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19 DE ABRIL DE 1961 579

singular da Pátria: fé e confiança no bom senso de todos e na firme e decidida actuação do Governo e do seu glorioso Chefe.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Fé e confiança em Deus e na Padroeira, em cujos braços maternos nunca deixou de estar Portugal.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Augusto Cerqueira Gomes: - Sr. Presidente: quando, a meio da tarde da passada quinta-feira, chegou à velha cidade dos arcebispos e logo alastrou, como o clarão de um relâmpago, a grande nova de que Salazar havia tomado nas sua mãos lúcidas, firmes, honradas e apaixonadamente portuguesas...

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - ...o comando supremo da Defesa Nacional, uma profunda emoção sacudiu alvoroçadamente as almas daqueles que sentem e amam entranhadamente a Pátria na integridade do seu território, na autenticidade do seu génio, na grandeza da sua missão histórica, e vêem o seu alto património enredado nas ambições, nas cobiças, nas baixas competições e manobras em que se debate e suicida o mundo desvairado do nosso tempo.
Subitamente, o burgo tomou a feição rumorosa e festiva das grandes horas de vibração colectiva. As ruas encheram-se de gente. E nos rostos e nos comentários de todos transparecia a exaltação jubilosa da vitória - a vitória de uma batalha ganha para a Pátria.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Parecia que no céu de Portugal, onde, de há tempos, se acastelam nuvens sombrias de dúvida e de ameaça, raiava agora um luzeiro de confiança, de fé.
Espontâneamente, quase irresistivelmente - bastou que alguns lançassem a ideia-, uma grande multidão se aglomerou em frente do palácio do Governo Civil a manifestar calorosamente o seu aplauso ao venerando Chefe do Estado pela sua lúcida e patriótica decisão, o agradecimento a Salazar por mais este sacrifício ao serviço da Pátria, a confiança inabalável nos altos destinos de Portugal, a certeza do triunfo na ingente luta que travamos em defesa dos valores morais que professamos e de herança histórica de que somos depositários e queremos transmitir, íntegra e imaculada, às gerações do futuro.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Merece aqui ser invocada e exaltada, pela sua imponência, o seu alto significado, o seu entusiasmo e a sua espontaneidade, essa grande manifestação de sadio e consciente patriotismo. E também me atreverei a quase repetir neste lugar algumas palavras que nela proferi, pobres por certo, mas oportunas e devidas.
Com o aspecto de uma simples remodelação ministerial, o acto que se consumou nas altas esferas do Poder teve a maior transcendência histórica.
Significa o nosso propósito de manter, com toda a firmeza e decisão, o nosso património nacional, resolução inabalável de dizer «sim» a oito séculos de história e dizer «não» à conjura que vai pelo Mundo desencadeada contra nós.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sim, a oito séculos de martírio e abnegações, de afirmação e de heroísmo, de força criadora e de beleza, de serviço dos valores do espírito e de constância no serviço de Deus.
Não à aliança turva e confusa do ódio e do imperialismo ideológico, económico e político do império vermelho e dos mandões de Moscovo, dos ressentimentos da víbora indiana, da avidez, da insconsciência suicida e do imperialismo económico-financeiro das plutocracias materialistas, conluiadas com alguns que, por paixão política e ambição do Poder, traem e entregam ignominiosamente os mais sagrados interesses da terra onde nasceram.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - A direcção da Defesa Nacional nas mãos seguras de Salazar significa a aliança da razão e da força, da política e das armas.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Superiormente tem Salazar conduzido a nossa política no plano internacional - porventura o aspecto onde mais alto tem planado o seu génio.
Salvou o País e, com ele, a Península e o Ocidente na hora difícil da guerra, de Espanha. Salvou-nos na grande conflagração mundial, mantendo-nos em paz. sem sacrifício nem da terra nem da honra. Salvou Goa da cobiça da política indiana, proclamando a nossa razão, respondendo com a nossa força, apelando para o mais alto tribunal internacional, donde saíram solenemente confirmados os nossos direitos históricos. E agora, perante um mundo em desvaire, tem defendido com dignidade, com lucidez e com firmeza o nosso património secular, numa posição que não é sòmente de salvaguarda dos supremos interesses da Nação e da sua vocação milenária, mas, ainda, de defesa dos nobres valores que informam a civilização ocidental e a Cristandade e de que, nesta hora alucinada, nós e ;i cavalheiresca Espanha somos o derradeiro bastião.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Agora, à direcção da política, Salazar agrega, o comando da força, para assim mais eficazmente lutar no meio de tantas adversidades.
A sua investidura constitui um alto motivo de confiança para todos nós. Confiança para os portugueses da metrópole, confiança para os portugueses das terras ultramarinas, que exultaram ao ouvi-lo proclamar que foi a sorte de Angola que o levou ao novo posto da comando e que era necessário «andar rapidamente e em força», e já proclamam o seu optimismo, ao verem concretizar-se progressivamente as promessas sagradas de Salazar.
Daqui em diante os nossos irmãos africanos vão sentir mais vivamente o nosso carinho, a nossa solidariedade, a nossa presença, e verão as forças da Nação, tensas, a acorrerem ao seu serviço.
Meditemos profundamente mais esta lição, mais este sacrifício de Salazar. Há mais de 30 anos que este homem se deu, numa renúncia total, ao serviço da Nação. Pois ainda agora, com os cabelos branqueados pelos anos, pelos trabalhos e pelas vigílias, assume abnegadamente mais este encargo, porque a Nação lhe impõe novo sacrifício.