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8 Diário das Sessões do Senado

cias de Berlim e de Bruxelas exigiram que as nacionalidades se valorizem pelas conquistas práticas da existência material é ideal. Portugal que, com o Brasil, forma uma nacionalidade, embora politicamente scindida entrará na vida internacional com mm alto valor de idealização civilizadora e de realização prática nas conquistas da vida. Não posso, portanto, deixar de aprovar a maior aproximação dos povos lusitanos.

É necessário que os poderes públicos cooperem com a nação nesta obra ingente. E assim, Sr. Presidente, vai através do Atlântico a nossa saudação heróica ao Brasil, que do coração amamos.

Tenho dito, Sr. Presidente.

Vozes: — Muito bem! Muito bem!

O Sr. Pinto Coelho: — A proposta do ilustre leader da maioria colheu-me de improviso, pois ignorava absolutamente que o assento a que ela se refere viria a ser tratado hoje no Senado, E assim, o que eu vou dizer representa a expressão do meu sentimento, sem a mais pequena preparação que, de resto, para o caso não é precisa. Em nome do centro católico expresso a minha mais entusiástica adesão à proposta do ilustre leader da maioria, que eu interpreto como querendo associar-se a igual manifestação feita pela Câmara dos Deputados.

Eu já disse, Sr. Presidente, a V. Exa. e à Câmara, que me associava, com o máximo entusiasmo, a essa proposta, e entendo que Portugal, exaltando a grande e rica República dos Estados Unidos do Brasil, se exalta a si próprio, como se exalta o pai que faz sobressair os predicados que ornam um filho.

Vem isto, realmente, a propósito, Sr. Presidente, porque, quando vemos nações muito mais poderosas que a nossa dizer, com cubiça, que o nosso poderio colonial nos não pertence, a nossa melhor resposta é o Brasil, por êsse país ser uma obra nossa de colonização..

O Brasil, filho de Portugal, está emancipado; mas nós não podemos deixar de lhe manifestar os nossos sentimentos de gratidão. O Brasil -é ainda para nós um país para o qual o nosso coração nos impele. A gratidão de Portugal para com o Brasil não provêm só dêstes factos. A verdade é que em todos os. ramos da actividade o nosso país vai ter, através dos mares, uma grande expansão, pela facto de ser grande a expansão brasileira, tanto sob o ponto de vista económico, como no que diz respeito à arte e à literatura. Os nossos produtos, só pelo facto de serem portugueses, e apesar de aparecerem, por vezes, outros mais baratos são acolhidos no Brasil com mais simpatia.

Foi com grande satisfação que ouvi aqui dizer que o Brasil, no seu desenvolvimento moral, alguma cousa devia às missões religiosas. Falando em nome do& elementos católicos, não posso deixar de me referir a um incidente passado na Câmara dos Deputados.

O Sr. Pinheiro Torres estava ali exaltando a obra do Brasil, e não pôde deixar de se referir aos sentimentos religiosos daquele país, que, apesar de ser republicano, acolheu os religiosos portugueses. (Apoiados).

Eu não vejo que nesta sua observação houvesse alguma cousa de criminoso. Não haverá aqui ninguêm que possa aprovar a obra de perseguição demagógica contra êsses religiosos. Não compreendo como se possa aplaudir um procedimento dessa natureza, e eu folgo por isso com o que disse o Sr. Pinheiro Torres. Termino, associando-me, pois, de toda o coração, à proposta do Sr. Zeferino Falcão e ao aditamento do Sr. Júlio Dantas.

Vozes: — Muito bem.

O Sr. Queiroz Veloso: — Sr. Presidente: Fui absolutamente colhido de surpresa pela proposta do Sr. Zeferino Falcão. Se assim não fosse§ eu teria aqui trazido hoje um projecto de lei para o estreitamento das relações intelectuais entre Portugal e o Brasil.

Mas, desde que a proposta foi apresentada e sôbre ela já falaram alguns Srs. Senadores, eu, como representante das três universidades portuguesas, não posso de modo algum ficar calado.

Portugal pode orgulhar-se de ter criada o Brasil; e não é só nosso êste orgulho, mas dos próprios brasileiros. Já um dos seus mais ilustres oradores, numa conferência feita, há poucos anos, perante a Universidade de Yale, disse que o Brasil

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. Xavier Cordeiro para secretário. O Sr. Presidente: — Vai passar-se à ordem do dia. O Sr. João
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Votos Francisco Nogueira de Brito ... 26 Xavier Cordeiro...... 11 Alfredo da Silva
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