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de )8 e 19 de Agosto da Í33Õ

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Está, portanto, criado o organismo. Vai ser dotado com a verba financeira indispensável para funcionar, e eu, nesta altura, dando o meu voto à proposta de lei em discussão, espero que o Sr. Presidente do Ministério exponha ao país o quadro exacto da nossa situação ecp-nómica, dos meios que temos e com que podemos contar para a resolução do problema dos abastecimentos, e qual o critério e qual o plano que o Governo tein para o resolver, porque é excelente que o Governo tenha os colaboradores necessários, é justo e preciso que disponha dos meios financeiros para que esse funcionalismo possa desempenhar os seus cargos, mas também é indispensável que o país saiba, para não estar na anciedade em que .tem estado aíé agora, quais são -os recursos da metrópole e das colónias e qual o critério e o plano do Governo para acudir as suas necessidades, em matéria de abastecimentos.

E esse plano deve ser, quanto possível, autónomo, nacionalista; não devemos ir buscar ao estrangeiro senão aquilo que for estritamente e absolutamente necessário, e, e m vez das despesas que até agora se têm feito em importações excessivas, devem ser feitas todas aquelas que são devidas para o nosso fomento agrícola, f Apoiados). Este é que ó o grande problema! E para que nós saibamos que o Governo vai, com toda a diligência, votar-se à resolução do problema, é imprescindível que, primeiramente, nos exponha, -em traços largos, qual é o seu plano.

Para o nosso fomento agrícola, conto eu com todo o disvelo governativo. Uá precedentes dentro da nossa história económica do fomento nacional que nos estão impondo regras e uma continuidade de -acção que, infelizmente, tem sido rompida, por várias vezes.

Em 1893, tendo eu a honra de ser ministro fez-so, pela primeira voz, a aquisição de adubos químicos. Tendo a adesão do grande agrónomo, fizemos, pela primeira vez, a distribuição das sementes seleccionadas.

Devemos fazer o possível para, reduzir as nossas importações.

Assim no norte do país emprega-se muito o milho e o centeio; ora, porque não se pensou aessa .alimentação para os -soldados oriundos do norte?

O Sr. Vasconcelos Dias: — Já se pensou nisso, mas -não se encontra cereal.

O Qrattor: — Perfeitamente, mas porquê?

Temos nas nossas colónias, e por isso é que este problema é também de transportes marítimos.

Igualmente não é lícito fazer-se exigências às colónias.

Delas se exige o envio de produtos por certo preço, e daqui se lhe enviam outros pelos preços que lhe fazemos.

O problema é deveras complexo.

E assifuto que exige cuidados e atenções e certo estou de que o Governo assim pensará.

O Sr. Presidente do Ministério e r/Iínjstro da Agricultura (António Graujo): — Agradeço aos Srs. Celestino de Almeida, Lima Alvos, Desidério Beça e Bernardino Machado as provas de consideração dispensadas ao Governo.

Na Câmara dos Deputados tive ocasião de fazer umas considerações sobre as linhas gerais do Governo no que respeita à crise das subsistências.

Ora julguei que tivesse satisfeito especialmente o Sr. Bernardino Machado quando foi do debate sobre a proposta que autorizava o Governo a tomar as medidas necessárias para debelar essa crise.

S. Ex.a exprimiu-se com felicidade qjuando disse que era necessário nacionalizar-se a nossa vida a fim de nos bastarmos suficientemente.

E a política de todas as nações.

Mas, em Portugal, só excepcionalmente se deixou de ser deficitário na alimentação em dois anos no espaço de cinquenta anos.

O déficit não é só de trigo, cujo consumo tem aumentado; o milho também não é em quantidade suficiente, posto que o consumo de pão de milho tenha diminuído.

Quanto ao aproveitamento do milho colonial, a que se r.eferiu o Sr. Bernardino Machado, ji S. Ex.a o Sr. Vasconcelos Dias respondeu em parte, dizendo que esse miljio não vem.em condições de ser panificado.