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36 DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 45

para criar a política de aproximação e colaboração que constitue a essência doutrinal do sistema.
Voltamos a repetir: o sistema corporativo económico é bom e tam profundamente idealizado que, apesar de o seu mau funcionamento provocar situações paradoxais, ainda a ele se deve o benefício de não vivermos em condições bem piores, e bem mais graves, quer no campo dos preços, quer no campo das existências.
Mas, continuando o pensamento: esforça-se o incansável titular das Finanças em manter quanto possível o equilíbrio das contas do Estado, assim o diz bem expressivamente a proposta em debate; esforça-se o ilustre Chefe do Govêrno -Salazar - em coordenar esforços e actividades a bem da Nação, mas todo este trabalho exaustivo será inútil emquanto se verificar a existência de órgãos de execução económica cuja actividade estatística anda transviada da missão, outros cujos interessados pedem a Deus que os seus dirigentes estejam mudos e quedos, poucos havendo afinal que leram e interpretaram a doutrina do sistema.
Torna-se necessário outro rumo na actuação do sistema económico, senão o disposto no artigo 9.º da proposta de lei terá de promover tantos suplementos quantos forem permitidos pelo erário público, numa corrida vertiginosa de alucinação, perseguindo preços, provocando o desequilíbrio moral e monetário; a vida continuará a subir legal e ilegalmente.
Deixemo-nos de melindres, deixemo-nos de arrepios e de doentias sensibilidades manifestadas em explicações jornalísticas, que certamente as minhas palavras irão provocar; é forçoso actuar-se energicamente, mudando o rumo das deficiências, provocadas na sua maioria pela falta de preparação mental, social e técnica dos directamente responsáveis pela vida funcional dos órgãos de execução económica, para o rumo de um trabalho de silenciosa coordenação e cooperação fraternal, por forma a contribuir patrioticamente para os desejos de manutenção de equilíbrio da vida da Nação, bem expressamente manifestados na proposta de lei cuja doutrina se está discutindo.
Sr. Presidente e Srs. Deputados: não se veja nos meus comentários a propósito da lei de meios uma antipática norma de crítica infundada, antes, pelo contrário, desejos de facilitar a aplicação da mesma lei.
Aponto defeitos e forma de os remediar, com a preocupação de provocar melhores soluções.
Não pretendo ofender susceptibilidades com as afirmações expostas, porque a verdade só ofende as consciências ofuscadas por actos menos dignos; também não pretendo popularidade, porque, se assim o desejasse, a forma de expor teria sido outra e para a qual não me faltariam elementos, mas, Sr. Presidente, há no entanto um objectivo que desejo atingir, custe o que custar e doa a quem doer: evitar com as minhas fracas forças, com o meu pequeno auxílio, sempre pronto a ser mais preciso e minucioso, que os salpicos de lama provocados pelos transviados do bom caminho e pelos falhos de sentimento patriótico atinjam uma obra que, além de ser orgulho nacional, é perante o estrangeiro uma realidade ofuscante de beleza e de sacrifício, ou seja o ressurgimento económico da Nação, mantido através a hecatombe mundial mais negra e tenebrosa que a História está registando.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente: - O debate continua na sessão de amanhã. Está encerrada a sessão.

Eram 16 horas e 23 minutos.

Srs. Deputados que entraram durante a sessão:

Álvaro Henriques Perestrelo de Favila Vieira.
José Gualberto de Sá Carneiro.
D. Maria Baptista dos Santos Guardiola.
Rui Pereira da Cunha.

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Acácio Mendes de Magalhãis Ramal.
Alberto Cruz.
Angelo César Machado.
António Carlos Borges.
António Cristo.
Artur Ribeiro Lopes.
Cândido Pamplona Forjaz.
Carlos Moura de Carvalho.
Francisco Cardoso de Melo Machado.
Francisco da Silva Telo da Gama.
João de Espregueira da Rocha Páris.
Jorge Viterbo Ferreira.
José Nosolini Pinto Osório da Silva Leão.
Júlio César de Andrade Freire.
Luiz de Arriaga de Sá Linhares.
Luiz Cincinato Cabral da Costa.
Luiz José de Pina Guimarãis.
Pedro Inácio Álvares Ribeiro.
Querubim do Vale Guimarãis.

O REDACTOR - Costa Brochado.

IMPRENSA NACIONAL DE LISBOA