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2138 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 85

ção e perfeição técnicas honram sobremaneira a engenharia portuguesa e as entidades oficiais que a projectaram, primeiro, e fiscalizaram, depois, a sua execução.
A propósito da cerimónia ontem realizada na Figueira da Foz não quero deixar de exprimir o meu regozijo e o de todo o arquipélago da Madeira por ver em plena execução todo um programa de valorização e aproveitamento daquela parcela do território português.
E desejo aproveitar esta oportunidade para, recordando a inauguração das obras do porto do Funchal e das instalações de fornecimentos de combustíveis líquidos à navegação adjudicadas pela Shell Portuguesa, agradecer ao Chefe do Estado a grande honra que nos concedeu, presidindo, em Julho último, às cerimónias solenes que então se realizaram, vivendo e compartilhando do júbilo de toda a população madeirense.
A Madeira não pode esquecer os dias emocionantes e festivo»; da visita do Chefe do Estado, a apoteose magnífica da sua chegada ao Funchal, as aclamações constantes que o rodearam, o respeito e o carinho com que o povo o acompanhou em todos os percursos, mesmo nas localidades mais recônditas e modestas, mas onde todos os ânimos e todos os corações se juntaram para saudar, com sincero entusiasmo e verdadeiro portuguesismo, a personalidade ilustre e insinuante que, com a maior dignidade, ocupa a primeira magistratura da Nação e é, por isso, o seu símbolo mais alto e representativo.
E se a população madeirense evoca esses dias como de perfeita comunhão de sentimentos em volta dos anseios e também das próprias inquietações da Pátria a que nos orgulhamos de pertencer, guardará grata lembrança da visita do Chefe do Estado que, pelos dons do seu espírito, nobreza do seu carácter, simplicidade do seu trato pessoal, conquistou, para sempre, a admiração e o afecto da gente insular.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Pode o Chefe do Estado verificar o admirável conjunto de obras públicas realizadas e em execução no arquipélago, como sejam as estradas, melhoramentos urbanos, estabelecimentos de ensino, a rega, o repovoamento fie restai, a automatização e ampliação da rede telefónica, os aeródromos, tendo tido oportunidade de inaugurar oficialmente, como já disse, as obras do porto e as instalações para fornecimentos de óleos à navegação e, ainda, o bairro piscatório de Machico, a luz eléctrica no Curral das Freiras, completando, assim, o alargamento da electrificação a todas as freguesias rurais da Madeira, o Palácio da Justiça, em cuja sala nobre tivemos a honra e o prazer inesquecível de ouvir, numa oração notabilíssima, esse grande mestre do direito e da palavra que é o Prof. Doutor Antunes Varela.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Em contacto directo com o meio local não deixou o Chefe do Estado de sentir o júbilo do nosso povo por ver realizados empreendimentos materiais de grande alcance e projecção e, ao mesmo tempo, o legítimo desejo público de serem efectivadas outras obras de natureza essencialmente social e humana.
Uma delas, anseio unânime dos madeirenses, a mais premente de todas, vai ser iniciada dentro de algumas semanas, em virtude da recente adjudicação dos trabalhos relativos u estrutura, de betão armado, do corpo principal do edifício que constitui a 1.ª fase do futuro hospital regional do Funchal.
Nesse edifício ficarão instalados, além de outros, os serviços de admissão de doentes, os serviços administrativos e culturais, a consulta externa, os serviços de urgência e o serviço de sangue. Quanto a internamento, os serviços de cirurgia geral, que para ali transitam, e bloco operatório disporão de 140 camas; os de oftalmologia, pediatria cirúrgica e obstetrícia de 123, e os quartos particulares de 32, num total de 295 camas.
Numa 2.ª fase, está prevista a construção de instalações para mais 280 camas, correspondentes aos doentes de medicina geral e outros serviços e aos infecto-contagiosos, que, entretanto, continuarão no actual edifício dos Marmeleiros.
Porque mais de uma vez me ocupei, na Assembleia Nacional, do instante problema hospitalar da Madeira, não quero deixar de agradecer, neste momento, ao Governo, aos Sr s. Ministros das Obras Públicas e das Finanças e à Comissão de Construções Hospitalares o interesse que lhes mereceu esta justíssima aspiração da gente da Madeira, que, por falta de acomodações hospitalares, luta frequentemente com dificuldades para preservar a sua saúde e, tantas vezes, defender as suas próprias vidas.
Se havia, realmente, na Madeira problemas sociais e humanos a atender e a resolver, o do hospital era, certamente, um deles.
O Sr. Eng. Arantes e Oliveira, que às suas qualidades de homem de governo e de técnico muito distinto alia uma grande bondade de alma, sempre sensível à dor e ao infortúnio alheios, foi o grande e infatigável animador de uma esperança que, dentro de breves anos, será uma magnífica e bela realidade. Desta tribuna, e em nome da Madeira, quero apresentar-lhe a expressão do nosso melhor e mais vivo reconhecimento.
Sr. Presidente: estou certo de que nada poderá ser mais grato ao Sr. Almirante Américo Tomás, que guarda da sua visita ao arquipélago da Madeira as melhores recordações, do que saber em via de solução um problema que tanto interessa àquela gente boa, simples e laboriosa que o aclamou e cujos anseios o Chefe do Estado tem sempre presentes no seu pensamento e no seu coração.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Nunes de Oliveira: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: pedi a palavra para tecer algumas considerações a propósito de uma nota informativa sobre o abastecimento de água e comunicações rodoviárias no concelho de Barcelos, enviada pelo Ministério das Obras Públicas à Assembleia Nacional, com data de 11 de Março corrente, e que aqui foi lida na sessão do dia 18. Trata-se, segundo se acentua, de uma série de esclarecimentos ligados à intervenção que fiz na sessão de 10 de Janeiro do ano em curso sobre alguns problemas inerentes à «política do bem-estar rural».
Antes de entrar propriamente na análise do referido documento, e para prevenir qualquer espécie de especulação sobre o assunto, em que são mestres muitos dos inimigos do Regime, utilizando e deturpando sem escrúpulos toda a crítica construtiva que o Governo recebe de quem, como nós, apenas tem em mente o interesse nacional, penso que será da maior conveniência dedicar-lhes umas palavras.
Todos os bons portugueses se sentem integrados numa obra de ressurgimento sem paralelo; bastaria debruçarmo-nos honestamente sobre as grandes realizações destes últimos 35 anos, motivo por que o povo português não