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Sessão de 26 de Janeiro de 1926

No que respeita ao período em que eu fui vereador posso — como disse — proporcionar elementos a S. Ex.a Nessa ocasião foram a favor da Câmara nada menos que os Srs. Lopes Vieira, Alves de Sá e o actual Procurador da República, Sr. Azevedo Silva; mas, apesar disso, não se conseguiu que o juiz fosse de acordo em que a razão estava do lado da Câmara.

O Sr. Ministro pode perfeitamente, pela Câmara, saber dos motivos por que não tem cumprido com os seus deveres, pois todas as Câmaras, de 1912 para cá, tinham obrigação de zelar por este assunto reclamando pelas estações competentes.

O Sr. Ministro da Justiça e dos Cultos

(Catanho de Meneses):—Sr. Presidente: em vista da exposição que o ilustre Senador acaba de fazer e que é elucidativa,, o que vejo é que primeiramente me tenho de dirigir ao Sr. Ministro do Interior para S. Ex.a se informar quais os' motivos por que o processo está demorado. Naturalmente a Câmara Municipal deve dar ao Sr. Ministro do Interior as razões da demora e saber-se há então de quem é a culpa.

Se for do Poder Judicial, se for da parte do magistrado respectivo, o que não creio, eu terei de participar essa falta ao Conselho Superior Judiciário para este adoptar o devido procedimento.

Tenho dito.

O Sr. Afonso de Lemos:—Eu espero que se fará justiça e aguardo os resultados do procedimento que houver.

O Sr. D. Tomás de Vilhena: —Sr. Presidente: acaba de transpor os umbrais da História uma das maiores figuras não só da Bélgica mas da civilização, e ante ela todos os países têm o dever de prestar homenagem: refiro-me ao Cardeal Mer-cier.

O Cardeal Mercier foi não só um pastor de almas, um grande filósofo, mas também um verdadeiro exemplo de patriota. O que esse homem fez é alguma cousa de grandioso, e por isso julgo interpretar o pensamento de toda a Câmara propondo que na acta sé lance um voto de - sentimento pela perda, desse notável: homem, o. Cardeal Mercier.

O Sr. Herculanó Galhardo : — Sr. Presidente: pedi a palavra para. em nome^ deste lado da Câmara, me associar ao voto-de sentimento proposto pelo Sr. D. Tomás de Yilhena, pela perda do Cardeal Mercier.

E bem merecida a homenagem que o--; Senado presta à memória dessa alta figura, que, como o ilustre Senador disse,-entra os «umbrais da História».

A memória do cardeal Mercier merece o *-. respeito de todos, não só porque sé trata . duma cultura invulgar, há mais de trinta.-anos à testa duma escola para que foi in* dicado Mercier pela sua especial competência, mas também porque se trata du-.. ma alta figura da Grande Guerra.

Deve estar no memória de todos a rés-.-, posta que o grande Cardeal deu ao BarãO' von der Lauchen, quando este pretendia, saber se se iria resistir às determinações do imperador. A resposta do Cardeal Mercier foi, mais ou menos, a seguinte: se ré- . sistir às determinações do imperador era t implorar em orações particulares e pú- : blicas a protecção a Deus para as tropas belgas em defesa da Pátria, só restava resistir até à última.

Sr. Presidente: este lado da Câmara associa-se, portanto, comovidamente, com o maior respeito, à proposta do Sr. D. Tomás de Vilhena porque é digna do maior respeito a memória de .tam preclaro cidadão.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Augusto de Vasconcelos:— Sr.-Presidente: em nome do Partido Nacio-. nalista associo-me ao voto de sentimento proposto pelo Sr. D. Tomás de Vilhena ; pelo falecimento do Cardeal Mercier.

Sr. Presidente : na grande pugna que -se travou na Europa de 1914 a 1918, não -. registará a história, porventura, cabos de-guerra do valor daqueles geniais guerrek-: ros, como foram, por exemplo, Aníbal OUA. Napoleão.

Também a história não mencionará,, porventura,, o nome de um político capaz x de revolucionar e - mudar os destinos da : Europa como anos antes tinha registado-, com a intervenção de Bismarck na trans« formação em confederação dos impérios-que constituíram o império alemão.