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Sessão de 11 de Novembro de Í920

tureza; para todos esses, o que equivale a dizer para a Humanidade inteira, há datas que estão sempre bem vivas nos seus espíritos, e embora para uma grande parte elas tragam uma recordação de luto, de dor, de profunda amargura, rej resen-tam sempre uma gloriosa étape, um alívio de pesadelos e flagelos que todos sentirão como o termiíius electivo de maiores sofrimentos.

O dia 11 de Novembro de 1918, cujo segundo aniversário hoje passa, e em que foi feita a suspensão de hostilidades, é uma daquelas datas, que figurará sempre na História da Humanidade como das mais decisivas na importância paru a marcha dos sous destinos e do que representa na orientação futura a marcha da vida dos povos.

Pouco mais farei que recordar essa data, po^to que reconheça que uão seria despropositado apreciar, quer como político, qiiiT como militar, o que represen-tou a cessação das hostilidades no momento em que foi feita.

Sabe V. Kx.a e sabe a Câmara q no críticas da maior severidade foram logo feitas (o que os factos posteriores tem mostrado ser mais que justificáveis), assas desfavoráveis não só aos generais e organismos militares dirigentes dos exércitos aliados, mais ainda aos políticos da Eu tente por uão ter sido levada por diante a grande ofensiva magistralmente* preparada pelo Marechal Focb, que devia ter comôço do execução no dia 14 e cujo principal fim era a entrada das su;>s tropas em território alemão, e que a Alemanha, certa que tal não poderia evitar, procurou por todos os meios obstar a que tal acontecimento se desse, o que conseguiu com o cessação das hostilidades uosta u1 ata.

B todos sabem a importância que isto teve, pois trouxe como consequência o terem sido muito atenuadas as exigências a impor aos Centrais e que tínhamos incontestável direito a impor em presença dnma vitória completa após quatro anos cheios dos maiores sacrifícios.

E até hoje eu confesso que as razões invocadas, apenas de ordem sentimental, mo tem surpreendido, pois a verdade ó que eu penso que para os grandes dirigentes deverá sempre actuar em primeiro plano a inteligência, admirando-me em dado momento, e como que por um para-

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doxo, velos ceder aos impulsos do coração,~de cuja ausência, anteriormente manifestada, todos sofriam as mais teríveis-consequências.

Mas, Sr. Presidente, como disse, não vou explanar-me em considerações sobre o assunto que levemente abordei. Não há dúvida que a data que estamos comemorando se presta a sor encarada sobre va-riadissirnos aspectos, mas o que a todos prevalece é o do carácter sentimental.

Ela marca para a humanidade inteira, um grande alívio, uma alegre certeza da ateuuação das maiores dores e sofrimentos, o regresso às suas pátrias de muitos, entes lançados directamente na luta & afastados delas há longo tempo.

Por isso, Sr. Presidente, ó neste sentido quo estão sendo feitas as comemorações em toda a parte nessa interessante homenagem ao soldado morto desconhecido, procurando-se manifestar em vspe-cial o agradecimento à memória daqueles quo pereceram nos diferentes teatros de-operações, cujo sacrifício (de muitos milhões) devia ter contribuído para a redenção di) todos nós.

Ignoro por que em Portugal nada se> faz o não posso deixar de, com profunda, mágoa, manifestar a minha estranheza e-profundo desgosto.

Mas não quoro en da minha parte incorrer na mesma falta, por isso penso que bem ficará ao Congresso da República prestar de qualquer forma uma homenagem à memória desses bravos, pelo . que proponho h Câmara que, em sinal de sentimento pela perda desses heróis de todas as nações do mundo e cm especial como homenagem sentida da nossa Pátria aos nossos queridos camaradas o-companheiros que lá ficaram para sempre-na Flandres e em África, se conservo no> mais profundo silêncio durante dois minutos.

Tenho dito.

O Sr. Presidente: — Encontrando-se n& Sala dou Passos Perdidos o Sr. Deputado eleito Júlio Gomes dos Santos, convido os Sr s. Nunes Loureiro, João Bacelar, Alberto Jordão, Campos Moio, Eduardo de Sousa e Orlando Marcai a introduzir S. Ex.a nesta sala.