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Cessão de 3 de Dezembro de 1924

O Sr. Silva Barreto: — Sr. Presidente: em nome deste lado da Câmara associo-me ao voto de sentimento proposto por V. Ex.* pela morte do grande "republicano que foi o exemplo dos sãos princípios democráticos, Alves da Veiga.

Conheci essa figura brilhante, cujo nome está ligado ao insucesso do movimento de 31. de Janeiro, na cidade do Porto, onde eu passei alguns d'os melhores anos da minha vida.

Sr. Presidente: esse homem extrordí-nário, esse carácter impoluto, esse democrata exemplar! s sim o, teve uma conduta para com a esposa do Chefe de Estado de então, quando foi do incêndio do teatro Baquet, que a todos se impôs.

Foi o facto que as autoridades de então, não queriam que a rainha D. Maria Pia entrasse na casa de Alves da Veiga.

Passavav a comitiva adiante da casa t!êsse grande republicano, quando' a rai-preguntou se naquela casa número tal não vivia Alves da Veiga.

As autoridades, numa má interpretação dos seus deveres, não queriam que a rainha de Portugal de então entrasse na,, casa desse grande republicano.

Mas ela entrou e ele recebeu-a com aquela hospitalidade e fidalguia dum carácter primoroso como o dele.

Esse incêndio do Baquet, no dia 20 de Março de 1888, foi um dia de luto como a outro o Porto não assistiu, e durante muitos anos o Porto sentiu confrangido esse acontecimento fúnebre, acontecimento esse que durante largos anos não se apagou da memória sobretudo daqueles que, como eu, assistiram ao desenrolar desse fogo que consumiu muitas pessoas que não conseguiram subtrair-se ao incêndio, que ameaçava os prédios da Rua de Santo António.

E memorável ficou também no Porto a.

.maneira delicada como Alves da Veiga

recebeu a rainha", de então, de Portugal.

Rodrigues de Freitas e Alves da Veiga tinham-se exilado e Kodrigues de Freitas assistiu à primeira sessão da restauração da monarquia do Porto, e teve a hombridade de se apresentar nessa sessão para que a vereação monárquica declarasse se na,Cá-. mara Municipal faltava porventura qualquer objecto.

Foi um movimento revolucionário de verdadeiros idealistas, que não se cons-

purcou com o mais leve acto que porventura pudesse humilhar a fé republicana.

Sr. Presidente: esse velho de 75 anos, por quem tinha admiração extrordinária, como todos os rapazes do meu tempo, com quem aprendi a ser democrata e republicano, mais tarde quando ele ainda não tinha sido indultado, ou, por outra,.quando não quis aceitar o indulto, estava em Bragança, quando ali apareceu a figura de Alves da Veiga em 1897. no hotel onde eu estava hospedado.

Logo que ele ali chegou reconheci-o imediatamente e tive então uni prazer enorme de o ver junto de mim, mas teve de conservar o incógnito, porque ele era ali muito querido como cidadão e como democrata.

O orador não reviu.

O Sr. Vicente Ramos : — Sr. Presidente: pedi a palavra para me associar ao voto de sentimento proposto por V. Ex.a, pela morte do grande patriota Alves da Veiga.

O Sr. Procópio de Freitas: — Sr. Presidente : pedi a palavra para me associar sinceramente ao voto de sentimento proposto por V. Ex.% pela grande perda que acaba de sofrer a República, com o falecimento do grande democrata Dr. Alvos da Veiga.

O Sr. Afonso de Lemos: — Sr. Presidente: a individualidade de Alves da Veiga é das tais que se encarregam de dizer, o que são, e não é preciso portanto que nós o digamos.

Alves da Veiga disse o que era quando revolucionário e disse-o depois . quando representante da República junto do Governo Belga.

Portanto, entendo que o silêncio é mais eloquente do que a palavra; apenas me curvo reverente perante a sua memória, associando-me ao voto proposto por V. Ex.a

O Sr. Dias de Andrade : — Sr. Presidente : pedi a palavra para igualmente me associar aã voto proposto por V. Ex.a. pelo falecimento do nosso representante em Bruxelas, Dr. Alves da Veiga.