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Diário flú, Câmara dos Deputado»

que V. Ex.a me informasse se o artigo 7.° foi votado, salvo as emendas, porque, em caso afirmativo, eu desistia da contraprova.

O Sr» Presidente : —Realmente, eu pus o artigo à votação, salvo as emendas.

O Sr. João Luís Ricardo: — Então desisto da contraprova.

O Sr. Presidente: — Vai votar-se a emenda do Sr. Ferreira da Rocha.

O Sr. Serafim de Barros (sobre o modo de votar}: — Sr. Presidente: depois das insinuações feitas nesta Câmara às pretensões legítimas do Douro, que tem 60:000 pipas de vinho licoroso, que representam uma riqueza nacional; depois das insinuações aqui feitas ao Douro, chegando-se a dizer em voz alta que o dinheiro emprestado a essa província nunca mais seria entregue ao Estado, frase que representa um insulto às classes trabalhadoras dessa região, insulto que. na minha qualidade de duriense, tenho o dever de levantar (Apoiado)] depois dessas insinuações, eu tenho a declarar aqui a V. Ex.a que já esperava pela emenda que se vai agora votar.

Podiam ter começado por pôr esta alteração ao artigo 7.°

Talvez que amanhã o Estado tenha de recorrer à região do Douro, fazendo e mesmo que o grande estadista Mariano de Carvalho fez em 1885.

É assim que nós, durienscs, vimos aqui pedir ao Estado, pela primeira vez, auxí lio, e encontramos o escárneo e o desprezo. (Não apoiado}.

j A minha obra, como português e como republicano, foi transformar ravinas, por onde ninguém podia passar; em vinhas, e transformar serras alcantiladas em searas !

O Douro não 'é, como disso o Sr. Pedro Pita, uma região em que se não pagam contribuições; o Douro paga milhares de contos de contribuições.

j O Douro é constituído por vinte e um concelhos, e tevô homens como o Bispo de Viseu, os .Sepúlvedas e os Silveiras!

O Douro é uma região que tem no seu passado uma glória de trabalho, tendo firmado tais créditos, que não são as pala-

vras dos Srs. Deputados que o vão desmerecer.

Foi assim que nós aqui viemos, no momento em que a crise que o. Douro atravessa representa uma crise nacional.

O Sr. Presidente:—Peço ao Sr. Depu-~ tado a fineza de restringir as suas considerações sobre o modo de votar.

O Orador: —O Douro, como português, para o Estado português apela, e é neste momento em que se p"ede auxílio, quê se ouvem insinuações'.

Aquilo que o Douro vem pecir, já tem pedido todo o resto do País.

(jSabe V. Ex.a quanto é que a Caixa Geral de Depósitos emprestou para a cortiça?

Foram 15:000 contos!

Isto não falando no aumento aos funcionários.

Sr. Presidente: se a proposta do Sr. Ferreira da Rocha for aprovac.a, eu não tenho outro caminho a seguir senão retirar-me desta sala.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando restituir, revistas, as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Pedro Pita (para explicações'): — O Sr. Serafim de Barros fez a afirmarão quo eu tinha dito que o Douro precisava ser metido na ordem e que não pagava contribuições.

Eu sempre tenho estado a apoiar as suas reclamações, e portanto esta afirmação ó injusta^

Interrupção do Sr. Serafim de Barros que não se ouviu.

O Orador: — Em todo o casd, Sr. Presidente, julgou conveniente esclarecer a situação.

Eu apresentei de facto uma proposta, porém, antes de a apresentaV, tive o cuidado de consultar a esse respeito um colega nosso nesta Câmara c"oo o fim de ser esclarecido.

O meu intuito foi simplesmente o de evitar que dentro do País exislam indivíduos com situações diversas, isto ó, pagando uns e outros não pagando e ainda recebendo;