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1026 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 108

A assistência secundou com entusiasmo as últimas palavras do orador, que foi em seguida muito aplaudido.
O Sr. Presidente da República leu então a seguinte mensagem:

Srs. Presidentes da Assembleia Nacional e da Câmara Corporativa; Srs. Deputados e Dignos Procuradores:
Saúdo em VV. Ex.ªs os ilustres representantes da Nação e agradeço-lhes a bondade das palavras que em vosso .nome acabam de ser-me dirigidas.
Ao ser investido na suprema magistratura do País não quero deixar de significar a minha profunda gratidão pela forma por que ele se manifestou ao momento melindroso em que teve de eleger o inovo Chefe do Estado. Procurarei corresponder à confiança que em mim depositaram pondo toda a minha boa vontade e todo o meu patriotismo ao serviço da Nação, com a ambição única de contribuir para o bem e prosperidade dos Portugueses.
Desejo ardentemente que em minha volta se reunam todos os que tiveram a honra de nascerem terras de Portugal, sem distinguir raças, religiões ou ideias, e que no Chefe do Estado vejam segura garantia do prestígio e da continuidade da Pátria. Os povos só prosperam e são fortes quando, espiritualmente unidos, formam um bloco sólido e homogéneo, invulnerável às investidas do tempo e dos homens.
A época em que vivemos, tão perturbada e de futuro tão incerto, não nos permite -nem às mações nossas amigas - dedicar energias e haveres exclusivamente ao bem-estar das populações; é mister que nos apetrechemos para enfrentar os perigos que aios ameacem. No entanto, apesar das dificuldades que o Mundo atravessa, em Portugal as grandes realizações de toda a ordem têm podido continuar num ritmo que deve satisfazer os mais exigentes; e, em passo tão difícil da vida nacional, realizaram-se ou estão em curso importantíssimos trabalhos públicos, que contribuirão, sem dúvida, para elevar o nível de vida do nosso povo. Não seria possível tal situação se não estivéssemos preparados com uma orgânica do Estado que não facilita a divisão dos valores nacionais, nem permite que as energias da grei sejam consumidas em lutas estéreis. A sensata reflexão da nossa gente mostrou mais uma vez, na última consulta ao País, que todos - indivíduos ou famílias, na metrópole ou no ultramar - desejam continuar a viver habitual e pacificamente a sua modesta mus progressiva existência.
Está assegurada a paz interna onde quer que flutue a nossa bandeira. Mas Portugal, que não vive isolado do Mundo, tem de compartilhar das responsabilidades e riscos que pesam sobre o grupo de nações a que está ligado; e tal facto obriga o País a preparar-se moral e materialmente para satisfazer os compromissos que as circunstâncias internacionais impuserem. As nossas gloriosas forças armadas do mar, terra e ar adestram-se sem olhar a sacrifícios para poderem cumprir a alta missão que lhes compete, na defesa do património nacional e da civilização que tanto ajudámos a criar.
Espero em Deus que as precauções tomadas pelos países do Ocidente serão suficientes para evitar que o Mundo - mal curado ainda de recentes feridas - seja lançado no mais sangrento e devastador conflito. Por nossa parte continuará a ser constante aspiração vivermos nas melhores relações com as nações amigas e por essa forma contribuirmos para a boa compreensão entre os povos, facilitando as condições em que a paz possa existir e consolidar-se duradouramente.
Srs. Deputados e Dignos Procuradores: o juramento que prestei perante Deus e perante os homens ficou profundamente gravado no meu espírito e na minha consciência. Não esquecerei que passei a ser o chefe de um grande povo, que, através de longa e gloriosa vida, escreveu páginas das mais brilhantes da história da Humanidade.

Palmas e aclamações vibrantes.

O Sr. Presidente da Assembleia Nacional, em nome de S. Ex.ª o Sr. Presidente da República, declarou encerrada a sessão.
O Chefe do Estado retirou-se então da Sala das Sessões com o mesmo cerimonial da entrada.

Eram 10 horas e 4ô minutos.

Srs. Deputados presentes à sessão:

Abel Maria Castro de Lacerda.
Adriano Duarte Silva.
Afonso Eurico Ribeiro Cazaes.
Alberto Cruz.
Alberto Henriques de Araújo.
Albino Soares Pinto dos Reis Júnior.
Alexandre Alberto de Sousa Pinto.
Américo Cortês Pinto.
André Francisco Navarro.
António Abrantes Tavares.
António de Almeida.
António Augusto Esteves Mendes Correia.
António Bartolomeu Gromicho.
António Calheiros Lopes.
António Carlos Borges.
António Cortês Lobão.
António Joaquim Simões Crespo.
António Júdice Bustorff da Silva.
António de Matos Taquenho.
António Pinto de Meireles Barriga.
António Raul Galiano Tavares.
António dos Santos Carreto.
António Sobral Mendes de Magalhães Ramalho.
António de Sousa da Câmara.
Artur Proença Duarte.
Augusto César Cerqueira Gomes.
Avelino de Sousa Campos.
Carlos de Azevedo Mendes.
Carlos Mantero Belard.
Carlos Monteiro do Amaral Neto.
Carlos Vasco Michon de Oliveira Mourão.
Castilho Serpa do Rosário Noronha.
Daniel Maria Vieira Barbosa.
Délio Nobre Santos.
Diogo Pacheco de Amorim.
Elísio de Oliveira Alves Pimenta.
Ernesto de Araújo Lacerda e Costa.
Francisco Cardoso de Melo Machado.
Francisco Eusébio Fernandes Prieto.
Frederico Maria de Magalhães e Meneses Vilas Boas Vilar.
Gaspar Inácio Ferreira.
Gastão Carlos de Deus Figueira.
Henrique Linhares de Lima.
Henrique dos Santos Tenreiro.
Jaime Joaquim Pimenta Prezado.
Jerónimo Salvador Constantino Sócrates da Costa.
João Carlos de Assis Pereira de Melo.
João Cerveira Pinto.
João Luís Augusto das Neves.
Joaquim Dinis da Fonseca.
Joaquim Mendes do Amaral.
Joaquim de Moura Relvas.
Joaquim de Oliveira Calem.
Joaquim de Pinho Brandão.