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82 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 134

intromissão em política alheia, principalmente quando ela diz respeito a país amigo ou aliado.
Disse.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Henrique Jorge:-Sr. Presidente: pedi a palavra para me referir a um facto que reputo de relevante significado e que, estou certo, não pode deixar de encontrar eco nesta Casa, onde tudo o que prestigia e engrandece a Nação, tudo o que recorda e aviva glórias do nosso passado, recebe sempre acolhimento espontâneo e sincero.
Esse facto, Sr Presidente, ocorreu há pouco, já no final do recente interregno dos nossos trabalhos parlamentares, e se ele traduz para todos os bons portugueses motivo do mais íntimo regozijo, para a cidade de Évora representa, ainda, título de legítimo orgulho
Consiste esse facto nas comemorações do 4 º centenário da Universidade de Évora, que proporcionaram ao povo da capital do Alto Alentejo reviver momentos históricos de intenso fulgor patriótico.
Indiscutivelmente, revelou-se notável a maneira como foi celebrado o 4.º centenário da fundação daquela antiga Universidade, inaugurada solenemente em 1559, por ordem do cardeal- rei de Portugal, D. Henrique, Universidade que durante dois séculos preparou destacadas figuras e iluminou o Mundo com o facho do seu saber.
Sintetizaram-se essas comemorações por um congresso científico internacional, tendo como tema «A Universidade de Évora e o movimento histórico cultural ibérico dos séculos XVI a XVII», e por uma solene sessão académica que, honrada m a presidência de S. Ex.ª o Sr. Presidente da República, teve a assistência de vários membros do Governo, de autoridades civis, militares e religiosas, representantes diplomáticos dos países participantes no congresso e delegações universitárias nacionais e estrangeiras, além de outras altas individualidades e congressistas.
Desenrolaram-se as aludidas comemorações com o esplendor que lhes emprestava a presença de destacadas figuras intelectuais, de dezenas de eminentes professores universitários, de entre os quais me permito distinguir os insignes representantes das duas nações irmãs de além e aquém-Atlântico: Brasil e Espanha, que nos têm acompanhado tanto na exaltação das glórias do passado como na comparticipação das preocupações do presente.
Em Évora, onde tudo se proporciona para evocar o viver medieval, as cerimónias da entrega das chaves da cidade ao Sr. Almirante Américo Tomás, a reconstituição histórica do cortejo académico litúrgico, bem como a solene sessão na vetusta Sala dos Actos da Universidade, ocorreram num cenário único - que nos levou a reviver todo o valor espiritual da velha Universidade eborense, estrela fulgurante da constelação peninsular, onde cintilaram com igual fulgor as suas irmãs de Coimbra, Salamanca, Valhadolid, Sevilha e Alcaiá.
Foi nestas Universidades que se condensou o saber humano dos séculos da conquista, o qual, intimamente ligado h filosofia religiosa e ao fulgor das suas pompas, originou o génio peninsular que, tendo por lema a expansão da fé, a deu novos mundos ao Mundo».

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Afigura-se-me que todos os agradecimentos que se manifestem às entidades promotoras desse
congresso e expressivos louvores à sua comissão executiva se situam aquém daqueles que lhes competiriam. E, ainda em abono da justiça, não resisto à tentação de, desta tribuna, como alente j ano e sobretudo como português, manifestar o meu vivo apreço pelo sucesso das suas actuações aos ilustres governador civil e presidente da Câmara Municipal de Évora e ao grupo de individualidades que com eles cooperaram na admirável tarefa realizada
Sr. Presidente, não me desejo alongar no relato dessas comemorações, pois depreendo que outro colega, pela sua abalizada palavra, em breve se referirá a elas.
Pretendo, porém, em face do que me foi dado observar, exteriorizar o facto de a visita oficial de S. Ex.ª o Sr. Presidente da República ao distrito de Évora, à semelhança das que realizou a outras capitais da província, se ter revestido da maior solenidade e surgido com aspectos apoteóticos que toda a imprensa referiu, e muito bem, com marcado relevo. Decorreu aquela visita num ambiente de inconfundível sentimento popular, com explosões sinceras de simpatia e de carinho que devem ter sido das mais gratas ao sentir do nosso Chefe de Estado.
Pode-se afirmar sem exagero, Sr. Presidente, que em Évora todas as classes sociais se impregnaram do mesmo sentimento e que nas suas aclamações vibrou em uníssono todo o amor da Nação para com o seu primeiro magistrado Tal união de sentimentos conseguiu-a S. Ex. mercê das suas excepcionais qualidades, dotes de bondoso carácter, de inconfundível aprumo moral, da sua prestigiosa figura de homem e de estadista, que, não obstante a bem conhecida s proverbial modéstia, se impuseram desde o primeiro dia à veneração e ao respeito de todos nós.

Vozes: - Muito bem !

O Orador: - A população do Alentejo, como a de todo o País,, deve a S. Ex.ª indiscutível gratidão pelas horas de vivo nacionalismo que, com tanta dignidade, lhes proporcionou durante as suas visitas horas notáveis, particularmente na época que atravessamos.
E, ao concluir, Sr. Presidente, desejo registar que após as triunfais viagens do ST Presidente da República a Santarém, Coimbra, Porto, Braga, Guimarães, Viana do Castelo, Leiria, Aveiro, Setúbal, Faro, onde recebeu apoteóticas manifestações de simpatia, admiração e respeito, que tão espontânea e frequentemente se sucederam, a levada a efeito em Évora situa-se brilhantemente a par das anteriores, dando-nos a confortante certeza de que no País somente se ambiciona continuar beneficiando de um clima de confiança, de paz e tranquilidade, de bem-estar e sossego, que Salazar tão firmemente nos tem proporcionado e a Nação conta para, com fortaleza de ânimo, poder afrontar todas as contingências do futuro.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem !

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr Carlos Moreira: - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr Presidente: - Dou já a palavra a V. Ex., Sr. Deputado Carlos Moreira.

O Sr Nunes Mexia: - Sr. Presidente: muito desejava poder traduzir em palavras, descrever com o necessário brilho, o que foram os dias que Évora viveu quer durante as comemorações do 4 º centenário