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Sessão de 2 de Dezembro de Í9Ê2

não como representante duma facção^' r-tidária. $''

Apoiados.

Tem V. Ex.a razão. Seria absurdo que a Câmara dos Deputados, reunida para eleger o seu Presidente, desse a essa eleição um carácter político, quando é certo que nem a Câmara sabe sequer quem é o Governo.

O Poder Legislativo ainda hoje funciona nos termos da Constituição, inteiramente autónomo, porquanto os Governos que aqui se apresentam só devem sair por moções de desconfiança ou ficar por moções de confiança, todas elas claras e precisas.

Dizendo estas palavras de homenagem a V. Ex.a, não quero também deixar de cumprir o dever muito grato, de saudar o Sr. Domingos Pereira, Presidente cessan-te. Não quero deixar de exprimir quanto no meu ânimo e no de toda a Câmara calou a maneira como o Sr. Domingos Pe-.reira exerceu-as altas funções de Presidente.

Seria faltar a um dever deixar de me referir ao Sr. João Luís Ricardo, a quem me ligam velhos sentimentos de amizade, porque pugnámos juntos pela República.

S. Ex.a também é um velho lutador da República.

Não esqueço as horas em que juntos trabalhámos para repor a Constituição na sua completa execução.

Daqui lho envio as minhas saudações, estando certo de que S. Ex.a exerceria a Presidência com o relevo que lhe concedem as suas qualidades de inteligência' e carácter.

Sr. Presidente: terminando as minhas breves considerações, não quero deixar de salientar de novo que a Câmara, elegendo a V. Ex.a seu Presidente, ou não chegando a eleger o Sr. João Luís Ricardo, quis exprimir bem que através de tudo é a República que sempre se vê, é pela República que sempre se pugna e que há homens que, tendo servido inteligentemente a República, conseguem os votos de adversários da República. São homens que pela sua grande envergadura moral merecem inteiramente os votos de toda a nação.

Apoiados.

V. Ex.a obteve assim para a Presidência os. votos de todo o Pais, os aplausos

de todos aqueles'que viram bem a intervenção de Portugal na guerra.

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Vozes: — Muito bem. O orador não reviu.

O Sr. Ginestal Machado: — Sr. Presidente : em nome do Partido Liberal apresento os meus cumprimentos. a V. Ex.a e faço-o com muita satisfação e também íntimo prazer, como amigo que me prezo de ser de V. Ex.a

Sr. Presidente: apresentando a V. Ex.a as homenagens de respeito e de consideração que lhe deve este lado da Câmara (Apoiados}, e não só este, posso dizê-lo, mas todos os outros, que lhe tributam todos'os que conhecem. Y. Ex.a (Apoiados), eu cumpro um grato dever, e muito grato porque em V. Ex.a vejo além de tudo o mais um homem de bem, na verdadeira e completa acepção da frase. (Apoiados).

E estou certo, e todos temos motivos para o estar, de que nesse lugar, a que o elevaram os votos dos s^us pares, V. Ex.a saberá ser um perfeito Presidente primus inter pares. Fiel cumpridor do Regimento porá sempre na execução das suas disposições aquela cortesia e correcção que lhe são familiares. Defendendo em todas as circunstâncias o prestígio do Parlamento, nunca deixará de garantir a todos os parlamentares o uso dós seus legítimos direitos.

Nesse alto lugar V. Ex.a estará sempre, permita-se-me a expressão, à altura dele.

A rectidão e a cortesia hão-de ser aí as normas do seu proceder, porque tem sido sempre por estas normas que V. Ex.a tem pautado tanto a sua vida pública como particular.

Na Presidência desta Câmara nós todos continuaremos a encontrar a mesma nobreza e isenção que encontrávamos no antecessor de V. Ex.a, o meu muito estimado amigo Sr. Domingos Pereira, que soube ser sem nenhum exagero um Presidente modelar.

Apoiados.

Ao Sr. Domingos Pereira, em nome do Partido Liberal quero também prestar, e sinceramente o faço, as minhas homenagens de reconhecimento, admiração e muito respeito.