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Sessão de 2 de Dezembro de 1923
SESSÃO N.º 1
EM 2 DE DEZEMBRO DE 1923
Presidência do Exmo. Sr. Domingos Leite Pereira
Secretários os Exmos. Srs.
Baltasar de Almeida Teixeira
Angelo de Sá Couto da Cunha Sampaio Mala
O Sr. Presidente: — Convido os Srs. Baltasar Teixeira e Sampaio Maia a ocuparem os seus lugares na Mesa.
Os Srs. Baltasar Teixeira e Sampaio Maia ocupam os seus lugares de 1.º e 2.º secretários, respectivamente.
O Sr. Presidente: — Trazido mais uma vez a êste lugar pelo voto generoso da 'Câmara, dirijo aos Srs. Deputados os meus comovidos agradecimentos pela alta honra que me conferiram, elegendo-me seu Presidente.
Não desconheço as dificuldades e os melindres desta missão, mas tanto o pêso de confiança em mim depositada como a consciência das responsabilidades que assumo indicam-me claramente o dever de. me manter acima das paixões, correspondendo ao mandato imperativo de guardar, quando paixões se entrechoquem, a mais meticulosa imparcialidade.
Para o fazer, bastar-me há invocar a conduta do meu ilustre antecessor, Sr. Sá Cardoso, e dos vice-presidentes Srs. Alberto Vidal e Afonso de Melo, aos quais rendo neste momento a minha homenagem.
O respeito que à volta desta função nunca deve faltar, cabe a todos, mas principalmente a quem a exerce mais do que ninguém, promove-lo pela prática inalterável do respeito que devemos às instituições parlamentares onde estão os representantes legítimos da vontade da Nação.
Farei todos os esfôrços, como me cumpre, para que o Parlamento se prestigie de modo a que corresponda à vontade nacional de que é intérprete.
Para tais esfôrços serem eficazes é contudo necessário que eu conte com o auxílio da Câmara, que eu conte com a sua benevolência, com a certeza que sempre me deve animar de que jamais me inspirará o mau propósito a faltar às provas de confiança manifestada e às imposições do dever resultantes dessa confiança.
Os problemas graves que o Parlamento tem de resolver podem e devem ser debatidos numa atmosfera calma que paixões partidárias exageradas não perturbem.
A Nação quere ordem e tranquilidade (Apoiados) como condições fundamentais para a solução daqueles problemas.
Muitos apoiados.
Oprime-a a angústia das temerosas dificuldades que a guerra criou em toda a parte, e anseia por libertar-se dessas dificuldades.
É necessário levar a todos a convicção da impossibilidade de as desfazer num só momento e, ainda, de que para as desfazer são precisos sacrifícios persistentes, a que nenhum povo pode fugir, nesta hora.
Apoiados.
Imponhamo-nos a obrigação de os praticar. E o primeiro sacrifício que a nós, representantes da Nação, se impõe, é o sacrifício das nossas paixões.
Muitos apoiados.
Se o realizarmos, toda a Nação nos seguirá o exemplo, a ambicionada tranquilidade dos espíritos espalhar-se há duradoiramente, como consequência da nossa tranquilidade, e a obra da reconstrução nacional, tantas vezes tentada, prosseguirá frutuosa.
Dêmos o exemplo de uma sanidade de energias ao serviço do grande objectivo comum que todos temos diante dos olhos — o de melhorarmos as nossas condições nacionais, estudando, discutindo e resolvendo, no terreno calmo das ideas, as