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DIÁRIO DAS SESSÕES N.º64 56-(106)

plantações de bananeiras que não será de Admirar que, num futuro próximo, deixe de importar definitivamente a banana da província. Embora esteja ainda em rigor uma quota de importação mensal de 10 500 grades, a verdade é que esta quantidade pouco mais é que insignificante em relação à produção de Moçambique.
Durante o ano de 1057 tentou-se o mercado europeu. E assim, a título experimental, foram exportados para a França 53 495 cachos. Durante 1958 pensa-se auscultar também os mercados inglese?.
E é tudo quanto sobre n agricultura de Moçambique temos para dizer em rápido resumo.
331. Sobre a pecuária podemos dizer em breves palavras que, embora de grande importância no distrito de Lourenço Marques e em Tete, n no tem, todavia, na vida económica da província o relevo a que podia aspirar.
No sul os criadores europeus, quase todos agrupados em cooperativas, abastecem a cidade de Lourenço Marques, com auxílio dos criadores indígenas, enquanto a cidade da Beira e os núcleos populacionais do Centro da província são por sua vez abastecidos por Tete.
332. Vejamos agora da indústria:
Os dois mais importantes centros industriais de Moçambique são as cidades de Lourenço Marques e da Beira.
A concentração de indústrias em Lourenço Marques e regiões circunvizinhas fez-se tendo em atenção as exigências de um grande «entro populacional, como o é a capital da província, e as facilidades que resultam do movimento do porto e da ligação ferroviária com a União Sul-Africana. As principais indústrias aqui estabelecidas são as de cimento, moagem, metalurgia, cerveja, óleos, tabacos, produtos alimentícios e outras de menor importância, tais como as de taninos, materiais de construção, refrigerantes, etc.
A fábrica de cimentos da Matola, que é a mais antiga unidade fabril deste género no nosso ultramar, foi construída com uma capacidade de fabrico de 30 000 t anuais, que ao tempo excedia em muito as necessidades da província. Posteriormente, porém, a Companhia de Cimentos de Moçambique modernizou esta unidade, aumentando a sua capacidade para 50 000 t. Mas as necessidades da província em cimentos cresceram rapidamente e a dita Companhia elevou recentemente a sua capacidade para 110 000 t.
Para moagem de trigo e de milho foi construída pela Companhia Industrial, também da Matola, uma moderna e bem equipada unidade industrial, dispondo para armazenagem destes cereais de dois silos, com a capacidade de 10 000 t. Anexa a esta unidade possui a mesma Companhia uma outra para fabrico de massas alimentícias e bolachas.
Na capital existem ainda a Companhia Industrial de Fundição e Laminagem, que tem como objectivo o abastecimento do província cm ferro e aço, fabricando peças de metal, varões de construção, barras, cantoneiras e outros artigos semelhantes, e duas fábricas de cerveja.
Por sua vez, a Beira deve a concentração de indústrias na sua área ú situação favorável que ocupa no centro geográfico da província, à proximidade em que se encontra das regiões mais densamente povoadas e a, posse de energia eléctrica abundante.
Ao que parece, tende mesmo a Beira a ultrapassar Lourenço Marques como centro industrial. Para tanto deverá contribuir o facto, já apontado, de dispor de abundante energia eléctrica, proveniente da central do Mavuzi I. De facto, embora- a Hidroeléctrica do Revuè explore a central do Mavuzi I há já quatro anos, a colocação de energia produzida só agora começa a tomar vulto. Em 1956 terminaram os trabalhos de montagem da linha da Beira e a construção das respectivas subestações, abrindo-se à Hidroeléctrica do Revuè um mercado dê cerca de 10 milhões de kilowatts-hora anuais. Por sua vez, a Sociedade Algodoeira de Fomento Colonial adquire também anualmente outros 10 milhões de kilowatts-hora. E em Outubro de 1955 foi nesta capital celebrado um contrato de fornecimento de energia eléctrica para Untali, na Rodésia do Sul, que trará para a Hidroeléctrica do Revuè um lucro líquido de 260 000 contos, aproximadamente. .
Este fornecimento, se por um lado obrigará a uma despesa adicional da ordem dos 150 000 contos, por outro lado possibilitará uma futura expansão da produção, com o recurso a este mercado estrangeiro, se entretanto as possibilidades de consumo de Moçambique não derem lugar à absorção total da energia do rio Revuè.
Este facto é sem dúvida notável na vida económica de Moçambique, ainda que o valor anual da exportação de energia eléctrica seja por ora relativamente modesto - da ordem dos 20 000 contos anuais.
Em 1956 foram por sua vez iniciadas as obras da barragem de armazenamento da Chicamba Real, que, quando concluída, será a maior albufeira em território português, o que. sem dúvida, é também assinalável.
As principais industrias da Beira são as de tecidos de algodão, cimentas, lusalite, fabricos de óleos e moagem, madeiras e amidos.
A Sociedade Algodoeira de Fomento Colonial é uma grande unidade industrial, donde sai anualmente uma enorme produção em tecidos e fios - as vendas desta Sociedade foram em 195? de 40 000 contos em tecidos e 1500 contos em fios.
A Companhia de Cimentos de Moçambique construiu perto da Beira uma fábrica de cimento, com a capacidade de 60 000 t anuais, e no mesmo local tem a Lusalite de Moçambique uma, unidade equipada para uma produção de chapas e seus derivados, que abastece a província e realiza ainda exportações para o estrangeiro.
A cerca de 10 km da cidade da Beira funciona também uma fábrica de folheados e contraplacados, que, dada a reduzida capacidade do mercado interno, realiza anualmente elevada. exportações para o estrangeiro.
333. Por último, apenas duas palavras acerca do comércio em Moçambique:
Conforme dissemos já, o comércio de Moçambique está mau; urge que nos grandes centros urbanos se estabeleça a sua divisão, harmonizando-o com a grandeza, pelo menos, dos dois mais importantes centros: Lourenço Marques e Beira.
Grande parte das dificuldades comerciais de Moçambique são a natura1 consequência da rápida evolução económica da província. São males de crescimento, que reflectem, não uma situação patológica, que só se descortina em raros aspectos, mas a pujança de vida desta grande parcela da terra portuguesa.
índia
Situação da tesouraria-Comparação com a situação em 31 de Dezembro de 1955 e 1956
334. A posição da tesouraria, ao cabo de cada um dos anos do triénio de 1955-1957, está definida no quadro que segue.