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212 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 74

Joaquim Mendes do Amaral.
Joaquim Faia de Azeredo.
Joaquim de Pinho Brandão.
José Dias de Araújo Correia.
José de Freitas Soares.
José Garcia Nunes Mexia.
José Hermano Saraiva.
José Manuel ida Costa.
José Monteiro da Bocha Peixoto.
José Rodrigo Carvalho.
José Rodrigues da Silva Mendes.
José Sarmento de Vasconcelos e Castro.
José Soares da Fonseca.
José Venâncio Pereira Paulo Rodrigues.
Júlio Alberto da Costa Evangelista.
Laurénio Cota Morais dos Reis.
Luís de Arriaga de Sá Linhares.
Luís Tavares Neto Sequeira de Medeiros.
Manuel Colares Pereira.
Manuel José Archer Homem de Melo.
Manuel Lopes de Almeida.
Manuel Luís Fernandes.
Manuel Maria Sarmento Rodrigues.
Manuel Nunes Fernandes.
Manuel Seabra Carqueijeiro.
Manuel de Sousa Rosal Júnior.
Manuel Tarujo de Almeida.
D. Maria Irene Leite da Costa.
D. Maria Margarida Craveiro Lopes dos Reis.
Mário Angelo Morais de Oliveira.
Mário de Figueiredo.
Martinho da Costa Lopes.
Paulo Cancella de Abreu.
Purxotoma Ramanata Quenin.
Ramiro Machado Valadão.
Sebastião Garcia Ramires.
Simeão Pinto de Mesquita Carvalho Magalhães.
Tito Castelo Branco Arantes.
Venâncio Augusto Deslandes.
Virgílio David Pereira e Cruz.
Vítor Manuel Amaro Salgueiro dos Santos Galo.

O Sr. Presidente: - Estão presentes 87 Srs. Deputados.

Está aberta a sessão.

Eram 16 horas e 22 minutos.

Antes da ordem do dia

O Sr. Presidente: - Tem a palavra antes da ordem do dia o Sr. Deputado Purxotoma Quenin.

O Sr. Purxotoma Quenin: - Sr. Presidente: é com sentida mágoa que venho pronunciar nesta Assembleia palavras de homenagem ao ilustre português que foi o general Joviano Lopes, hoje falecido.
A minha qualidade de Deputado por Goa e, mais do que ela, a minha dedicada e respeitosa amizade por este ilustre oficial superior do nosso exército impõem-me este grato e triste dever.
Conheci-o como governador do distrito de Damão, e a sua inteligente e patriótica actuação naquela nossa parcela da terra portuguesa para sempre ficou perdurando no coração dos habitantes da índia Portuguesa.
Como oficial que foi dos mais distintos do nosso exército, dispenso-me de quaisquer considerações, pois pouco diria do muito que é devido a quem soube servir a sua pátria, quer nos campos de batalha, quer nos altos cargos da Administração.
Como goês, porém, não quero deixar de, pública e oficialmente, manifestar a minha grande dor, na qual sei estar acompanhado pelos habitantes da província da índia Portuguesa, que conheceram, estimaram e admiraram a, figura fidalga, insinuante e acolhedora que foi o general Joviano Lopes. Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem !
O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Venâncio Deslandes, que vai folar sobre o falecimento do almirante Gago Coutinho. Convido, por isso, S. Ex.ª a subir à tribuna.

O Sr. Venâncio Deslandes: - Sr. Presidente: é dia de luto nacional.
Morreu Alguém!
Passado pouco mais de um ano sobre a data em que a Assembleia Nacional tomou a feliz iniciativa de sugerir a elevarão de Gago Coutinho à dignidade de almirante pelos méritos excepcionais então largamente explanados, não é altura e não seria necessário adjectivar e novo quem, no consenso unanime da Nação, tão alto se guindou.
Com Gago Coutinho não se deu o fenómeno de ingratidão colectiva, tantas vexes vulgar: não foi preciso desaparecer para que os homens lhe prestassem justiça.
De há muito se lhe abrira de par em par na história o mesmo lugar de eleição que soubera conquistai1 no coração de todos os portugueses. O «almirante das estrelas», como um poeta um dia lhe chamou, era ele próprio uma estrela na constelação dos céus de Portugal, de parceria, com tantos outros vultos que viveram glorificando a Pátria e ficaram para sempre nessa espécie de saudado que leva a ensinar os seus nomes nos bancos das escolas, para que jamais deixem do ressoar pelos séculos fora.
Mas, só à auréola que o envolve nada há a acrescentar para lhe aumentar o fulgor, nem por isso o seu passamento pode deixar de ser assinalado nesta Casa.
Para além de todos os inúmeros méritos que fizeram. dó seu nome uma legenda, razão que seria suficiente para nesta hora o recordarmos, fica o desgosto de não mais nos tornarmos a cruzar com a sua figura característica, inconfundível.
Revemo-lo ainda, dobrado ao peso de anos e canseiras,, atravessar, seguro do seu destino, os mais díspares caminhos, sem um traço de orgulho, com a simplicidade; dos grandes, e sentimos ainda o mesmo sorriso carinhoso, quase filial, envolvente de admiração e respeito, que em todos os rostos se espelhava!
Nem todos os dias se passa na rua por um herói ou por um sábio, especialmente quando no mesmo corpo débil um e outro se confundem e se continua tão humano e tão parecido com o comum dos homens que só o distinguimos pêlo hábito de o ouvirmos citado!
Morreu Gago Coutinho!
Chamei-lhe aqui, há um ano, relíquia nacional. Todos, nós, portugueses, perdemos alguma coisa de nosso quando nele se extinguiu o último sopro .de vida.
Mas Portugal enriqueceu-se: guardá-lo-à para sempre na galeria dos seus maiores.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem,!
O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Henriques Jorge: Sr. Presidente: foi hoje a enterrar o almirante Carlos Viegas Gago Coutinho.
Fechou-se a campa sobre essa figura de epopeia,, último herói da aventura e protagonista de uma vibrante página da nossa história de marinheiros e descobridores