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26 DE NOVEMBRO DE 1958 56-(105)

Às suas cotações nas grandes bolsas de mercadorias do Mundo atingiram em 1947 níveis compensadores, e a partir de então e até 1952 os seus piemos subiram, acompanhando a alta dos géneros chamados coloniais, que dominam, posteriormente, todos os mercados internacionais.
Porém, foi o sisal uma das primeiras matérias-primas onde se verificou uma queda violenta de cotações. O excesso da produção sobre a procura, resultante de uma elevada produção de sisal brasileiro, deu lugar a uma queda vertical de pouco menos de 20.000$ para uma média anual de 5.000$ por tonelada em 1955 e para 4.990$ em 1956.
Todavia, a produção tem aumentado: na sua quase totalidade, ao que parece, os plantadores de Moçambique utilizaram os elevados lucros dos passados anos das altas cotações para apetrechar as suas fábricas, modernizar os sistemas de transporte e levar a cabo um vasto programa de edificações. Sob a orientação da Associação dos Produtores de Sisal, os plantadores têm mesmo coordenado a sua acção, contribuindo deste modo para uma eficaz defesa do sisal de Moçambique nos mercados externos.
A produção de oleaginosas mantém também um lugar destacado entre as actividades agrícolas de Moçambique: a cultura do coqueiro é sem dúvida a mais valiosa de todas as actividades agrícolas dos indígenas, com excepção dos géneros de consumo e das que praticam sob orientação europeia. Dos 10 milhões de coqueiros que se presume existirem na província -com um valor que anda à volta de 1 500 000 contos -, 4 milhões são propriedade de grandes empresas, l milhão de pequenos colonos e 5 milhões são pertença de cerca de 300 000 indígenas.
A castanha de caju é, em regra, produto colhido pêlos indígenas nos cajueiros espontâneos -que tão frequentes são nas matas do Norte da província- e depois vendido ao comércio do mato, para posterior exportação, por intermédio das casas exportadoras indianas da província. Foi há anos constituída uma empresa para aproveitamento local da castanha de caju, mas a indústria encontrou, porém, grandes dificuldades na mecanização do descasque, de forma que está hoje a funcionar com base no descasque manual, o que tem como resultado um muito menor rendimento do que inicialmente se previa.
Por sua vez a cultura do chá. hoje também uma das de maior importância na vida económica da província, que se situa em terrenos de altitude -de clima de constante humidade e relativamente frio no Estio -, ocupa uma área que ultrapassa os 12 000 ha, dos quais, porém, devido a circunstâncias várias, só 7500 ha se encontram em plena produção.
A cultura da cana sacarina c sua industrialização é também uma das mais importantes actividades económicas da província, quer pelo volume de capitais investidos e elevado numero de trabalhadores que absorve, quer ainda pelo valor dos seus produtos: açúcar e álcool.
A cultura do tabaco, por sua vez, está concentrada nos distritos do Norte da província. Ela beneficiou com a inauguração em 1955 do proctolo da Malema, embora os resultados obtidos até agora não sejam ainda os que parecia poder esperar-se desse melhoramento.
Todavia, pela natureza e pêlos vastos mercados que se poderiam abrir aos tabacos de Moçambique - sensivelmente iguais, se não melhores, do que os da Rodésia do Sul -. esta cultura parece estar .indicada para contribuir para a intensificação da exportação de Moçambique.
Das culturas de géneros de consumo indígena, além da mandioca e do amendoim, merecem referência especial a do arroz e a do milho.
A cultura do arroz faz-se dentro de um regime que se aproxima do que vigora para o algodão. Por esse motivo, a orizicultura, embora antiga na província, só lá alcançou grande desenvolvimento depois que, por virtude daquele regime, se fizeram as demarcações das áreas de cultura onde o concessionário tem o exclusivo da compra para descasque do cereal.
Todavia, verifica-se em Moçambique um fenómeno semelhante ao que se deu na metrópole e na Guiné: a cultura do arroz não conheceu dificuldades até ao auto-abastecimento da província. Ultrapassadas que foram, porém, as forças da procura interna, logo se debateu, e debate, com os problemas que resultam da existência de excedentes para os quais se não descortina comprador. Macau, o Estado da índia e a União Sul-Africana eram mercados em potencial. Mas o comércio internacional de arroz tornou-se difícil, não sendo raros os produtores que ao mais leve desequilíbrio entre a produção e o consumo se mostram dispostos a fazer pesados sacrifícios para vender.
O exame retrospectivo do ano orizícola de 1907 permite-nos verificar ter-se vivido um ano normal, nem bom nem mau. em que as culturas se fizeram, ao que parece, sem sobressaltos de cheias ou pragas, com chuvas um tanto atrasadas, mas regularmente distribuídas nos dois primeiros trimestres e escassas na outra metade do ano, sobretudo no último trimestre.
A produção transaccionada em 1957 atingiu as 29 000 t, contra 30 000 t verificadas no ano anterior. Produção insuficiente, ao que parece, consideradas as necessidades crescentes de consumo interno, que foram, respectivamente nos anos de 1955. 1956 e 1957, 'de 13 400 t, 17 700 t e 22 000 t de arroz descascado.
A exportação, como se viu, absorveu em 1957 cerca de 3000 t, contra 4300 t no ano anterior. As 25 000 l laboradas durante o ano provieram de 38 500 t de arroz em casca, cuja existência proveio em grande parte de reservas existentes. Inverteram-se portanto em 1957 os situações atrás referidas de oferta e procura, passando-se de uma pseudo-superproducão para uma procura crescente, não só do mercado interno como também dos mercados exteriores.
A maior solicitação externa veio acompanhada de subida gradual dos preços no mercado internacional, de que infelizmente a província não está em condições de beneficiar por não ter arroz para exportar.
A cultura do milho deu lugar a produções que no Centro da província atingiram duas centenas do milhares de sacos: segundo números do Grémio dos Produtores de Cereais do Distrito da Beira, a produção do milho foi por parte dos agricultores europeus de 150 000 sacos e por parte dos indígenas de 60 000 sacos.
Todavia, a técnica agrícola destes últimos continua a ser muito rudimentar, mantendo-se, no entanto, de uma maneira geral, uma certa tendência para melhoria nas práticas do cultivo em toda a província.
A fruticultura - bananas e citrinos - teve um ano satisfatório, mau prado uma redução nas exportações de bananas paro a África do Sul.
A cultura de citrinos continua a desenvolver-se, ampliando-se as exportações a um ritmo animador, pois a sua campanha encerrou-se com um total de 11.7 746 caixas, equivalentes a 3 532 380 Kg. Em relação a 1956 verificou-se assim um aumento de 24 394 caixas, ou sejam 731 820 kg.
A produção de bananas continua por sua vez em ritmo ascendente, criando por esse motivo o seu escoamento certas preocupações.
De facto, a União Sul-Africana. nosso único mercado até há pouco tempo, desenvolveu de tal maneira as suas