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Diário das Sessões do Senado

O Sr. Constando de Oliveira:—Vi na

imprensa que o Governo está na resolução de aumentar o preço do pão, com 'o fim de atenuar o déficit dos trigos.

Concordo, visto que não há razão para que o Governo perca.

Mas., para que se tome esta atitude, é indispensável que o Governo procure adquirir os trigos exóticos nas melhores condições, para que o preço do pão não se torne exagerado.

O seu aumento de custo tem sido devido à aquisição dos trigos nem sempre ter sido feita nas melhores condições, ora não aproveitando o tempo das colheitas, ora usando do intermediário.

O. Sr. Ministro da Agricultura (Portugal Durão): —A questão do preço do pão preocupa o Governo. A nossa situação cambial tem motivado o aumento do preço do trigo. Perde-se $50 em quilograma, que representa uma espécie de subsídio dado não só a quem necessita, mas também a quem não precisa.

Mas o Governo nomeou uma comissão composta de parlamentares, de técnicos das indústrias de moagem e de agricultores que estão neste momento reunidos numa sala da Câmara que procuram achar uma solução para o assunto.

Achada eln, o Governo apresentá-la há ao Parlamento.

Há absoluta necessidade de trigo, e talvez quo uina solução boa para o obter, fosse a 'de que a moagem o comprasse, sob uma fiscalização do Estado, para que não adviessein lucros ilícitos para a moagem.

Em fim o Governo espera a solução da comissão.

O Sr. Constando de Oliveira: — Agradeço estas explicações e aguardarei o resultado apresentado ao Parlamento dos trabalhos» da comissão.

O Sr. Vicente Ramos: — Sr. Presidente: começo por mandar para a Mesa ama representação dcs povos de Aldeia Galega do Ribatejo, assinada pelo sindicato agrícola, pelos comerciantes e industriai s, proprietários e todas as associações do concelho, e nela se pede -que o Senado se nào demore na discussão, ou não deixe ficar no esquecimento, o projecto de lei qae se

refere ao porto do Montijo, essa obra de considerável alcance tanto económico como comercial.

O Senado já conhece bem o assunto de que trata a representação, e por isso eu limito-me a mandá-la para a Mesa e a pedir a V. Ex.a, Sr. Presidente, que a faça juntar ao projecto de lei a que ela diz respeito.

Há três semanas, antes de ter acompanhado ao gabinete do Sr. Ministro da Agricultura o portador de uma representação sobre os lacticínios da Ilha de S. Jorge, eu tinha pedido a palavra para quando íá. Ex.a estivesse presente, para tratar desse importantíssimo assunto.

Como é sabido, a indústria dos lacticínios no distrito de Angra do Heroísmo é uma das mais importantes para aquele distrito, que vive exclusivamente das indústrias agrícolas, como são a carne, os lacticínios e os cereais.

Nos últimos dois anos, aquele distrito não tem exportado nem manteiga nem milho o a exportação da earno tem sido pequena, tendo vivido, por assim dizer, dos lacticínios. Sucede, porém, que tendo aumentado o preço do leite em 660 por cento, os salários dos operários em 400 por cento, a folha para as latas da manteiga em 1:700 por conto, a madeira para encaixotar as latas em 600 por cento, a pregaria em 2:100 por cento., os transportes marítimos em 700 por cento, a manteiga não pode continuar a vender-se pelo preço da tabela, ou seja, ao preço» de 4$40. Além de que, estando a nossa moeda depreciada em dez vezes o seu antigo valor, S. Ex.a, o Sr. Ministro da Agricultura, avaliará a situação em que se encontra a indústria dos lacticínios, quo se verá obrigada" a fechar as suas fábricas por não poder vender a manteiga por esse preço.

Acresce ainda que a manteiga vinda dos Açores para Lisboa é aqui tabelada, ao passo que a que é fabricada no continente não está sujeita a esses percalços. E assim, são os, industriais da Ilha de S. Jorge os únicos que estão sofrendo as consequências do tabelamento.

Mas, se se julga indispensável o tabelamento, tabele-se, mas fixe-se um preço em harmonia com o preço do produto, o qual nunca poderá ser inferior a 7$.