se me afigura que nenhum dos pontos que toquei deixa de ter mais ou menos relação com o objecto que nos occupa, e então espero que V. Ex.a e a Gamara, pela sua bondade, me perdoem. Agora direi quer-se entrar no exame dos movimentos de cada um corpo, se foram bem ou mal dirigidos pelo Ministério n'esta guerra, a minha táctica não' chega a isso, ha muito tempo que deixei a espada , irnpunhei-a, seja-me licito dizer com mais zelo pelo bem do meu Paiz, que saber e fortuna; mas aqui conheço eu nobres Deputados que hão de explicar o que for necessário sobre similhante negocio; pela parte que politicamente o posso encarar, entendo que o Ministério se houve bem (apoiados); e como se houve bem, tem o meu apoio n'esta parte ; e tendo o meu apoio, voto pela substituição do Sr. J. A. de Magalhães (apoiados). **

O Sr Leonel: —Eu pedi a palavra para uma ra-ctificação.

O Sr. Presidente: — Isso e' para o fim da discussão.

O Sr. Leonel: — Hontem Concedeu-se a um Sr. Deputado d'aquelle lado a palavra para uma racti-ficação, eu invoco o exemplo, e não desejo que se faça uma cousa a um, e se negue a outro.

O Sr. Presidente: — Eu honteni dei a palavra ao Sr. Deputado, e ao Sr. Ministro para explicações por que me pareceu que a Camará convinha-nisso; entretanto agora o que posso fazer e consultar a Camará.

O Sr. Conde da Taipa: -— O Sr. Deputado Leonel pediu a palavra a exemplo do que se tinha feito a outro Sr. Deputado; eu desejo que se lhe conceda, mas estou persuadido que se deve estabelecer d'urna vez para sempre, que não se podern fazer si-milhantes alterações no Regimento ; quando não está transtornada a ordem.

O Sr. Presidente: — Eu consulto a Camará para evitar questões. — A Camará resolveu affirmati-' vãmente.

O Sr. Leonel: —* Eu terei cuidado de não faltar senão dentro-tíos limites que significa a palavra ra--ctiíícação: o Sr. Deputado que acaba de fatiar, ou porque não me entendeu hontem bem ou porque d'hontem para hoje alguma cousa lhe esqueceu, poz na minha boca aquillo que eu não tinha dito: elle disse que eu tinha dito hontem que n'uma conferencia que eu e outros meus collegas tivemos co'm o Sr. Ministro da Guerra,. propozemos planos, e meios para dar cabo da Guerra; o que eu disse honteni foi, que a Commissão de cem maneiras tinha repetido ao Sr. Ministro da Guerra, que era preciso acabar com aquillo, e se a suspensão das garantias não era medida sufficiente, o Sr. Ministro que pedisse outras providencias, que a Commissão as ap-provaria, e esperava que as Cortes concedessem aquillo que o Ministério pedisse, mas não me referi a planos.

O Sr, Presidente: —Continua a discussão sobre a matéria.