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0 DE ABRIL DE 1965 1209

(...) povoamentos, mas também pelo interesse económico de algumas dessas espécies arbustivas A Pistacca Lentiscus (v lentisco), utilizada na Grécia em condições ecológicas análogas às existentes no perímetro do Ardila, é um exemplo frisante desta dupla utilidade, destinando-se os seus frutos à exportação, especialmente para Itália, onde são utilizados na fabricação de películas cinematográficas.
Quando os povoamentos florestais não consigam uma defesa completamente eficaz contra o arrastamento dos solos provocado pelas águas das chuvas, como é o caso dos montados de sobro e azinho, onde se faz unicamente aproveitamento dos frutos para engorda de gado suíno e o pastoreio subcoberto, o terreno deverá ser
desmoitado e, por vezes, mobilizado, de modo que possam desenvolver-se as espécies forrageiras indicadas para essa região edafo-climática.
Mesmo assim, criam-se geralmente condições pouco favoráveis à conservação do solo e retenção da água, havendo necessidade de aquele ser defendido por socalcos, valas de retenção ou estreitas faixas de mato dispostas segundo as curvas de nível.

Quer dizer a defesa contra a erosão pode efectuar-se com realizações estranhas à arborização propriamente ditas socalcos, valas de retenção segundo as curvas de nível, e vegetação arbustiva - vulgo mato -, tendo esta «extraordinária importância» como complemento dessa defesa.
Se nos lembrarmos de que a vegetação arbustiva não consegue subsistir nos eucaliptais com os compassos preconizados, pela grande concorrência que esta espécie faz, pelo que na região em causa há solos com esta arborização francamente erosionados, que nos montados de sobro ou azinho se tem de proceder periodicamente ao arranque do mato, não só pela concorrência que este faz ao arvoredo, como pelo grande perigo de incêndio que representa, como ainda para melhor aproveitamento dos frutos, e que nos solos esqueléticos de xisto é francamente retardado o crescimento do pinheiro desde que exista mato, como tem acontecido na Herdade da Contenda (incluída no perímetro a florestar) - tem de dizer-se que, em muitas hipóteses, para se conseguir defender o solo contra a erosão não basta apenas florestar, que uma boa defesa se consegue mesmo sem essa operação. Por isso, existe uma corrente de opinião que, ao considerar objectivamente estes aspectos, afirma ser preferível, nestes solos delgados, esqueléticos e declivosos, deixar-se crescer ò mato, o que não precisa de investimento, apascentando o terreno com espécie pecuária adequada, o que não tem possibilidade de fazer-se nos primeiros anos da florestação pelo menos. Isto a não ser que, sob o ponto de vista económico, se justifiquem os investimentos necessários ao estabelecimento da floresta, que haja rentabilidade

9. É este o aspecto que mais importa quando se analisam os reflexos nos interesses privados dos proprietários dos prédios rústicos em que a florestação se projecta.
O Plano em apreciação não apresenta justificações para os números indicados como futuros rendimentos médios anuais por hectare (capítulo IX, p 109). Em planos desta natureza, mormente nos destinados a serem realizados em propriedade particular, as justificações em causa são imprescindíveis para que se torne possível mais perfeita apreciação de ordem económica, como é mister Aliás, não pretenderia a Câmara mais que um nível igual ao da informação que o Plano contém sobre alguns assuntos de ordem técnica, como por exemplo acontece de p 20 a p 65 (pedologia e climatologia).
No Plano como o que se aprecia há que considerar principalmente o aspecto económico, porque até o aspecto social não terá realização se não houver sólida base económica. Compreende-se que os serviços tivessem dificuldades ao elaborar as contas apresentadas, pois há muito poucos anos que se realizam trabalhos de florestação no Sul do País, principalmente em zonas ecológicas semelhantes àquelas em que, na bacia hidrográfica do Árdua, se preconizam tais realizações. Não possuem por isso, nem os sei viços nem a lavoura, elementos de informação seguros quanto a preferências na escolha das espécies florestais ou suas variedades, ou dos processos técnicos que ali proporcionam maior rentabilidade por hectare, pois não se podem comparar resultados obtidos noutras regiões em condições de solo, clima e até de natureza humana muito diferentes.

10. O Plano preconiza o estabelecimento do Eucalyptus, do Pinus Pinca e do Quercus suber em 37 906 ha dos 88 976 ha em que se prevê a florestação (Nos restantes 868 ha prevêem-se 280 ha de Pinus pinaster, 150 ha de Pinus insignus, 250 ha de Populos spp e 188 ha de outros povoamentos )
Deve-se começar por anotar, entre os principais reparos que a Câmara entende dever fazer, que todos os cálculos do Plano foram feitos com número de jornais e salários que se consideram baixos (25$ jornal/homem). A duração de horas de trabalho diário reduziu-se ultimamente e o salário considerado já hoje é normal na região, não se podendo desprezar que se est mam despesas a realizar num período de catorze anos Por outro lado, não se teve em conta o juro do capital fundiário, como se torna necessário em todas as foi mas de utilização do solo. Aliás, se o terreno não pode ser cult vado agricolamente, nem o gado pode ser apascentado, pelo menos o rendimento anteriormente auferido pelo proprietário deve ser considerado como despesa, porque é a única forma de garantir ao proprietário um certo rendimento antes de obter o proveniente da floresta. Para reforçar este ponto de vista baeta analisar o que se encontra previsto quando o proprietário opte pelas condições da alínea c), do artigo 13.º da Lei n.º 2069, pois o § 2.º do artigo 19.º da mesma lei, ao referir a renda a pagar pelo Estado ao proprietário, diz textualmente.

A renda será fixada pelo Ministério da Economia e nunca será inferior ao rendimento colectável

ofrer contigo é pisar nos espinhos,

11. 0 Eucalyptus ocupará uma área de 20 597 há. A conta de plantação e estabelecimento do Plano pára no 9.º ano, quando deveria prolongar-se para o 14.º ano, em virtude de se tratar de Eucalyptus rostrata e outras variedades de crescimento lento. Para este entendimento têm-se em atenção principalmente as informações colhidas directamente sobre o que acontece nas plantações realizadas em solos delgados de xisto da província de Huelva, por não se terem obtido elementos na zona do Baixo Alentejo que interessa Naquela zona a produção de madeira hectare/ano é da ordem dos 4 m2 a 5 m2.
Segundo também o que ali se conseguiu apurar, a Empresa Nacional de Celuloses de Huelva, S A, pagará 600 pesetas por tonelada de madeira de Eucalyptus glóbulos posta na fábrica e 480 pesetas pelo mesmo peso de madeira de Eucalyptus rostrata, o que sei vê para avaliar a provável desvalorização que esta madeira virá a ter quando for laborada em fábricas nacionais