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as suas gratificações, pois vão vence-las neste serviço mais util e necessario. (Apoiados.) Nós infelizmente não temos dinheiro para reedificar as nossas praças de guerra; se o houvesse não deveriamos abandonar algumas dellas. Ainda que eu tenho a esperança de que vivamos em paz com todo o mundo, sempre devemos lembrar nos do si vis pacem. É certo com tudo que em tempo de paz nem é necessario escolher acampamentos, nem fortificar arraiaes á maneira de Cesar, nem defende-los com flechas ou reductos: dêmos pois ao nosso Corpo de Engenheiros serviço nobre e importante; e o que me parece mais é esse dos trabalhos geodesicos. Eu pediria ao Governo que augmentasse o numero delles, ao menos até dez, alem do seu Chefe. Em tal caso, se poderia dar maior arca ao serviço, o que com cinco se não póde fazer. Cinco Officiaes em tal objecto! (O Sr. Ministro da Guerra — É pouco.) Eu digo que os dez são mui poucos, e talvez o Sr. Ministro diga que são muitos. (O Sr. Ministro da Guerra — Não digo.) Sr. Presidente, ignora a Camara e o Paiz que estes trabalhos são necessarios, urgentes para organisar o Reino? Ignora o Ministerio que carecemos muito da carta geral do Paiz, e que é uma vergonha para nós a sua falta?! Digo vergonha, porque tomo a parte que me cabe; por que já estive nos Conselhos do Governo, e dei a este ponto importante menos attenção do que devia. Somos a unica Nação europea que não tem uma carta do seu territorio, nem boa, nem má, porque essas que existem apenas podem ter esse nome, e não são nossas...

Aqui não póde haver meio termo: é necessario começar pelo principio para o Cadastro; é indispensavel a carta, e para a levantar com alguma proficiencia são necessarios os trabalhos geodesicos. Estes não se effectuam sem gente apta, e em numero bastante. (Apoiados.) Felizmente temos instrumentos; alguns fiz eu comprar, e são bons. Mas o que não ha são os meios sufficientes para proseguir nesta empreza: cinco homens são quasi iguaes a zero. Retirando-se estes Officiaes de obras que outros podem dirigir até mais utilmente, occupem-se os que fôr possivel empregar nestes trabalhos, para os quaes se requerem todos os estudos. Os alvaneis fazem bem paredes, talvez melhor que os Engenheiros. (O Sr. Tavares de Almeida— Apoiado.) A vista disto, e considerando que não peço augmento de despeza, porque me contento com a triste verba das pyramides, que não serão as do Egypto, parece-me que nem os D. Pares, nem os Srs. Ministros se opporão ao augmento do numero de Officiaes, que peço se dêem á Commissão dos trabalhos geodesicos.

É este um objecto de Administração, bem o sei; mas se esta Camara se persuadir de que o que lembro é de utilidade, e, sobre tudo, que tenho razão para o lembrar, os Srs. Ministros lhe darão a maior attenção que lhes fôr possivel. A proposta é assim:

Proposta.

Cap. 11.°, art. 119° Para construcção de pyramides, e concerto de instrumentos para os trabalhos geodesicos — accrescente-se — em que devem, pelo menos, empregar-se dez Officiaes Engenheiros. — R. F. Magalhães.

E proseguiu. — Felizmente ainda estamos no verão, e póde aproveitar-se esta estação que é propria para taes trabalhos; e por isso ainda maior razão ha para que se augmente a Commissão (Apoiados.)

O Sr. Presidente — É uma alteração na redacção da verba...

O Sr. Fonseca Magalhães — É um additamento á redacção.

Admittida a proposta.

(Vozes—Deu a hora.

O Sr. Ministro da Guerra — Sr. Presidente, eu tambem desejo que os trabalhos geodesicos sejam na maior escala possivel; eu conheço geralmente a maior parte dos Officiaes Engenheiros que estão empregados nestes trabalhos, ainda mui lo mais o Official, que os dirige, cujo merecimento é sabido, e elle póde ser testemunba dos desejos do Governo para auxiliar este serviço. Mas Sr. Presidente, por isso que nós reconhecemos a necessidade destes trabalhos, não se queira que elles continuem na escala, em que não podem continuar por ora O Governo reconhece que é necessario augmentar o trabalho; mas ha de ser conforme as circumstancias do Thesouro; e não pareça indifferente a gratificação dos Officiaes (Apoiados). Ha um movimento contínuo com a conducção de bagagens, de instrumentos, e levantamento de pyramides; o Governo não se tem recusado a estas despezas; mas reconhece tambem que não seria proprio desta Camara marcar o numero de Officiaes Engenheiros para estes trabalhos; e a mim tambem não me parece conveniente marcar ao Governo o numero de Officiaes, porque elle tem atenção de os augmentar na escala possivel; porém só a que seja compativel com as forças do Thesouro.

Vozes — Deu a hora.

O Sr. Ministro da Justiça — Então peço a V. Ex.ª que dê para primeira parte da ordem do dia a questão pendente sobre o projecto das transferencias, a fim de vêr se ámanhã ultimamos este negocio.

O Sr. Presidente — Farei o que a Camara determinar; mas devo prevenir uma cousa: é do nosso Regimento que os Presidentes depois de terem tomado parte n'uma discussão, não devem tornar a occupar a cadeira sem que ella tenha acabado: isto póde se entender que é na mesma sessão; mas com tudo o Regimento não o diz explica-se só desta maneira (leu o). Agora o Sr. Patriarcha n'uma caria, que me escreveu hoje diz que não póde vir, e devo tambem dizer com sentimento meu, que o nosso digno colega, que tem o direito de presidir á Camara na falta do Presidente e do Vice-Presidente — O Sr. V. de Laborim — está muito encommodado, e hoje mesmo me disse, que receava não poder comparecer entretanto elle ha de fazer todos os esforços para vir, e a Mesa ha de preveni-lo da necessidade da sua presença; mas não respondo por isso, e nesse caso será necessaria uma dispensa da Camara, para que entrando eu na discussão, occupe a cadeira (Apoiados—O Sr. C. de Thomar — Se não vier preside V. Ex.ª) Dou por tanto para a primeira parte da ordem do dia a continuação do projecto das transferencias, e depois a continuação do orçamento. Está fechada a Sessão — Eram mais de cinco horas

O Sub-Director da Secretaria, Chefe da Repartição de Redacção,

José Joaquim Ribeiro e Silva.