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792 DIÁRIO DAS SESSÕES N. 91

Assim, escreveu o monarca na mesma carta:

Hoje, mais do que nunca, a Causa Nacional tem de sor composta dos Monárquicos e dos Católicos. Mais do que nunca, hoje só a Monarquia pode dar à nossa Santa Religião a indispensável e completa liberdade; como católico praticante e cheio de fé, como português que tanto ama a sua Pátria, como Rei Fidelíssimo cônscio dos seus deveres, assim o penso e, com a ajuda de Deus e da Padroeira do Reino, assim o farei.

Numa outra longa curta, datada de 10 de Agosto de 1925, em que el-rei D. Manuel aprecia as actividades republicanas de certos elementos católicos e versa o problema candente do chamado Centro Católico, refere--se o seu autor nos seguintes termos ao conselheiro Fernando de Sousa:

Deverá, como acima digo, falar especialmente com o Conselheiro Aires de Orneias e D. Tomás de Vilhena. Para si, meu querido Fernando de Sousa, que tanto tem sofrido pela nossa Religião e pela Causa do Rei Fidelíssimo, com uma abnegação, coragem e dedicação inexcedíveis, esta carta deve apenas ser considerada como uma prova da minha absoluta confiança e da minha grande e profunda estima.

Também a propósito da campanha violentamente desencadeada por certos elementos contra o jornal a Época e o sen director, a rainha D. Amélia, em carta que lho dirigiu em 4 do Março de 1925, escreve:

Não é de hoje que sigo com mágoa essa deplorável questão -refere-se à questão que se levantou com a chamada política do Centro Católico - que só aproveita aos inimigos da Igreja e da nossa Causa que é a da Nação. Tem-me indignado a perseguição feita à Época, que com tanta coragem, elevação e abnegação tem defendido a Religião e a Igreja; para isto todos os riscos, e os maiores, tem corrido o seu Director e amargamente tem sofrido as consequências da sua dedicação; mas não é de hoje, meu caro Fernando de Sousa, que não sabe transigir com os seus princípios.

Como a saudosa e grande rainha conhecia e admirava o carácter integro do grande lutador!
E não resisto a referenciar ainda a carta que a mesma excelsa senhora, alanceada de profundas dores morais, dirigiu a Fernando de Sousa, em 11 de Julho de 1932, pouco após o falecimento do seu augusto filho, o rei D. Manuel:

É a sua uma carta de amigo que sente as minhas tão cruéis dores e amarguras.
E são o sentimento e o amparo de amigos fiéis que, aliados à minha fé e conformidade com altos desígnios de Deus, me dão alento para ir suportando a tão pesada cruz que a Providência faz pesar sobre mim ... Teve o meu caro Fernando de Sonsa a iniciativa tão justa de lançar a ideia de que os restos mortais de El- Rei, meu tão querido Filho, fossem repousar em terra de Portugal, que Ele tanto serviu e amou. Esse acto de piedade e justiça vai realizar-se e eu comovidamente agradeço a sua ideia e a sua iniciativa, bem como a forma justa e generosa como o Governo procedeu, afirmando-lhe que isso fala bem alto. embora bem dolorosamente, ao meu coração amargurado de Rainha e Mãe. Bem hajam!

Vozes: - Muito bem !

O Orador: -Sr. Presidente: esta carta, mais do que pelas justas referências ao meu biografado de hoje, sobressai ainda pela maravilhosa beleza de inspiração e de forma que tal documento representa e dá-nos em plena luz o retrato fiel da bondosa e inteligente senhora que foi a rainha D. Amélia.
Seria longa a narrativa de homenagens e de louvores prestados a Fernando do Sousa através de livros, de jornais e de cartas.
Não devo alongar-me, e, por isso, farei somente mais duas citações, também inéditas, ao que julgo: uma de S. E. o Sr. Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Manuel Gonçalves Cerejeira; a outra de S. Ex. o Presidente do Conselho, Sr. Doutor António de Oliveira Salazar.
Escreveu o Sr. Cardeal-Patriarca, ao agradecer os cumprimentos que o conselheiro Fernando de Sousa lhe dirigira, em seu nome e no de A Voz:

Muito gratos me foram (os cumprimentos e protestos de respeito e obediência), embora não constituíssem surpresa para quem segue com tanto interesse e agradecimento a sua dedicação à Igreja e à Pátria.

E a seguir formula sinceros votes de restabelecimento que lhe permita retomar ca sua operosa vida».
Palavras deste teor e provindas de tão alto, como elas devem ter sido bálsamo e consolação a tantos golpes vibrados e a tantas feridas sofridas pelo operoso lutador!

Vozes: - Muito bem !

O Orador: - Terminava citando algumas expressões de uma carta escrita de Coimbra e dirigida ao conselheiro Fernando de Sousa pelo então ainda só professor Doutor Oliveira Salazar, já vão passados trinta e tantos anos.
Assim -entre outras expressões- se lhe dirige quem nessa altura gozava já de um alto prestigio como mestre universitário e de marcado relevo na luta pela reabilitação nacional:
As suas altas qualidades de cidadão e de católico; o sen merecimento de jornalista e mestre dos nossos jornalistas; a sua vida de trabalho e enormes sacrifícios a causa da religião; a dedicação h Igreja, de que a sua vida tem sido um nobre exemplo ...

Que mais do que aquilo que fica dito será preciso, Sr. Presidente, para enaltecer o nome do conselheiro Fernando de Sousa?!

Vozes: - Muito bem!

O Orador:-Poucos dias após eu ter decidido levantar neste lugar a minha voz para recordar a figura do grande jornalista li a grata notícia que me coloca um boa e qualificada companhia: a de que o sindicato dos jornalistas portugueses projecta comemorar o acontecimento.
Seria honroso para um velho e desconhecido colaborador dos jornais - que, ainda jovem, sofreu o influxo aliciante da imprensa, criando e dirigindo em Coimbra um semanário académico e ajudando a fundar outro, e que mais tarde se viu atirado, por mão amiga de ura mestre inesquecível, para as responsabilidades de director do Diário Nacional - seria honroso, dizia eu, alinhar na homenagem dos jornalistas, cuja acção muito prezo e gostaria de ver sempre cada vez mais valorizada e defendida.
E, se esta Assembleia estivesse em funcionamento em 30 de Maio, bem gostaria eu que desta tribuna saísse a minha voz em coro comum com os jornalistas portu-