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Sessão da 11 de Novembro de 1920

dois soldados desconhecidos mortos em combate, um. que tivesse caído na Flan-dres, outro em África.

Esta carinhosa homenagem já foi prestada em Inglaterra, saindo essa lembrança de iniciativa anónima.

Foi carinhosamente prestada essa homenagem pelo Grovêrno Inglês, e esse exemplo foi seguido pelo Governo Francês, e está sendo seguido por todos os G-overnos.

E a verdadeira homenagem do povo anónimo àqueles que concorreram para a vitória e cujos nomes não figuram na história.

Entendo, Sr. Presidente, que devemos seguir esse nobre exemplo, e que devemos deixar ficar junto das nossas grandes figuras nacionais, que estão no Panteão, dois desses soldados mortos, cujos nomes sejam desconhecidos, não deixando contudo de serem representantes das forças que garantiram a vitória das ra-Cas.

. Mas, apenas porque não tenho ainda na minha mão essa proposta, não a apresento, dizendo, porem, que logo que ela venha ao meu poder, eu apresentarei e pedirei a urgência e dispensa do Regimento, visto que estou convencido de que por meio dela interpreto o sentir desta Cílmara.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. João Camoesas: — Sr. Presidente: já há pouco, a propósito da proposta do meu amigo o Sr. Plínio Silva, eu formulei a declaração da nossa inteira aprovação a essa manifestação de silêncio como homenagem aos mortos da guerra.

Agora que ela nos vem aumenta'da com o voto proposto por V. Ex.a a ele nos associamos.

Faz dois anos que a guerra ficabou; melhor, faz dois anos que terminou nos campos de batalha a fase militar da guerra.

Faz dois anos que de facto o mundo inteiro ficou sabendo que não há possibilidade dum regresso às formas cesaristas do passado.

Muito intencionalmente falei da terminação da fase militar da guerra, que a data qu© comemoramos assinala. Porque

' pode chamar-se a fase social, é através : de cujas dolorosas provações se elabora ! uma nova era, baseada nos ideais que a vitória sagrou.

! Como não pode ser de geração espontânea, o se há-de surgir pelo esforço acumulado, a vitória final será o resultado de muita dor ainda a despender, como tem í sucedido com todas as transformações í progressivas das sociedades. ! Mas surgirá!

l Se a data do armistício não coincide 1 com a da paz final, nem por isso deixa de ser uma aurora, digna de ser saudada com entusiasmo por todos os altos cora-! coes susceptíveis de pulsarem com calor '; pela aproximação duma era de amor e , justiçai

! Sim, á data que hoje se festeja no mundo inteiro recorda-nos que o aconte-1 cimento guerreiro de 1914, foi mais al£u-; ma cousa do que mero acontecimento ; militar; pode dizer-se sem exagero que i aí começou o fim duma época.

• E se os Imperadores da Rússia foram i incapazes de tentar a regressão ao passa-! do, os Parlamentos do mundo inteiro não ; o conseguiram também. E, por isso, aqui

estamos vibrantes de entusiasmo e amor, determinados a todos os sofrimentos, e i gratos à multidão de humildes que se ba-! teram nos campos de batalha, lutando e ' morrendo pela nova era de justiça.

• Ali se bateram com entusiasmo os por-1 tugueses, imortalizando-se em alguns lan-: cês extraordinários'.