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5 DE FEVEREIRO DE 1955 529

inteiro conhecimento de causa, pois sei que as verbas aplicadas têm sido despendidas de acordo e com a comparticipação dos respectivos exportadores.
A propaganda nos Estados Unidos tem de ser planeada, executada nos meios mais convenientes e através de organizações apropriadas. E esse é o motivo por que se está pondo toda a cautela e todo o cuidado na elaboração do plano respectivo.
Os que se interessam pelo desenvolvi mento da exportação portuguesa não podem, deixar de congratular-se com a tentativa que vai fazer-se para abrir o mercado americano à colocação regular dos nossos vinhos, conservas e outros produtos.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: -10 000 contos anuais é já, dentro dos nossos recursos, uma verba assaz importante para começar uma campanha de propaganda. E o nosso voto é que ela se inicie, prossiga e traga à economia do País os mais frutuosos resultados.
É evidente que este esforço de propaganda e reclamo tem de ser completado com um esforço sério do comércio, defendendo a boa qualidade dos produtos e evitando o aviltamento de preços, tão ruinoso e nocivo u própria produção.

O Sr. Daniel Barbosa: - Como fui uma das pessoas que fizeram essa observação - e sem querer discutir o valor dos 10 000 coutos, que é grande dentro da modéstia dos nossos recursos, mas de que não sei qual o valor dentro da propaganda americana - permita-me V. Ex.a uma interrupção. Percebi V. Ex.a dizer que a propaganda exigirá um plano de trabalho paralelo. Portanto, V. Ex.a afirma que se vai sair de acções demasiadamente centralizadas para as apoiar devidamente naqueles organismos que de facto conhecem os problemas do mercado interno e sabem como se devem comportar no estrangeiro.

O Orador: - Exactamente.

O Sr. Teixeira de Sousa: - Eu ainda quero acrescentar um outro ponto, que ontem foi aqui focado: é que a propaganda tem de facto interesse, mas só pode produzir o efeito que nós pretendemos se tiver uma organização comercial adequada a apoiá-la, e não serve de nada fazer a propaganda sem que exista essa organização comercial adequada cá e lá, para efeito da exportação do nosso vinho.

O Orador: - Tanto V. Ex.a como o Sr. Deputado Daniel Barbosa estão exprimindo as suas opiniões, que não abalizadas, pois VV. Ex.as foram: um, vice-presidente da Junta Nacional do Vinho; outro, Ministro da Economia. Estou certo de que tudo se há-de passar no sentido de dar o máximo rendimento.
Admito até que essa verba de 10 000 contos não venha a ser gasta no corrente ano, por não haver tempo de estudar e pôr em prática o plano com todo aquele cuidado e cautela que ele merece; mas estou convencido de que as entidades competentes tomarão em couta todas as sugestões que lhes forem apresentadas pelos organismos competentes, pelos Deputados e por todos os elementos representativos da nossa exportação, no sentido de se poder tirar a máxima eficiência das verbas que vão ser aplicadas.

O Sr. Daniel Barbosa: - Estou convencido de que certos organismos, como a Junta Nacional do Vinho e outros, dispõem de magníficos elementos que possam habilitar quem de direito u gastar com garantia as respectivas verbas.

O Sr. Melo Machado: - Felicito-me por ter provocado uma tão larga discussão, pois ela é de grande importância para a economia do País.

O Orador: - Sr. Presidente: aludiu-se também no debate à perda do nosso mercado do Brasil, para onde tradicionalmente se exportavam quantitativos importantes de vinhos generosos e vinhos comuns.
Dos seguintes dados estatísticos podemos ver qual foi a nossa exportação de vinhos para o Brasil nos anos de 1952, 1953 e 1954 (não incluindo ainda o mês de Dezembro), comparativamente com os anos de 1946 e 1947, que foram os dois anos de maior exportação:

Exportação de vinho para o Brasil (a)

(ver tabela na imagem)

a) Excluídas as quantidades que nalgumas espécies, por insignificantes, estão incluídas na rubrica «Outros países»
b) Não inclui o mês de Dezembro.