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cindisse de duas das Propostas, fc disse um Sr. Deputado, mal esperava eu ouvi-lo, que aquellasduas Propostas eram as mais bem recebidas pelo Publico ; que erarn os Projectos mais bern escolhidos, mais orlhodoxos. Eu peço licença ao nobre Deputado para ílie dizer que não me conformo com esta sua opinião; tenho informações particulares, é of« fieiaes para asseverar o contrario. Um desses Pró-jectosenvolvia um tributo extraordinário, ora todos sabem que esta espécie de tributos nunca se lançaram em Portugal senão por occasiâo de guerra; é por isso que se lhes dá o nome de Contribuições extraordinárias do guerra. Não quero por forma alr guina censurar a Cornmissâo que se lembrou de*ste meio, como o mais prompto, e mais fácil para o complemento da organisação das Finanças: mas este Projecto, com quanto louvável fosse a appli-cação do seu producto, foi indubitavelmente ornais mal recebido pelo Povo: tenho como disse informações particulares > e officiaes para o assegurar.

Sr. Presidente, ha de-se-me per«uittir que diga que não era delle que se haviam de tirar para a estabilidade das Industrias as melhores consequências; o Paia teria de desconfiar que hoje recorria-tnos a «m tributo extraordinário, como dez paraco-í>ir.o déficit, que no outro armo, pelo mesmo meio, recorríamos corno vinte, e assim por diante, de modo que os Proprietários, os Negociantes, e as outras Classes industtiaes estariam , como digo , sempre em desconfiança de qual seria o cômputo dos tributo? que tinham a pagar.

O outro Projecto era o de 3 por cento sobre os ordenados dos Empregados. Ora este Projecto era um eorollario do outro; urna vez approvado o primeiro deveria se-lo também este; mas logo que se prescindiu de um, devia necessariamente prescindir-se do outro, porque os Empregados Militares, que iinham haveria um anno soffrido o desconto de dez por cento nos seus soldos e ordenados, de certo haviam receber muito mal o EJrojecto que lhe impunha mais 3 por cento; e haviam de nutrir a mesma incerteza, as mesmas desconfianças de que acabei de foliar.

Mas, Sr. Presidente, não é só por esta razão que se deve prescindir destes Projectos; eu logo descerei a algumas especialidades; logo tocarei o mais ligeiramente possível sobre as esperanças que podem justificar o porem-se de parte nas actuaes circuinstan-

cias.

Mas diz-se mais= o Governo tem feito muito máo uso do dinheiro que se tem posto á sua disposição : e allega o Sr. Deputado aquém me refiro, porexem-plo, os lòOvContos que se haviam adjudicado á Companhia dos vinhos do Douro; quantia que se havia dado, disse o Sr. Deputado, á Companhia só para engordar meia dúzia de indivíduos. Sr. Presidente, o Governo não e' que dispoz deste dinheiro por este modo, quem dispoz delle foi a Lei (Apoiados)^ e eu faço votos porque cheguemos a um tempo (sem querer de maneira alguma dar lições ao illustfe Deputado que respeito, e que é homem de Lei) em que depois de passada a Lei se respeite como tal (Apoiados }, Todos os grandes oradores Inglezes, e nas outras Potências que estão mais adiantadas que nós, fazem os Deputados vivíssima opposição aos Projectos; rnas, desde que elles são a Lei da terra, cal-lou-se tudo (Apoiados) : e então digo eu, parece-me

q.ue e desvirtuar a Lei ir já dizer delia o que aqui sé disse: quanto roais? Sr. Presidente, que a Lei de Abril não encerra só essa providencia; essa providencia dos 150 contos e talvez, pôde considerar-se urna das providencias secundarias da Lei ; para o Thesouro é por certo de muita consequência, mas em relação ás outras providencias talvez se possa considerar como secundaria ; essa Lei encerra diver-- sãs disposições todas asquaes cooperam em fazer algum bem áquelle paiz, quer-se já esse bem? Não é possível ; mas e certo, Sr. Presidente, que lá se encerra a medida salutar reconhecida pelos homens technicos do Douro pelo nome de corte, é este corte o que mais deverá contribuir para oequilibrio da^ quelle commercio. É necessário não conhecer só as Leis pelo titulo, não me retiro a ninguém, é necessário vê-las e rn todas as suas provisões. Sr. Presidente, o commercio dos vinhos tem consumido muito tempo a esta Camará, não me estenderei sobre eíle,-mas e' um commercio particular, que esteve sujeito a regulamentos por perto de um século, e e necessário olha-lo corno elle e} e deixar de ser doutrinário quando se tracta deste commercio: não basta, Sr. Presidente, possuir, e necessário saber fazer bom uso do que se possue. Que importa que nós tenhamos o melhor vinho, se nós pela nossa improvidencia consentirmos nô-lo comprem por um preço, porque senão vende o género mais ordinário da mesma espécie era parte alguma do mundo? A Lei não devia ser assirn tractada em minha huniilde opinião. Em segundo Ioga r não e o Governo quem dispoz desses 150. contos, foi o Corpo Legislativo, foi como digo a Lei.

Sr. Presidente, também vieram aqui a propósito da generalidade da Lei que se acha ern discussão, algumas cousas que me parece que não eram muito para o caso. Também aqui veiu uma Embaixada a Inglaterra, e também se disse que o Embaixador consumira ou sacara sobre o Thesouro 50 contos-de réis. (O Sr. Gavião: — Não disse tal). Sou obrigado, Sr. Ç.residente, a declarar que isto não tem fundamento-"nenhum de verdade, e permitta-se-me que lastime que taes asserções se apresentem neste logar; , porque quem as apresenta, não tem etn sua mão meio algum de recuperar o darnno que daqui resulta á pessoa oftendida. (O Sr. Gavião: — Peço a palavra sobre a ordem). Sr. Presidente, isto é exacto,..cora. este fundamento já se escreveu em jornaes públicos, e segundo está dividido ô nosso Paiz desgraçadamente, quem lê uns papeis, não lê os outros, quem ler o que se escreveu, e o que teve fundamento nesta Camará, não torna mais a perder a idéa de que a nobre personagem a quem aliado, foi a Inglaterra á .custa do Governo, quando isto assim não aconteceu.