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Diário das Sessões do Senado

do a França para uma paz extemporânea, que para Portugal traria tainbêiu os maiores prejuízos.

Em determinado período vimos com prazer que a França, reconhv?ceuclo o perigo que ia correndo, chamou a dirigir os seus destinos o velho Clemenceau t- depois disto vimos que a derrocada que ia em caminho se voltou o m. seutido contrário, conduzindo os aliados à vitória.

Por isso nos sentimos magordos ao vermos atingido por uma bala êste grande estadista, que a sua estrela mata uma vez sr.lvou, não o deixando assassinar.

A vida de Clemenceau é ainda preciosa, porque ainda não chegou a»» seu termo a paz. Ainda temos inimigos furtos a combater. Portanto, é ainda p recta o que o grande francês continue a c- lado do grande general Foch e de Llovd George. Eis

O * CJ

porque me associo a todas as proposta* apresentadas pelos meus ilustres colegas que me precederam no UbO da palavra.

O Sr. Alfredo da Silva: — Apenas duas palavras em nome da indústri i do sul. que tenho a honra de representar nesta Câmara.

Associo-me ao voto proposto por V. Exa., Sr. Presidente, de repulsa contra u atentado feito na pessoa do Sr. Clemenceau, cuja perda, neste momento em que na Conferência da Paz se debatem assuntos de tanta importância para a França, SG-ria enorme, porque Clemenceau nn Conferência da Paz é uma figura primacial, sendo ao mesmo tempo o homem mais popular na França.

O voto dêste Senado, relativamente ao atentado, representa uma afirmação do princípio de defesa que as sociedades devem manter, para garantir a sua conservação, a autonomia dos povos, o seu espírito moderno. E um voto que só dirige à -França, mas que representa tambêm uma afirmação de solidariedade por parte do nosso próprio país.

O Sr. José Júlio César: — Alêm do ter de mandar para a Mesa uma proposta e um requerimento, desejaria chamar a atenção do Govêrno para do:s assuntos relativos ao distrito de Viseu, o único do país onde ainda não existe a guarda republicana, o que causa enormes prejuízos e é uma vergonha.

Requerimento

Os Senadores abaixo assinados, no uso da faculdade que lhes confere o artigo 12." da Constituição, requerem a convocação extraordinária do Congresso, a fim de deliberar sôbre a revisão da Constituição, na parte que 1'espeita à adopção do princípio da dissolução parlamentar pelo Presidente da República, dando assim cumprimento ao mandato com que foram eleitos.—Machado Santos —Germano Arnaud Furtado— Carlos F. de Castro Pereira Lopes — José Maria de Queiroz Vdoso— liarjo César de Moreira, Sales— A, R. Adàes Bermudes—Afonso de Melo Pinto Veloso—Cláudio Pais Rebêlo — João José da Costa — José Tonares de Araújo e Castro—Z.M/S- Caetano Pereira— Guilherme Martins Alves — Amílcar de Castro Abreu e Moia — Francisco Vicente Ramos, João de Paula. Nogueira — José Epifanio Car ralho de Almeida — João da Costa Couraça — Carneiro de Moura — José Júlio César — Alfredo da Silva — Júlio Dantas — Luís Xavier da Gama — João J- da Siha — António Maria de Oliveira Selo.

Proposta

Os Senadores reunidos numa das salas do Senado, a convite e sob a presidência do seu Presidente, o Exa. ni° Sr. Machado Santos, resolveram, tendo apreciado a situação política tal como o Govêrno a apresenta, afirmar, mais uma vez, o seu propósito de votar, sem perda de tempo, o princípio de dissolução parlamentar, dentro dos seus poderes constituintes, concorrendo, assim, para que as correntes de opinião pública se possam manifestar numa próxima eleição; mas reconhecem que o Senado não pode, nem deve deliberar a sua própria dissolução, contra todos os princípios constitucionais e legais e em condições que representariam uma coacção, não só ilegítima, mas em absoluto injustificada.

O Senado julga assim servir o seu país e afirmar os seus desejos de pacificação nacional republicana. Terminou a reunião dando-se ao Exa. 'no Sr. Machado Santos um voto de plena confiança para ir apresentar esta moção a S. Exa. o Sr. Presidente da República e expor-lhe tambêm o pensamento dos Senadores presentes sô-

j bre a situação política.

í Sala do Senado, 21 de Fevereiro de