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problema das snbsistências e, antes, pode agravar a actual situação económica, aguarda qne o Governo apresente urgentemente outro projecto mais conducente ao fira que se propõe e continua na ordem do dia.

Senado, em 4 de Fevereiro de 1916.— José Maria Pereira.

Sr. Presidente: o projecto que está em discussão, deu entrada nesta Câmara em condições excepcionais; e assim é que, tendo ele sido apresentado na Câmara dos Deputados em 18 de Janeiro, vinha precedido de considerandos, que pretendiam pelo menos, justificá-lo por parte do Poder Executivo. Mas ontem nesta Câmara foi pedida a urgência e dispensa do Regimento, por se entender que era (e é possível que o seja) necessário discuti-lo com a maior celeridade possível, afim de se resolver esse assunto momentoso que é a carestia da vida.

Compreende V. Ex.a, Sr. Presidente, e o Senado, quam difícil é, nestas circunstâncias, discuíir-se um assunto desta natureza.

Por parte da União Republicana devo declarar á Câmara que, se não me anima qualquer sentimento contra este projecto. em todo o caso afirmo neste momento cue não abdico dos meus direitos como parlamentar, a fim de que projectos como este isigam os trâmites indispensáveis, para que uma discussão inteligente, proba e honesta, incida sobre eles.

Depois, Sr. Presidente, dá-se ainda o facto., que não creio desprimoroso para nós, e se poderá porventura atribuir antes à presteza e à necessidade imediata, que houve ao apresentar este projecto de lei. tam urgente, Sr. Presidente, que nem ao menos houve o cuidado de ler os pequenos considerandos, que precederam a apresentação do projecto na Câmara dos Deputados. (Apoiados da direita}. Veio nu de todas as considerações por pane do Poder Executivo! Acentuo mais uma vez que não quero acreditar ter isto sido feito como desprimor para o Senado, mas unicamente desejo dizer que esta falta nos obrigou a socorrer do Sumário da outra Câmara, afim de ver quais as razões determinantes da apresentação do projecto, independentemente das que são, infelizmente, do domínio público.

Se bem ouvi as considerações do Sr. Ministro do Fomento, que procurei seguir

Diário das Sessões do Senado

com a atenção que me merecem assuntos -desta natureza, foi o próprio Sr. Ministro do Fomento, com uma lialdade, um desassombro, que muito o enaltece, que veio confessar que este projecto não resolve a situação.

O Sr. Ministro'do Fomento (António Maria da Silva): — Que não resolve o barateamento da vida, compreende o ilustre Senador que não resolve., Seria uma mistificação da minha j,arte dizer o contrário. O que o projecto tem apenas em vista é atenuá-la quanto possível. (Apoiados).

Vozes: — Muito bem..

0 Orador: — Não discuto a afirmação de S. Ex.a.

Mas está no ânimo de todos que não era fácil que, para um assunto desta natureza, nós nos preparássemos apenas em horas. (Apoiados da direita).

É certo que este projecto há muito que estava na tela da discussão, quer nos jornais, quer pela sequência dos trabalhos realizados na Câmara dos Deputados. Mas o que também não o é menos vem a ser: que nós, Senadores, temos o nosso tempo tomado com os assuntos que tem de ser versados nesta Câmara e que reclamam a nossa atenção e cuidado, não podendo, por isso, estarmo-nos a preocupar com os assuntos que se estão tratando na outra Câmara. Conseqúentemente, a discussão é, sena contestação, precipitadíssima. (Apoiados da direita).

Sr. Presidente: é cie todos conhecido qne as comissões de subsistências, criadas por uma proposta aprovada no Parlamento não deram resultado algum.

£ Verifica-se que essas comissões dispunham de elementos estatísticos?

Ora, Sr. Presidente, se as comissões concelhias não deram resultado, vão-se £gora criar as comissões distritais !

1 Enganam-se todos! j E o pior é que de tudo i*>to deriva um grande prejuízo e um grande inconveniente para a economia nacional!

V. Ex.a disse, e muito bem, que estamos sujeitos ás oscilações do ágio.