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8 DE DEZEMBRO DE 1959 83

da fundação da sua Universidade, quer nos que sentiu dentro dos seus muros a presença de S. Ex. a o Sr Presidente da República.
Foram dias inesquecíveis, nos quais se sentiu plenamente a realidade do passado e a do presente, embora quatro séculos tenham decorrido, em que se viveu mesmo para além dessa realidade, porque Évora, ao recordar o que fora, não pôde deixar de sentir uma grande esperança - a esperança de que o futuro lhe traga em justiça tudo aquilo a que tem incontestável direito.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Nas comemorações do 4 º aniversário da Universidade, foi o passado, com toda a sua grandeza, que veio até aos nossos dias Bem presente esteve essa grandeza em tudo quanto se passou na antiga Sala dos Actos.
Bem a sentiu o povo de Évora e o do distrito quando viu desfilar pela sua praça, tão nobre, e pelas suas ruas, às quais nada conseguiu diminuir a sua tão característica nobreza, altos valores da Igreja, da ciência, da governação, altos valores nacionais e estrangeiros.

Vozes: - Muito bem.

O Orador: - Évora sentiu então plenamente o orgulho do que foi o seu passado.
Com a presença de S. Ex. o Sr. Presidente da Republica, com a entrega, que lhe foi feita, das quatro chaves das suas quatro portas, Évora entregou-se em esperança, com a esperança que lhe vem da confiança no alto critério de S. EX."
Para bem lhe testemunhar essa confiança, Évora vestiu as suas melhores galas, encheu as suas ruas e as suas janelas, e foi em profundo respeito que lhe prestou a sua homenagem e lhe transmitiu a sua esperança
Ligando o passado ao presente, a sessão de encerramento das comemorações do 4.º centenário da Universidade foi presidida por S Ex o Chefe da Nação
Foram assim dois séculos que se apagaram na história, para se voltar a viver o passado, para voltar a estar presente nos espíritos a esperança de justiça que o Governo bem deve ter sentido.
E porque me falta o engenho, permita, Sr. Presidente, que eu aqui reproduza palavras que por outro há muito foram ditas.
Quem não sabe o que foi nos séculos passados o grandioso edifício onde funciona hoje o Liceu Central de Évora P Aqui esteve instalada a Universidade, com privilégios, isenções, foros e prerrogativas iguais às da Universidade de Coimbra; aqui ensinaram mestres de reputação europeia, como o gramático Manuel Alvares e o célebre pensador Luís de Molina; daqui saíram bispos e cardeais; aqui se educaram missionários paia o martírio da fé em terias da América e da Ásia.
Sr. Presidente, tudo me impunha o dever de aqui dizer o que foram os dias que Évora viveu com a visita do venerando Chefe da Nação e com as comemorações do 4.º centenário da sua Universidade, pois que, indiscutivelmente", o que ali se passou e o que ali se sentiu tem de ter projecção para além do momento que se vive, para além do local onde se viveram esses dias
Tenho sincera pena de melhor o não saber dizer, mas posso afirmar-lhe, Sr. Presidente, que o não fiz com o simples sentimento da obrigação. Fi-lo, sim, com o sincero desejo de que nesta Assembleia Nacional se não
deixasse de vincar o alto significado dos dois acontecimentos, o alto significado da sua conjunção, da qual Évora não pôde deixar de tirar um motivo de esperança - a esperança do reatamento da sua tão nobre tradição como centro de expansão de cultura no Sul do País.
Fi-lo ainda com o desejo de afirmar aqui que Évora, ao receber, como recebeu, a honrosa visita de S Ex. o Sr. Presidente da República, lhe significou, paia além do respeito devido ao Chefe do Estado, um grande sentimento de confiança nas suas qualidades próprias e na sua acção, para que se voltem a viver no País, em perfeita união e compreensão, as aspirações que ditaram a nossa Revolução Nacional.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Carlos Moreira, V Ex. tinha pedido a palavra.

O Sr Carlos Moreira: - Tinha pedido a palavra para interrogar a Mesa.

O Sr Presidente: - Tem V Ex. a palavra

O Sr Carlos Moreira: - Sr. Presidente: não sei se as informações que há poucos dias chegaram até mim correspondem inteiramente à verdade. Na imprensa, pelo menos, eu não vi referência ao facto, se bem acompanhei as notícias dos jornais.
Constou-me, Sr. Presidente e Srs. Deputados, que uma nossa missão parlamentar se havia deslocado aos Estados Unidos da América. Nessas circunstâncias, desejava saber, Sr Presidente, com a devida vénia, o seguinte

1) Se o facto é verdadeiro,
2) Na hipótese afirmativa, qual a incumbência da referida missão;
3) Quais os elementos que a constituíram;
4) Qual o meio usado para a escolha desses elementos
Julgo, Sr. Presidente, não ser descabido que os membros desta Assembleia estejam ao corrente das actividades inerentes ao funcionamento da mesma, e devo dizer que outro não é o meu intuito ao pretender as informações que acabo de pedir.

O Sr Presidente: - Eu respondo às interrogações de V. Ex.
Designei paia representar a Assembleia Nacional na conferência dos parlamentares da N A. T. O, que se realizou em Washington dê 16 a 20 de Novembro, os Srs. Deputados Soares da Fonseca, Sebastião Ramires e Aguedo de Oliveira.
Os assuntos que habitualmente são tratados nessa conferência são de índole económica, política e militar, de interesse comum dos países da N. A. T. O.
Tendo a designação de ser feita no princípio de Novembro, ela não podia deixar de o ser por despacho do Presidente. E devo declarar à Assembleia que, pelas informações recebidas, a representação portuguesa, na defesa dos pontos de vista de Portugal, se houve por forma a dignificar esta Assembleia.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr Presidente: - Devia efectivamente este esclarecimento à Assembleia; e era esta a sessão oportuna Tenho, assim, de agredecer ao Sr. Deputado Carlos