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14 DE DEZEMBRO DE 1955 169

das Obras Públicas; comoveu-se com a espontaneidade a seriedade e a generosidade do ilustre governante e serve-se das minhas palavras como de mais uma via para aqui proclamar um agradecimento e uma confiança altos e firmes, bem saídos do coração.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Nenhuma vez como este me soube representar na Assembleia Nacional a velha e sempre trabalhadora cidade do Porto. Sei que trago uma mensagem exacta e larga, vinda dos mais diferentes sectores, e na valorizarão que o Sr. Ministro quer dar ao Porto rasgando-lhe amplos acessos, abrindo-lhe vastos respiradouros, alindando-lhe praças e ruas, acordando-o, enfim, de tão longo sono. alegra-me ter ensejo para celebrar um bom sentido político.
Anda apagada, a nossa vida local. Têm ido tristemente desaparecendo os núcleos regionais que mantinham pelo País fora as suas diferenças específicas e constituíam uma preciosa reserva de valores espontâneos.
Destruiu-os ou desagregou-os a rasoeira de um centralismo progressivo, quer nivelando os menos dotados, quer seduzindo os outros para lugares de melhor fortuna. E não foram só os fios da administração pública que se ataram em dependência cada vez mais estreita, perderam a autonomia e a responsabilidade dos circuitos isolados e ficaram em inteira subordinarão do Poder Central
Vão sendo as próprias empresas particulares que se canalizam e se fixam ao redor da capital, no objectivo do uma grande concentrarão, até porque é mais cómoda e mais tentadora a vida dos seus conselhos administrativos.
Vale a pena denunciar o fenómeno quando se anda á procura de bons critérios que decidam a localização de certas indústrias. E boa hora para se meditar no caminho em que tantos teimam de concentrar a nossa vida fabril num cinturão que envolva a capital.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - O fenómeno repetiu-se já por outros países, que hoje olham contritos o erro cometido.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Está longe a República Argentina, onde o governo de Perón fez de Buenos Aires e seus subúrbios um empório superpovoado e super industrializado, desequilibrando as características económicas fundamentais tio país, reduzindo a vida agrária, tornando quase deficitária a opulenta produção cerealífera.
Mas está perto a França, com o problema angustioso da sua capital: à volta de Paris deixaram proliferar uma indústria -em massa, que hoje levanta dificílimas equações demográficas, sanitárias, habitacionais, de trânsito, de comunicações, de acesso e de escoamento de matérias e de produtos. Vozes autorizadas pugnam agora de todos os lados para que se descongestione a capital, se desloquem empresas, se valorizem os recursos departamentais, e confesso que, passando há meses por Paris, salientemente me impressionaram as duras razões com que Pierre Gaxote na tribuna do Fígaro, bradava à inteligência de governantes e governados.
Vejo na atitude do Sr. Ministro das Obras Públicas um passo decidido para que o erro se não firme entre nós. Melhorar, engrandecer, embelezar as terras da província é dar-lhes condições de progresso e de riqueza, aumentar-lhes a vida. E é também - porque havemos de esconde-lo regressar ás boas fontes do nosso movimento doutrinário que arrancou das verdades naturais e das realidades locais contra a asfixia central e contra a ilusão igualitária.

Vozes: - Muito bem. muito bem!

O Orador: - Os meus agradecimentos ao Sr. Ministro das Obras Públicas em nome da cidade do Porto, e por ela e por causa dela em nome de todas as terras que formam este nosso querido Portugal, todas abraçadas nus mesmos deveres e nos mesmos direitos.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bom, muito bem!

O Sr. Urgel Horta: - Sr. Presidente: numa das nossas últimas intervenções parlamentares afirmámos, neste lugar, que o período de grandes realizações para o Porto iria ter muito em breve o seu inicio, pois sabíamos que todos os esforços e todas as vontades se congregavam para que todos os esforços e todas as vontades se congregavam para que assim sucedesse. Não nos enganámos na afirmação produzida e os factos eloquentes atestam a verdade em que assentavam as expressões por nós usadas. As grandes obras não surgem milagrosamente; não se afectam ao saber do acaso.
A sua concepção, o seu estudo, a sua execução, necessitam de tempo para poderem ser delineados, estruturados, dentro de uma planificação que não admite improvisações e que assentando nos moldes da maior seriedade técnica seja um forte motivo de louvor merecido para todos quantos deram o seu esforço inteligente em favor do seu levantamento.
As proveitosas realizações que no Porto estão a ser executadas, e que vão iniciar-se, são o produto de largos anos de persistente estudo, de inúmeras canseiras, de aturados esforços, despendidos nos organismos técnicos municipais e do Estado, por aqueles que aí mantém a sua actividade criadora e realizadora.
As inquietações, ás insatisfações, aos desânimos, às dúvidas, sucedem - e com que alegria o sente o povo tripeiro! - a fé, a confiança, a certeza numa tarefa de engrandecimento da Cidade Invicta, na efectivação das grandes iniciativas em todos os campos, que muitos e contínuos anos de trabalho nos proporciona no momento próprio, o momento que esperávamos.
Sr. Presidente: nunca os Trovemos podem esquecer-se do que vale e do que representa o Porto, cidade detentora de um passado marcante, em todas as manifestações de grande, burgo, comercial, artístico e científico.
Terra onde o trabalho é honra, dignidade, nobreza.
Onde o carácter é moldado nas mais altas virtudes da grei e amor á Pátria. E vive na exaltação das suas glórias, caldeado nas façanhas heróicas dos seus filhos jamais mostrando, no exteriorizar do seu sentimento, sombra de ingratidão falta de reconhecimento por aqueles que ao seu progresso souberam dar todo o seu fervoroso e inteligente labor.
Neste instante, nós que muito nos orgulhamos e honramos de ma Assembleia Nacional representar o Porto e o seu distrito, não podemos deixar de prestar calorosa e sincera homenagem ao Governo pelo vivo interesse que presentemente vem manifestando poluí progressos da grande Cidade Invicta.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - O -Sr. Ministro das Obras Públicas com uma larga visão, com conhecimento exacto das