O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 14 de Setembro de 1921

mesmo Governo pertence a colónia cabo-verdeana, onde existem 150:000 portugueses, que parece deviam merecer mais alguma atenção ao Estado Português.

Não é porque aos Transportes Marítimos tenha mais consideração a perda de tempo dos seus paquetes do que a Mala Real Inglesa, mas apesar disto os paquetes desta Compaahia vão a S. Vicente, como já disse, unicamente levar e receber malas do correio, emquanto que os paquetes dos Transportes Marítimos do Estado, quando se vêem obrigados a irem receber carvão, porque só assim lá vão, ficam fundeados cinco a oito dias à espera que lhes mandem dinheiro para comprar esse carvão.

Tein-se dado o caso que, estando a bordo passageiros que não querem perder tempo, têm abonado dinheiro para comprar o carvão, evitando que o vapor se demore muito tempo no porto.

Finalizando as minhas considerações e supondo que o Senado se interessa por Dste assunto, vou mandar para a Mesa a seguinte moção:

O Senado, reconhecendo a necessidade e urgência de ligar as colónias com a metrópole e as ilhas de Cabo Verde entre si, por meio de navegação a vapor, passa à ordem do dia.— A. Vera Cruz.

Foi admitida.

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Fernandes Costaj: — Sr. Presidente: o louvável e inteligente cuidado que o ilustre Senador Sr. Vera Cruz põe na defesa dos interesses da sua província, já o conheço há muitos anos, que já mais de uma vez tive ocasião de ouvir as reclamações de S. Ex.;i acerca dos interesses da sua província, sempre queixando-se de que não têm sido atendidos pela metrópole.

S. Ex.a fez reclamações várias, mas com esta rapidez com que os Ministros saem, não pude saber se elas foram ou não atendidas.

Pela minha parte vou ver se consigo dar satisfação a essas reclamações do Sr. Senador, que vejo que ainda não foram satisfeitas.

Falou S. Ex.a nos rendimentos da estação de S". Vicente dos telegramas de trânsito e terminais.

Tomei a nota devida.

Também se referiu à parte que pertence à colónia do rendimento desses telegramas.

O Sr. Vera Cruz: —Pertencem-lhe 00 por cento.

O Orador:—Perfeitamente. O assunto tem estado regulado por convenção feita entre o Estado e outras companhias, e ainda não chegou a determinar-se bem qual é a parte que deve pertencer à administração local.

Tudo depende da nossa entente a estabelecer entre os Ministérios das Colónias e do Comércio.

Ainda S. Ex.* chamou a atenção do Sr. Ministro das Colónias para outros factos.

Diz que as taxas das alfândegas da metrópole sobre as mercadorias importadas para as colónias fazem com que os navios saiam daqui em lastro.

Não duvido que assim seja; é assunto que corre também pela pasta das Finanças.

Procurarei obter informações exactas sobre o assunto.

Há pouco tempo uma muar conduzida para Cabo Verde pagava 30$, e hoje, que vale l conto de réis, paga 50 por cento.

Já V. Ex.!l vê que uma muar que vai para trabalhar no açúcar, para ir para ali ser taxada por esta forma, é bárbaro.

Eu compreendo esse artigo.

Daqui a alguns anos temos um grande déficit desses animais para a agricultura e V. Ex.a tem razão entendendo que deve ser regulado este assunto.

O Sr. Senador ainda chamou a nossa atenção para um assunto muito importante, que é a carreira para as colónias. Melhor do que eu há-de responder o meu colega Ferreira da Rocha, que é Ministro das Colónias.