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tos homens muito bem equipados; participou-me este acontecimento o Sr. Presidente do Conselho de Ministros; e e» disse qne como Ministro da Fazenda nada podia fazer, e que me parecia que o mais acertado era que se procedesse a urn Conselho de investigação pelos diííerentes Ministérios, o Sr, Ministro da Marinha pela parte da embarcação, que estava no Algarve, e o Sr. Ministro da Guerra pela parte do Commandante dessa força; com effeito passou-se ao Conselho do invastigação.

Respondeu-se-me pouco tempo depois por ambos os Ministérios que se tinha realmente posto em conselho de investigação, não sei se extrajudicialmenle, e que o resultado do conselho foi nenhum, justificou-se plenamente. Recebi porém nesse tempo um ano-nymo em que se medizia que o cahiquc que se achava fundeado era Villa Real, tinha feito um furo para matar os ratos, e que effectivamente estava em circuDistaneios de não poder navegar nessa occasião. Eu n fio fiz caso deste anonymo ; oqueseié que existe effectivamente uma esquadrilha que faz despeza, supposlo não esu-jfi paga era dia. Aproveito esta occasião para dizer que ha poucos dias ouvi dizer que aesquadrilha do Algarve nem para carne salgada ti-nhã; el-la tem sido fornecida quando as eircumstan* cias D permittem com liSQOJ^OOO .reis.

Sr. Presidente, eu não sou do Algarve, ma» tenho conhecimento particularíssimo do Algarve; três aanos existi í.aqiielie Paiz encarregado, como deíe-•gavio da Junta de S,;ude Pública, de levantar o plano âe dons cordões que a Junía determinou levantar por cau*a da febre a.marelSa. Havia então no Algarve dons Regimentos de linha, havia as Milícias, e Ordenanças; e eslava á testa do Governo do Algarve ora homem muito activo, uni Inglez de muitos conhecimentos; e aisim mesmo esteve muito imme-òiata a introducção do contagio por não se ter podido impedir u intrcdueção do contrabando. Não quero dizer com isto que senão devam tomar medi* das; pelo conlrario. o Governo tem sustentado a esquadrilha para e«se firo; nunca se me disse qile esta força não era sufficienlo, e eu estou persuadido que é suíficiente para resistir a uma Barca canhoneira, que queira fazer um desembarque. Entretanto o Governo tem tomado as providencias necessárias, ehon-tem mesmo assignei as ordens necessárias paia sahir urna das duas Escunas, qneahi temos armadas; porque mand.'.r uma Fragata era tempo perdido, porque havia de cruzar de S. Vicente ate ao Guadiana, e de m'tís não poderia fazer o cruzeiro junto acosta, onde os ccuirabandis-tas costumam encalhar as suas .embarcações para fazerem o desembarque. Esta Escuna vai ao Porto para ahi receber 18 contos, que tanto importam dous prels para a tropa do Algarve •e-u «w m< z de soldo; e no tnez seguinte ha de voltar ao Porto a receber o mesmo dinheiro, e assim fica fazendo esla serviço. Este plano, porém , parece-me que soffrerá algumas modificações, porque como me disse um dos acluaes Contractadores do Tabaco, que é Membro desta Camará, os Contractadores não lèeoi difGciildade alguma em mandarem uma embarcação ao Porto para levar o dinheiro para o Algarve coro tanto qvis a Ksc*»na nunca d'ali saia. Por r.onsequencia pôde a Camará estar certa de que a Escuna fica cruzando, e Deos permitia que a deapeza que ella vai fazer produza o resultado desejado.

O Sr. Presidente; — Estão sete Srs, inscriptoa para faílarem nesta matéria ; eu vou fechar a sessão.

O Sr. Leonel:—Mas, Sr. Presidente, esta matéria e de tal gravidade que nós devemos demorar-nos mais um pedaço , porque eu não peço gratuitamente a palavra, tenho a dar informações. (Pro%es: — faile, falle.) O Sr. Ministro da Fazenda disseque não havia recebido participação sobre este facto, neco dos Empregados, nem dos Contractadores. Quanto aos Contractadores talvez nada participaram por verem que outras participações de igual natureza não tiveram resultadoa Igum. Agora que os Empregados não tenham dado parte deste caso, oão se pode conceber nada mais horroroso, porque o facto é verdadeiro ; ha nesta Casa mais quem tenha delle conhecimento, e eu vou ler uma carta de uma pessoa conhecida de muitos de meus collegas, que escreve em 21 e diz (leu.) Por consequência não ha dúvida que o facto é verdadeiro e á visía disto diz o Governo que não teve participações!

O Sr. Ministro do Reino: — Não duvido da veracidade d:>ste facto, mas o que posso dizer e, que por diíTe rentes occasiões as Auctoridades Administrativas, nas partes semanaes, têern fallado em contrabandos, e das providencias adoptadas. Portanto só tenho a dizer que o Sr. Ministro da Fazenda dis-, se que pela sua Repartição não linha recebido participações officiaes deste facto, do qual não duvidava.

O Sr. Leonel:-—Eu mandarei um requerimento a pedir as informações que o Governo tiver tido a respeito de contrabando. Entretanto o facto apresentado e ta! que não me posso deixar de admirar que o Governo não tenha recebido algi>rna participação sobre elle. E' preciso que nos não contentemos com o que provavelmente o Governo julga suf-ficiente; uma portaria para aqui, outra para ali não basta; são precisas providencias effoctivas.

Disse o Sr. Ministro daFazenda que nas circums-tancias actuaes era difficil dar remédio a este mal. Sr. Presidente, que dificuldade ha, para que o contrabando se não acabe na Costa do Algarve 1 Eu creio, que nenhuma ; então se de nada nos importamos escusamos de Cortes, então escusamos de Empregados, e cleixemo-nos destas cousas; o que é preciso é, que o Governo faça a sua obrigação a respeito do con-tr-abando, da rido as providencias necessaí ias? para que taes atteníados se não repitam.

Ora agora, Sr. Presidente-, eu .não sei bem . mas de tudo, o que aqui se disse, é preciso destruir qualquer combinação que haju etltre os contrabandistas, e as pessoas que cá estão para os protegerem, ee'preciso uma vigilância muitíssimo grande, porque muito bem se sabe q,ue em Gibraltar ha uraa espécie de contrabando, organizado para a Corte deHespanha; além disso ha companhias em França, e em Ingln» terra, que seguram esses contrabandos, e que por isso lhe dão um rnaior desenvolvimento. Mas, Sr. Presidente, st-rn querer tomar mais tempo á Cama» rã, o que recornmendo ao Sr. Ministro da Fazenda é a necessidade d'iun bom Commandante para aEs-quadrilha ; que não faça furos nas embarcações para matar os ratos. A'ma nhã farei o requerimento para pedir os esclarecimentos, e não o faço hoje, para não gastar mais tempo.