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32 DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 45

José Manuel da Costa.
José Maria Braga da Cruz.
José Pereira dos Santos Cabral.
José Ranito Baltasar.
José Rodrigues de Sá e Abreu.
José Soares da Fonseca.
José Teodoro dos Santos Formosinho Sanches,
Juvenal Henriques de Araújo.
Luiz da Cunha Gonçalves.
Luiz Lopes Vieira de Castro.
Luiz Maria Lopes da Fonseca.
Luiz Mendes de Matos.
Manuel da Cunha e Costa Marques Mano.
Manuel Joaquim da Conceição e Silva.
Manuel José Ribeiro Ferreira.
Manuel Maria Múrias Júnior.
D. Maria Luíza de Saldanha da Gama van Zeller.
Mário Correia Teles de Araújo e Albuquerque.
Quirino dos Santos Mealha.
Salvador Nunes Teixeira.
Sebastião Garcia Ramires.
Ulisses Cruz de Aguiar Cortês.

O Sr. Presidente: - Estão presentes 62 Srs. Deputados.
Está aberta a sessão.
Eram 15 horas e 55 minutos.

Antes da ordem do dia

O Sr. Presidente: - Está em reclamação o Diário da última sessão.
Pausa.

O Sr. Presidente: - Como ninguém quere usar da palavra, considera-se aprovado.
Tem a palavra antes da ordem do dia o Sr. Deputado João Antunes Guimarãis.

O Sr. Antunes Guimarãis: - Sr. Presidente: está reunido nesta capital o I Congresso das Ciências Agrárias. De todos os pontos do País acorreram, na ânsia justíssima de intensificar e melhorar a produção do território português de aquém e de além-mar, técnicos distintíssimos - professores, engenheiros, agrónomos, silvicultores, regentes agrícolas, médicos veterinários e tantos outros a quem a lavoura portuguesa já muito deve. Deram-nos a honra dá sua visita e do seu concurso de grande relevo distintos cientistas estrangeiros. A lavoura, sempre atenta às lições que possam concorrer para melhorar os seus casais a fim de poder contribuir cada vez mais e melhor para o bem comum...

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - ... sem cuidar em trabalhos, sacrifícios e até nos prejuízos inerentes a tam santa missão, está representada no Congresso pelos seus grémios e muitos doa mais ilustres e devotados lavradores.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - A imprensa está dando a esta reunião, que há de ficar memorável, porque não deixará de triunfar, o merecido relevo de grande acontecimento nacional.
Apoiados.
E, como coroa bem merecida, dignaram-se o Sr. Presidente da República e o Govêrno ilustrar a sessão inaugural com a alta distinção da sua presença.
Sr. Presidente: permita que eu, nascido numa aldeia minhota e criado entre lavradores, cujas virtudes e merecimentos tanto admiro, saúde deste lugar todos os congressistas e me congratule pelos altos serviços que a experiência, aliada às conquistas da ciência e da técnica, e tudo superiormente orientado por iniludível patriotismo, estão prestando a Portugal.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Para findar, Sr. Presidente, eu proponho que a Assemblea Nacional se associe às saudações e votos de congratulação que acabo de exprimir.
Disse.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado João Ameal.

O Sr. João Ameal: - Sr. Presidente: porque só hoje tenho a honra de tomar aqui, pela primeira vez, a palavra, só hoje posso cumprir o grato dever de apresentar a V. Ex.ª os meus protestos de muita consideração e aprêço.
Nascido em Coimbra, onde passei uma grande parte da minha vida, desde que me conheço me lembro de ouvir o nome de V. Ex.ª aureolado de justo prestígio, como o de uma das figuras mais eminentes e mais representativas do escol do nosso centro universitário.
Correram os anos e V. Ex.ª deu-me muitos outros motivos para o admirar e respeitar. O mais recente é a maneira como exerce a sua alta função nesta Assemblea.
Não posso deixar de reflectir no contraste profundo entre o que era, nos antigos Parlamentos, a presidência, absorvida na tarefa ingrata e inglória de pôr alguma ordem nos debates tumultuosos dos partidos, e o que é agora, nesta Assemblea, a presidência: autoridade por todos reconhecida, acatada e seguida, a dirigir um grupo de homens de boa vontade, a orientar um esforço de colaboração na obra em marcha do ressurgimento português.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Essa missão, penso eu, é bem digna de V. Ex.ª Como nós temos visto, e podemos testemunhar, é V. Ex.ª superiormente digno dela.
A V. Ex.ª portanto, as minhas sinceras homenagens.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente: tiveram alcance verdadeiramente nacional os exercícios de defesa civil do território efectuados em Lisboa e noutros pontos do País durante o passado mês de Outubro. Logo fiz tenção de chamar para o facto a atenção desta Assemblea - e de contribuir assim, onde e como posso, para assinalar a importância e as vantagens de tal iniciativa.
As palavras aqui pronunciadas pelo Sr. Presidente do Conselho, quási no final da sua memorável exposição de 26 de Novembro, sobre política externa, só me confirmaram no meu propósito. Depois de aludir às inquietantes perspectivas abertas pela crise universal, Salazar disse:

«Preparemo-nos, pelo espírito e pelo braço, para as dificuldades que vierem, mais graves porventura que as passadas. A preparação do organismo militar não pode suspender-se ou afrouxar, antes tem de intensificar-se cada vez mais. E com ela a defesa civil do território e a armadura moral da Nação, na continuação progressiva do esforço realizado nos últimos meses».