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DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 108 172

Delas se conclui estar o Governo firmemente decidido a contribuir com largueza para a efectivação de um vasto plano de melhoramentos, incluindo nele a urbanização de uma larga zona da cidade que se relaciona com essa obra grandiosa que é a ponte da Arrábida.
Essa ponte é uma velha aspirarão da cidade, de que se fez eco nesta casa do Parlamento pela primeira vez á cerca de sessenta anos um Deputado pelo Porto, que então apresentou um minucioso estudo sobre as possibilidades financeiras da sua realização, que tecnicamente já então se considerava viável.
Sucederam-se muitos anos de quase completa paralisação na, capacidade realizadora, do Estado, pois que as melhores intenções e energias se perdiam um estéreis lutas políticas, de que ainda restam alguns raros saudosistas.
No entanto, pelo decorrer do tempo, a construção da ponte da Arrábida passou a ter para, a população portuense um sentido quase lendário, direi mesmo mitológico, por inacessível a sua realização.

O Sr. Bartolomeu Gromicho: - Tal como a ponte sobre o Tejo.

O Orador: - E, por coincidência curiosa, cabe-me a mim, deste lugar, testemunhar ao Governo o nosso reconhecimento pela efectivação agora prevista a curto prazo dessa obra de alta importância para o País, insistentemente pedida sessenta anos atrás por esse Deputado pelo Porto a que aludi e que era meu pai. Hoje, no entanto, com a prática instituída de nada deixar a improvisações ou a realizações desconexas, vai-se muito mais longe na efectivação de obras de vulto como esta, pois desde logo ela se integra em planos completo" e de conjunto que grandemente a valorizam, aumentando a sua eficiência e reduzindo o seu custo global.
Ora, é justamente por esse plano de conjunto anunciado pelo Sr. Ministro das Obras Públicas que lhe endereçamos os nossos melhores agradecimentos.
Não quero, Sr. Presidente, terminar estas minhas breves palavras salientar como será facilitada a execução desse vasto plano de melhoramentos pelo concurso valioso e competente, colaboração do Sr. Presidente da Câmara Municipal do Porto, a quem presto as minhas homenagens.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Depois de longos anos de paciente expectativa. o Porto está neste momento de parabéns altos benefícios que se esperam da acção decidida do Governo oficialmente anunciada.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Furtado de Mendonça: - Sr. Presidente: ao usar da palavra pela primeiro vez nesta sessão legislativa não quero deixar de reiterar a V. Ex.ª os meus respeitosos cumprimentos.

Sr. Presidente: desejo associar-me ás palavras de homenagem e agradecimento dirigidas pêlos meus ilustres colegas Deputados pelo distrito do Porto a S. Ex.ª o Ministro das Obras Públicas, engenheiro Eduardo de Arantes e Oliveira; mas, ao fazê-lo, vejo-me dominado por dois sentimentos disparos: um é o receio de por deficiência minha, ofuscar o brilho com que se houveram os meus antecessores; outro é a certeza de que faltaria ao mais elementar dos deveres se me conservasse em silêncio.
Fui daqueles que muito e muito apreciaram a visita que S. Ex.ª se dignou fazer à cidade, do Porto em Setembro do corrente ano e as provas de demonstração do seu maior empenho em resolver os problemas cuja solução a. capital do Norte há muito espera e ... já havia quase desesperado de alcançar!
A descrença que acabara por invadir a alma dos Portuenses, perturbada por tão justificados desejos de progresso, acarretara forte desânimo, acompanhado de um intenso mal-estar colectivo, que exigia tratamento enérgico.
S. Ex.ª teve condão de inspirar confiança ao docante e para tanto empenhou a sua rara inteligência, o seu alto saber, a sua vontade decidida!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Da sorte, o velho Porto recuperou novas energias, e por isso os seus eleitos junto desta Câmara, certos de interpretar os votos do sen coração, agradecem a S. Ex.ª tudo quanto já fez e tudo quanto prometeu fazer -e. sem dúvida, fará pela rápida solução dos justos problemas que apoquentam o velho burgo portuense, e cujos enunciados desenvolvimento e chave S. Ex.ª muito bem conhece e a eles aludiu coou proficiência.
Não vou descrevê-los, nem sequer resumir a sua enumeração, já aqui reproduzida pelos meus ilustres antecessores; mas, porque se trata de velhas e legítimas aspirações, urge, sem dúvida, satisfazê-las, umas prontamente, outras escalonadas em anos sucessivos, em obediência a planos preestabelecidos.
Temos a certeza de que, graças a decisão revelada por S. Ex.ª e em cumprimento das suas palavras, o ritmo de execuções vai ser acelerado, quer se trate dos empreendimentos a cargo exclusivo do Ministério das Obras Públicas, quer dos que o Município pretende realizar com subsídios a conceder por aquele departamento do Estado, subsídios estes que, para estímulo do meritório trabalho do ilustre presidente da Câmara, deviam ser convenientemente reforçados, parecer, aliás, tenham emitido pelo próprio Ministro.
Sr. Presidente: - os Portuenses registaram então, com manifesto agrado, as palavras que S. Ex.ª proferiu no seu oportuno e muito apreciado discurso e conservam-nas bem vivas na memória.
O Sr. Ministro disse, perante numeroso e altamente representativo auditório:
... poder afirmar o interesse e carinho tão especiais com que o Governo, pela mão firme e competente do seu insigne Chefe, acompanha os legítimos anseios do progresso do nobre burgo portucalense e se esforça por lhe dar metódica satisfação...

E acrescentou, dirigindo-se ao dedicado presidente da Câmara da Cidade Invicta:

Repito-lhe aqui a firme promessa da continuação do meu incondicional interesse e do meu apoio dedicado em tudo que possa servir a sua estrénua luta em favor do engrandecimento da nobre cidade do Porto.
Tais palavras são firme garanti de que chegou a hora do Porto, de que o Governo vai por fim, satisfazer os legítimos anseios da capital do Norte.
Bem haja o Sr. Ministro!
Bem haja o Governo da Nação!
Bem haja Salazar!
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.