O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

24 DE MARÇO DE 1955 672-(145)

O significado das cifras

14. Não é este o lugar para analisar pormenorizadamente as cifras dos quadros.
É necessário ser cuidadoso no seu significado e ter em conta os desvios, que, em assunto desta delicadeza, podem ocasionai1 erros do interpretação.
Os depósitos não constituem todas as medidas riu saúde financeira e económica de um pais e é preciso ponderar outros elementos e índices antes do decidir sobre o significado da sua evolução flutuações período do flutuações monetárias como o que1 veio desde 1938 até agora.
Mas com Iodas as restrições impostas pelo que acaba de só escrever -toldo até em conta as disponibilidades financeiras depositadas pelo Estado, medidas pêlos saldos anuais da conta que impropriamente se designa por dívida flutuante, além dos depósitos obrigatórios, pelo menos os das rubricas que não oferecem grandes variações de ano para ano, e tendo ainda em consideração os possíveis erros ou inconsistências do índice de preços de 1927-, os resultados obtidos não satisfazem as necessidades reais do País.
Eles mostram como é superficial e falaz a afirmação de prosperidade, de aumentos de riqueza, pelo menos em termos reais, e até de abundância de disponibilidades monetárias em relação às exigências da maioria. Longe disso, os números mostram incertezas, sobressaltos, graves deficiências. A irregularidade na capitação de depósitos em lermos reais exprime as desenvolver de uma economia que necessita de se desenvolver em bases mais estáveis e não pode estar sujeita apenas a flutuações nos preços deste ou daquele produto, que às vezes atingem percentagens muito grandes cm relação ao normal.
O exame dos preços do volfrâmio e outros minérios durante a guerra, do café e da cortiça, e outros produtos depois dela, que em conjunto auxiliaram consideravelmente o equilíbrio da economia nacional em anos difíceis, indica a necessidade de se alargarem as actividades ao maior número possível de produtos susceptíveis de remuneradoramente se produzirem em território nacional, quer na agricultura quer na indústria. Deste modo se obterá, além de melhor equilíbrio no sector económico, aia parte relativa à balança de pagamentos e emprego, uni nível de vida mais regular e saudável, tanto quantitativa como qualitativamente.

Número de depósitos

15. A evolução dos depósitos voluntários, à ordem ou a prazo, para ser melhor compreendida, necessita de ser também vista por outro prisma.
Qual o quantitativo médio do depósito nas caixas económicas nos bancos?
Conhecido o numero de depósitos nos estabelecimentos de crédito e o quantitativo total dos depósitos, poderá facilmente determina-se em cada ano o grau de concentração dos meios monetários, quer dizer a média de disponibilidades à ordem, no caso dos depósitos voluntários.
Este conhecimento dará ideia geral do grau de concentração da riqueza. É evidente que na medida da formação do depósito, ano a ano, também se dá o fenómeno do investimento -quer dizer, na medida da concentração do valores expressos em depósitos também se dá a sua transferência paru o investimento- para a compra de propriedades ou de títulos, incluindo os do Estado, para emprego em melhorias fundiárias outras. Parte deste investimento constitui simples transferências sem efeito no conjunto, mas outra parte representa naturalmente acréscimo nos agentes produtivos.
Não é este o aspecto focado nesta análise. O conhecimento do número de depósitos nos estabelecimentos de crédito indicaria, o grau de concentração unitário.
Se para a boa resolução dos problemas nacionais há vantagem em mais adequado nível na distribuição dos rendimentos, de modo a serem possíveis melhorias no poder de compra, a evolução unitária do depósito permite ajuizar, embora grosso modo, a evolução dos rendimentos - dada a série de anos susceptíveis de serem analisados.
Esta questão dos níveis unitários de depósitos tem, por consequência, maior importância do que a capitação acima obtida.
Não pareço ser fácil obter os elementos necessários à sua determinação, por não serem publicados os números de depósitos, no conjunto e por escalões. Haveria vantagem em que fossem conhecidos.

APÊNDICE II

Explorações agrícolas a norte do Tejo

1. No parecer dos Coutas relativo ao ano de 1952 procurou-se estudar o regime de exploração agrícola no Sul do Tejo, utilizando os elementos coligidos no inquérito às exportações agrícolas do continente (províncias do Ribatejo, Alto Alentejo, Baixo Alentejo e Algarve). Também se utilizaram alguns resultados do IX Recenseamento Geral da População, tomo III, 1950.
Este ano procurar-se-á completar o estudo com os elementos já conhecidos relativos às províncias compreendidas entre o Tejo e o Douro, incluindo alguns concelhos, situados a norte deste rio, pertencentes ao distrito do Porto.
O regime de propriedade nesta zona do País tem características completamente diferentes das do Sul.
As áreas das explorações agrícolas são incomparavelmente menores e o número de proprietários muito maior. Por outro lado, a exploração, na grande maioria dos casos, exerce-se em parcelas dispersas.
Na zona a norte do Tejo vive a maior parte da população portuguesa, até excluindo a dos centros urbanos de Lisboa e Porto e povoações limítrofes.

Características demográficas

2. O censo da população do 1950 mostrou que as cinco províncias da Beira Alia, Beira Baixa, Beira Litoral, Douro Litoral e Estremadura continham mais de metade da população portuguesa (4 849 000 almas, ou 3 873 000, se forem excluídas as cidades de Lisboa c Porto). A área, contudo, anda à roda de um pouco mais de um terço do total.
Não obstante as altas densidades do Norte (Minho) e das ilhas adjacentes, a população das cinco províncias agora consideradas atinge uma proporção elevada do agregado nacional.