26 DE NOVEMBRO DE 1958 56-(111)
Constata-se que o minério, tanto de ferro como de manganês, tem sido o principal pilar da exportação da província. De facto, no Estado da Índia as indústrias mineiras constituem o pólo das suas actividades económicas. ,
A exportação do minério de ferro, que começou em 1949. com cerca de 50 000 t, no valor de pouco mais de um 1 milhão de rupias, aumentou verticalmente nos anos seguintes, quer em valor, quer em quantidade. Assim, em 1957 exportaram-se deste minério 2 678 408 t, no valor de 82 426 000 rupias, contra 2 046 770 t, no valor de 59 083 000 rupias em 1956, conforme se vê no quadro anterior.
A exportação do minério de manganês, que começou em 1947, com apenas 100 t, no valor de 4000 rupias, aumentou até 1953 - ano seguinte ultrapassou 200 000 t. no valor de 29 235 000 rupias -, decaindo no ano seguinte para menos de metade no volume e um terço no valor, para nos anos seguintes as suas exportações se elevarem novamente, não tendo contudo ainda chegado a atingir, como então, números da ordem de duas centenas de milhares de toneladas e três dezenas de milhões de rupias.
O Japão, a Itália e a Alemanha são os principais mercados do minério de ferro exportado pela província, nas seguintes quantidades:
Toneladas
Japão ...........................1 112 000
Itália. ...........................415 000
Alemanha Ocidental .................385 000
Áustria ..............................80000
além da Jugoslávia, com 20 000 t, e a Hungria, e a Polónia; com menos de 20 000 t.
A Alemanha Ocidental e os Estados Unidos da América foram os mais importantes mercados de minério de manganês da província:
Toneladas
Alemanha Ocidental ..............................40 000
Estados Unidos da América .......................30 000
Itália ..........................................27 000
França ..........................................27 000
A seguir aos minérios a que acabamos de fazer referência vem a castanha de caju preparada, que é exportada para os Estados Unidos da América e que tem sido agora uma apreciável fonte de cambiais.
De facto, a sua preparação, concentrada em Sanquelim, mau grado a relativa pequenez económica que resulta da sua natureza caseira, é a mais importante indústria transformadora da província. Em 1957 diminuiu no entanto a sua exportação em relação a 1956.
O coco, a areca e o sal, que constituíam outrora o grosso da exportação da província, e em geral os produtos que eram exportados para a vizinha União Indiana sofreram uma quebra vertical pelas dificuldades de entrada naquele país. Em virtude de o Governo ter procurado e conseguido novos mercados para a colocação destes produtos, registou-se em 1956 um considerável aumento. Pelo que diz respeito, porém, à areca, em 1957 tornou a decrescer a sua exportação, devido, segundo informa a província, ao facto não só de os seus produtores terem desistido de oferecer a areca à Junta das Importações e Exportações, que tinha, como sempre, mercado onde a colocar, como também porque, ao que parece, grandes quantidades do produto atravessaram a fronteira sem ser pelas estâncias aduaneiras.
Finalmente, o peixe seco e salgado apresenta também um aumento na sua exportação.
Façamos, a terminar, um rápido resumo das actividades agrícola, comercial e industrial da província, para que melhor se compreenda o que os números expostos significam de trabalho e perseverança.
O ano agrícola no Estado da índia depende, como se sabe, das monções do sudoeste e do nordeste, das chuvas de Setembro a Novembro e da prevalência ou ausência dos ventos na época seca. As fortes precipitações de Julho favorecem o desenvolvimento das plantas e o arroz de serôdio, semeados na 3.ª e 4.ª semanas do mês anterior, a altura do nachinim, os palmares, os arecais e as árvores de fruto. Em Agosto as chuvas são mais moderadas. O arroz em espiga beneficia mais do vento moderado do que das chuvas copiosas.
Em 1957 o regime das chuvas da monção do sudoeste e as variações atmosféricas que a precederam, longe de serem satisfatórias, determinaram um condicionamento adverso à produção de arroz de serôdio, que é a mais importante e valiosa actividade agrícola da província. De facto, o arroz, base tradicional da alimentação da população do Estado da índia, é cultivado em toda a província, onde quer que as condições o permitam. A produção, todavia, é insuficiente.
A agricultura, assente, em regra, numa propriedade rústica muito fragmentada e praticada quase exclusivamente com base no trabalho humano, não satisfaz as necessidades de consumo e não se caracteriza pelo desafogo. A fragmentação da terra é um mal que resulta da grande densidade humana. Onde a terra não está na mão das comunidades, encontra-se repartida em pequeníssimas propriedades. O excessivo fraccionamento da propriedade rústica não dá á grande maioria dos proprietários elementos de trabalho suficientes para lhes assegurar o sustento. Da exiguidade das propriedades, complicada com um sistema de arrendamentos e subarrendamentos a curto prazo, resulta quase sempre um insuficiente amanho e uma escassa produção.
O aumento de produção parece, assim, depender da formação de maiores unidades agrícolas, em que seja possível pôr em prática os mais modernos métodos da técnica. Mas o alargamento das culturas não pode também deixar de ser considerado. Embora o Estado da índia seja pequeno, o seu potencial humano está irregularmente repartido: muito denso no litoral, escasseia nas regiões do interior, onde há áreas de aproveitamento insuficiente.
Assim, o maior desafogo constatado na vida económica da província, especificadamente no distrito de Goa, é em grande parte devido ao amparo prestado pelo Governo à agricultura, o que tem levado nos últimos anos a uma acentuada melhoria da técnica de produção.
A exploração pecuária, como actividade organizada, quase não existe. Não obstante, o número de cabeças de gado arrolado é elevado:
Bovinos. ....................150000
Bufalinos ................... 50000
Suínos ..................... 180000
A pesca é feita junto às praias por processos antiquados e pouco eficientes.
O peixe, que, com o arroz, constitui a base de alimentação da população local, não é, porém, barato, dada, como se disse, a deficiência da técnica empregada na pesca. O preço varia consoante a época da captura e as espécies.
Embora esta actividade tenha sido sempre acarinhada pelo Estado, o pescado é insuficiente para as necessidades da província, e todos os esforços para reduzir o seu custo têm por isso sido infrutíferos. Presentemente, porém, o Governo mostra-se muito interessado em resolver o problema e sabemos que já tomou medidas tendentes a desenvolver esta indústria, pelo que é de esperar melhores perspectivas para o futuro.