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4324 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 176

de Estudos e Empreendimentos Técnicos (1958): a União Carbide (1954): a Société d'Eléctro-Chimie, d´Eléctro-Métalurgie et dês Aciéries Êlectriques d´Ugine (1955) e a sociedade italiana Salbar (1956). Apenas o Dr. Weiss e os técnicos da Ugine apresentaram relatórios dignos de mérito, pelos quais se conclui que as concentrações são muito descontinuas e de pequeno volume, pelo que a extracção, implicando um elevado custo e onerando excessivamente o minério, só intermitentemente poderia ser económica.
Não se pode, todavia, concluir em definitivo pela impossibilidade de produção de ilmenite e seus associados próximos: zircão monazite e rutilo. Haverá que observar sistematicamente não só as praias e os cordões litorais arenosos, mas também as formações lateríticas aflorantes e pré-costeiras, ainda que as esperanças sejam medíocres.
Ouro. - São numerosas as referências a este metal precioso, que os navios de ou trova iam carregar aos portos interiores do rio Geba. Criam os portugueses de então que seria extraído na província, mas tudo leva a concluir que os nativos o trouxessem do Senegal, servindo-se do rio como via de comunicação. Os numerosíssimos poços, na, sua maioria destruídos por desabamentos provocados pelas chuvas e pelas raízes das árvores, descobertos nos aluviões do Geba pelo então administrador Sr. Carlos Costa, foram considerados como testemunho de uma extensa extracção de ouro e, por isso a descoberta provocou uma verdadeira corrida aos manifestos de jazigos naquela, região. Nenhum dos manifestantes conseguiu encontrar o precioso metal.
Os técnicos e cientistas que visitaram os locais assinalados pelo Sr Carlos Costa não lhes atribuíram valor económico, e dois deles, o Prof. Décio Tadeu e o Dr. João Teixeira, que foi chefe da Secção de Geologia e Minas da Guiné, consideram a possibilidade, aliás remota, de ocorrência de jazigos auríferos no Nordeste da província.
As suas dúvidas resultam de não terem encontrado vestígios de ouro em nenhuma das amostras vistas e extraídas dos numerosíssimos filões de quartzo que atravessam os mais antigos terrenos da Guiné. Há que pesquisar, não onde a lenda refere a existência do ouro, mas lá onde os técnicos prevêem a sua ocorrência.
Ferro. - Algumas vezes se falou na existência de minérios de ferro, e uma empresa, a Sigue, chegou a requerer uma licença especial para pesquisa da couraça ferrítica.
35 certo que esta serviu outrora aos ferreiros fulas para dela extraírem o minério indispensável às suas rudimentares ferrarias, mas, num trabalho sério e industrial, as latentes ferríticas da Guiné não podem ser aproveitadas, dado o teor baixo em óxidos de ferro, a elevadíssima percentagem de sílica e a pequena pujança e descontinuidade das formações. Neste aspecto, a concordância é geral e a conclusão poderá ser tida como segura, visto que a província foi percorrida em todos os sentidos por numerosos geólogos, engenheiros geólogos e engenheiros de minas, nacionais e estrangeiros, e nenhum deles considera as latentes como minérios.
A única hipótese que se põe quanto a possibilidade de jazigos de minérios de ferro foi formulada pelo Dr. João Teixeira, mas tal ocorrência, a verificar-se, seria nas colites ferruginosas do Devónico inferior. Contudo, o custo dos trabalhos de pesquisa não permitiu ainda que entes se realizassem, até agora.
Fosfatos. - A primeira notícia sobre a ocorrência de fosfatos na Guiné Portuguesa vem da descoberta do jazigo eocénico do ilhéu do Bei, feita por O'Donnel. Mais tarde, durante as sondagens estratigráficas para a prospecção do petróleo e para o estudo das fundações da ponte sobre o
Cacheu em Farim, foram encontrados indícios, no nosso território, tal como havia já acontecido na sondagem de Ziguinchor no Senegal.
A existência destes sais naturais é, pois, indiscutível, mas o reconhecimento de jazigos economicamente exploráveis não foi ainda conseguido.
Cobre e pirites. - Se bem que menos frequentes, há referências ao cobre da Guiné, e, por isso, ainda que sem esperança, ali foram procurados os seus minérios, em relação com os doleritos, trabalhos não coroados de êxito.
Este facto, contudo, não deveria levar à negativa firme. Esta vaga esperança filia-se, principalmente, no facto de terem sido detectadas pirites em sondagens estratigráficas executadas próximo da Bissorã. Os furos e amostras não foram em número suficiente para que se pudessem avaliar as reservas e composição dos sulfuretos, assim como tis condições de explorabilidade. Tratar-se-á de pintes cupríferas? Serão estas mineralizações económicas? Só uma campanha de pesquisa poderá responder às perguntas.
Petróleo.- Desde 1945, os Franceses têm desenvolvido grande actividade prospectiva na África ocidental. Impulsionadas pelo Bureau de Récherche de Pétrole, as pesquisas estenderam-se por toda a bacia de subsidência do Senegal, tendo como objectivos fundamentais a determinação de ocorrências de petróleo economicamente exploráveis nas formações sedimentais mesozóicas, especialmente do Cretácico superior. Esta actividade não poderia deixar de repercutir-se na nossa província, dada a sua localização no extremo sul da bacia de subsidência e em virtude das modernas tendências da geologia do petróleo para prospectar e pesquisar as zonas que por efeito da compressão diferencial poderiam dar lugar a jazigos de bordadura.
Não admira, pois, que pela Guiné se tivessem interessado várias companhias técnica e financeiramente capazes e ainda outras entidades que com toda a evidência desconhecem o que é o petróleo, na prospecção, na pesquisa e na- produção. De entre as primeiras destacar-se-ão: Gulf Bastem Company, The Texas Company, Mobil Oil Overseas Company, Bristish Petroleum, Gesel-schaft Elnewerath e Standard Oil, de Nova Jérsia esta por intermédio da sua afiliada, a Esso.
O Governo Português concedeu à última, pelo Decreto n.º 41 537, de 26 de Fevereiro de 1958, uma licença de pesquisa e subsequente exploração de jazigos de petróleos brutos numa área definida no artigo 2.º do mesmo decreto, a qual correspondia, por assim dizer, a toda a zona pós-paleozóica. Esta companhia desenvolveu uma actividade notável durante cerca de quatro anos, cumprindo um programa de pesquisas tecnicamente legítimo e defensável, ainda que não universal; concluiu pelo abandono, uma vez que as formações se mostravam pouco favoráveis e também porque não foram encontrados indícios de hidrocarbonetos naturais, nem durante os trabalhos de superfície, nem no decurso das sondagens profundas, com que finalizou a sua muito cara campanha de prospecção. A Esso desde cedo excluiu o sector paleozóico da província, considerando-o, com critério aceitável, como sem valor petrolífero.
No entanto, algumas hipóteses se levantaram em favor desta zona, mas cada vez são estas menos numerosas, atendendo principalmente à completa ausência de indícios superficiais em formações de elevada permeabilidade e à decepcionante conclusão da Copetão na sua sondagem de Roída. A própria Secção de Geologia e Minas da Guiné, inicialmente optimista quanto ao Paleozóico como que esfriou o seu entusiasmo, embora se não con-