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27 DE MARÇO DE 1963 2137

O Orador: - ... mas de duras provações tendentes a conseguir os recursos monetários indispensáveis à luta que nos impuseram e nós aceitámos com o lídimo propósito de. empenhar o sangue e a fazenda na defesa da Nação.

Vozes: -Muito bem, muito bem!

O Orador: - Não se pede aos portugueses da retaguarda que vivam acabrunhados, mas que cumpram estòicamente o seu dever de solidariedade total para com os que todos os dias arriscam a vida com denodo e valentia na linha de combate, dando-lhes inequivocamente a saber que por detrás deles se ergue também, viva e persistente, a confiança no futuro.
Todo o dispêndio sem motivo plenamente justificado não é hoje de admitir, e um clima de compreensão do escusado terá de ser imposto por nós próprios ao dia a dia dos nossos processos de vida.
Também se torna urgente actualizar o clima legal, porventura com leis novas, se as existentes não chegarem, para que se torne mais rara, ou mesmo impossível, a solércia e a impunidade dos que nunca deveriam ter nascido portugueses.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Se para uns os argumentos suasórios, através da palavra e do exemplo, dão cabal resultado preventivo, para outros só a lei inexorável pode e deve ser decretada sem demora ou utilizada na extensão do seu rigor.
Todo aquele que discutir a Pátria, postergando o respeito filial que lhe deve, não tem o direito de gozar a nociva liberdade que lhe permitiria continuar a discutir um valor sagrado.

Vozes:- Muito, bem, muito bem!

O Orador: - Todo o serventuário de ideias tendentes à subversão do verdadeiro sentimento nacional deverá, sem perda de tempo, expiar a sua falta.
E toda essa casta de teóricos dos esquemas ou soluções do abandono e da renúncia suicidas, desnorteados da razão, despeitados do Poder ou ingénuos a fingir, devem ser imediatamente travados na sua marcha deletéria.

Vozes: -Muito bem, muito bem!

O Orador: - Quem poupa o seu inimigo nas mãos lhe morre - ensina a velha sabedoria popular -, e o inimigo, hoje, tanto pode estar alapado na clandestinidade, como escondido na esquina traiçoeira, como disfarçado na actividade oficial ou particular, como presente, às claras, no, labor quotidiano do seu ofício de promover a ruína e a queda das nossas vidas e haveres.
Razão e força, juntas e oportunas, sem contemplações nem colapsos de sentimento, longe e acima dos reflexos emocionais dos que por vezes se deixam levar pela sedução das falsas ideias e dos falsos propósitos.
Nesta hora em que a justiça arrumou um amargo caso do nosso tempo, glorifiquemos os heróis ou, muito simplesmente, os que preferiram não virar a cara ao invasor.
Entre eles figura António da Cunha Aragão, que não podia deixar de seguir o rumo que a sua têmpera de homem lhe impunha. Alcançou notavelmente o posto de Comodoro.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Fui seu companheiro nos estudos liceais, em Ponta Delgada. Conheço-o de longa data. Sabia, por isso, que se portaria como um bravo. Abracei-o, comovidamente, quando regressou, ainda mal refeito das feridas recebidas em combate. Não se batera por qualquer ideia política. Batera-se pela Nação.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - A sua alma é suficientemente grande para não ter agido por força de qualquer tendência partidária.
Uma só bandeira flutuava no seu navio e na sua consciência: a bandeira de Portugal. O seu sangue tingiu-a ainda mais de vermelho. Mas singular acontecimento: do vermelho do seu sangue jorrou de tal modo a esperança que na outra metade da bandeira a cor cresceu também.

Vozes:- Muito bem, muito bem!

O Orador: - Permitam-me que reúna neste símbolo todos os que em Dezembro de 1961, como expoentes imarcescíveis, souberam continuar em Goa o honrado e glorioso trâmite da nossa história - aquele Jorge Manuel Oliveira e Carmo, lendário perfil de herói acrescentado ao painel dos mais grados vultos da gesta portuguesa da índia; aquele Alberto Santiago de Carvalho, que em vida, serena e compenetradamente, destinou a morte, sabendo que a encontraria, ao altear-se contra a onda dos atacantes, e outros, graças a Deus e ao fogo da Pátria que lhes lavrava no peito resoluto.
Talvez não devesse atrever-me a diminuir, com o desatavio das minhas palavras, a grandeza dos seus feitos.
Valha-me a firme condição de português.
Valha-me a certeza de ver continuada a epopeia que gravámos em tantos lances valorosos.
Valha-me a prova de que não se apagou no ânimo dos nossos verdadeiros soldados o nobre e alevantado sentido de engrandecer Portugal.
E valha-me a fé no nosso regresso à índia, levando nos olhos os exemplos destes ousados portugueses, que tão galhardamente souberam bater-se «para além do impossível», como deviam «a si próprios, a Goa, à civilização do Ocidente, ao Mundo».

Vozes: -Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Alberto Araújo:- Sr. Presidente: na Figueira da Foz foi ontem lançado à água, com a presença, entre outras entidades, do Sr. Ministro das Comunicações, o rebocador Ponta do Garajau, encomendado pela Junta Autónoma dos Portos do Arquipélago da Madeira, em obediência ao plano do apetrechamento do porto do Funchal.
Quero aqui assinalar, especialmente, o facto, dirigindo os agradecimentos mais vivos ao Sr. Ministro das Comunicações pelo interesse que continua a dedicar aos problemas do arquipélago da Madeira que correm pela sua pasta e as minhas felicitações à Junta Central de Portos, à Junta Autónoma, dos Portos do Arquipélago da Madeira e aos estaleiros navais do Mondego, aos quais havia sido oportunamente adjudicada a construção dos dois rebocadores destinados ao porto do Funchal.
Com a próxima entrada ao serviço daqueles dois rebocadores dá-se um passo importantíssimo para a conveniente utilização e o melhor aproveitamento do cais acostável da Pontinha, que acaba de ser prolongado em 475 m, numa obra que custou 165 000 contos, que implicou enrocamentos num volume de 1375 000 m3 e cuja concep-