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5 DE DEZEMBRO DE 1967 1667

culminaram na grande crise de 1929-1934 Contudo, não se tem conseguido, ainda, evitar uma flutuação típica de curto período, de amplitude variável e de repercussões mais ou menos extensas e profundas, que se representa, sob múltiplos aspectos, como uma transformação da natureza e uma atenuação da amplitude daquelas oscilações cíclicas, por efeito do relevante papel desempenhado pelas acções económico-financeiras postas em execução nos Estados modernos Mas não pode concluir-se que estejam definitivamente vencidos os perigos de crises e recessões tão dramáticas como algumas do passado, o que obriga a pensar na necessidade de lançar mão, no momento oportuno, de outros meios à disposição dos Estados e que, entre eles, se opere uma cooperação político-económica adequada a tal objectivo
6. Tomando alguns indicadores da conjuntura nos países mais industrializados da Europa Ocidental, é de refém, em primeiro lugar, que os índices de produção industrial, ajustados de variações sazonais, manifestaram, entre o trimestre final de 1966 e a primeira metade de 1967, tendência de afrouxamento do seu movimento ascensional, quando não de quebra, como se observou nos casos da Áustria, da França, da Alemanha e da Suíça Simultaneamente, os volumes do desemprego, também ajustados de variações sazonais, evidenciavam um sentido de alta sensível, subindo, por exemplo, de 65 para 71 milhares na Áustria, de 64 para 37 na Bélgica, de 155 paia 188 na Fiança, de 250 para 588 na Alemanha, de 56 para 95 nos Países Baixos e de 538 para 610 no Reino Unido
Entretanto, prosseguia o movimento de elevação dos pi ecos na generalidade dos países, posto que menos amplo do que anteriormente os índices de preços no consumidor (base 1960=100) aumentavam, entre o último trimestre de 1966 e o 2 • trimestre de 1967, de 125 para 128 na Áustria, de 119 para 121 na Bélgica, de 141 para 144 na Dinamarca, de 125 para 126 no. França, de 120 para 121 na Alemanha, de 131 para 134 na Itália, de 126 para 131 nos Países Baixos, de 128 para 131 na Noruega, de 129 para 133 na Suécia, de 125 para 127 na Suíça e de 125 para 127 no Reino Unido. Mas este comportamento deixa entrever que, quando nesses países vierem a adoptar-se medidas atinentes a estimular a expansão das respectivas actividades, novas pressões sobre os preços deverão surgir Quanto ao comércio dos países europeus participantes na O C D E , registava-se, entre os primeiros semestres de 1966 e 1967, um acréscimo sensível das importações da média mensal de 7830 milhões de dólares em 1966 para 8125 milhões no corrente ano Mas como as exportações, igualmente em média mensal, subiram de 6828 milhões de dólares para 7370 milhões, o déficit da balança comercial baixava de 1002 milhões para 755 milhões Todavia, o total das reservas oficiais de ouro e divisas desses países - que haviam aumentado de 32 128 milhões de dólares para 32 789 milhões entre 1965 e 1966 - reduziam-se a 32 710 milhões no final do l º trimestre de 1967, recuperando posteriormente para atingirem 33 380 milhões de dólares no fim de Agosto, isto não contando com as posições ouro das quotas no Fundo Monetário Internacional
A medida que nas diversas economias se denunciavam tendências de abrandamento do ritmo de expansão, adoptavam-se medidas estimulantes da actividade, novamente se recorrendo, em particular, às políticas monetária e fiscal Assim, no que respeita às taxas de desconto, registam-se reduções em cadeia a Áustria diminui a sua taxa de, desconto de 41/2 para 41/4 por cento em Maio, a Bélgica, de 5 para 4 3/4 por cento em Março e, depois, para 4 1/2 por cento em Maio, a Alemanha, de 4 1/2 para 4 por cento em Fevereiro, para 3 1/2 por cento em Abril e 3 por cento em Maio, os Países Baixos, de 5 para 4 1/3 por cento em Março, a Suécia, de 6 para 5 1/2 por cento em Fevereiro e 5 por cento em Março, a Suíça, de 3 1/2 para 3, por cento em Julho, o Remo Unido, de 7 para 6 1/2 por cento em Janeiro, 6 por cento em Março e 5 1/2 por cento em Maio.
Na parte final do ano, observavam-se indícios de recuperação, parecendo de admitir que a expansão económica poderá acelerar-se na Europa Ocidental durante o próximo ano, se bem que, em tal caso, com recrudescrimento de tensões inflacionárias
Mas no Reino Unido os sintomas de crise intensificaram-se ultimamente, mostrando-se particularmente inquietante a evolução da balança de pagamentos internacionais O sentido desta evolução determinou a severa medida tomada ultimamente pelo Governo Britânico de desvalorizar o esterlino em relação ao dólar de 14,8 por cento, passando a paridade de 2,8 para 2,4 dólares por libra, e a decisão de elevar a taxa de desconto do Banco de Inglaterra para 8 por cento - uma das mais altas de todos os tempos.

b) A conjuntura nos Estados Unidos e Canadá

7. Nos Estados Unidos da América, o comportamento do produto nacional bruto revelava-se menos favorável no 1.º semestre de 1967 Com efeito, o valor desse produto, a preços constantes de 1958, que subira de 616,7 milhares de milhões de dólares para 652,6 milhares de milhões entre 1965 e 1966, sob o impulso, principalmente, das despesas dos consumidores em bens e serviços e das despesas do Estado, cifrava-se em 660,7 milhares de milhões no l º trimestre do ano corrente e em 664,7 milhares de milhões no 2 º trimestre (valores anuais calculados sobre os dados trimestrais), mas com tendência degressiva do valor correspondente ao investimento privado. Ë de anotar, neste contexto, que o índice global da produção industrial (base 1957-1959= =100) manteve o sentido de quebra ao longo do Ia semestre, baixando de 159 em Dezembro de 1966 para 155,5 em Junho, e deu indícios de recuperação nos meses de Julho e Agosto Por seu turno, a taxa de desemprego acusava tendência de alta, subindo de 3,7 para 4,1 por cento entre os meses de Setembro de 1966 e 1967, quando mostrara nova quebra nítida entre 1965 e 1966 (de 4,5 para 3,8 por cento)
Concomitantemente, o índice geral de preços no consumidor (base 1957-1959=100), que se elevara, apenas, de 108,1 para 109,9 entre 1964 e 1965 e subira paia 113,1 em 1966, atingia 116,9 em Setembro de 1967, como resultado de um movimento de alta ininterrupta, em que pesaram, sobretudo, os preços da habitação e de diversos serviços, bem como, depois do mês de Maio, os preços da alimentação E entre os meses de Setembro de 1966 e 1967, enquanto o número de horas de trabalho efectivo por semana diminuía de 41,4 para 40,7 (contra 41 em Setembro de 1965), o valor do, salário médio semanal continuava a aumentar (de 114,3 para 116,28 dólares)
Pelo que respeita ao mercado de crédito, a procura parecia havei afrouxado, quer no crédito para financiamento de vendas a prestações, quer nas outras formas O saldo do crédito outorgado ao consumo aumentava, apenas, um pouco menos de 900 milhões de dólares no período de Janeiro a Setembro de 1967, quando no período