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20 DE JANEIRO DE 1965 4323

última tem mesmo um novo balneário, que, não sendo o maior, é sem dúvida o melhor do arquipélago
E terminei, meus senhores.
Resta-me agora pedir desculpa a V. Ex.ª, Sr. Presidente, e a VV. Ex.ª Srs. Deputados, pelo tempo demasiadamente longo que vos fiz perder, sobretudo ao tratar das águas mineromedicinais do continente e da ilha de S. Miguel. Mas. como médico e filho dos Licores, não podia deixar de falar assim daquilo que mais perto trago do coração.
Tenho dito.

Vozes: -Muito bem, muito bem!
O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Pinto Buli: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: A Guiné Portuguesa, com o seu pequeno território encravado entre as Repúblicas do Senegal e da Guiné, fio foi bafejada pela sorte, por ironia do destino, no q e respeita à riqueza do seu subsolo, apesar de nos territórios vizinhos estarem assinaladas e em plena exploração algumas minas de grande valor económico.
Sem minas, sem pedreiras, sem salinas, a Guimé Portuguesa não possui hoje, como nunca possuiu, indústrias extractivas, e, no entanto, podemos afirmar, semi qualquer risco de erro, que a debilidade da sua economia só poderá combater-se eficazmente se recorrermos ao subsolo para:

a) Extracção e comercialização dos seus minérios aluminíferos, uma riqueza potencial apreciável, já identificada:
b) Aproveitamento da sua água subterrânea que, num território coberto por importante [...] hidrográfica, infelizmente salgada na sua quase totalidade, representa a condição necessária, ainda que visivelmente não suficiente, para o estabelecimento da agricultura, da [...] e indústrias afins em bases económicas e possíveis de planeamento racional;
c) Pesquisa e subsequente exploração das substâncias minerais já prospectadas, ou a [...]

A província foi estudada por um número considerável de geólogos, nacionais e estrangeiros, e podemos dizer o seu conhecimento permite já identificar, com uma aproximação aceitável, as possibilidades do subsolo, pois se prospectar é prever com base científica, esta existe materializa-se nos numerosos trabalhos publicados, publicar, e nos mata numerosos relatórios e informação inéditos.
Não é sem uma ponta de orgulho profissional q geólogos que ali trabalharam olham hoje a sua. E que o estudo geológico da província, quase inteira: coberta por uma frequente e embaraçosa couraça bica e pelas areias continentais, tão frequentes no Ocidente africano, impôs sacrifícios que poucos avaliam; uma pies amostra, que, não sendo mais que um fragmente de pedra porventura arrancado penosamente do fundo de um infestado de crocodilos, ou das costas das rias, o [...], na presença de tubarões, pode significar um que só o prazer da vitória compensa.
Por isso, nunca será demasiado enaltecer os [...] daqueles que, jogando a vida, sujeitando-se às [....] do clima, suportando a fadiga, pisando a terra loucos ousam ver, sacrificando a comodidade e s is saudades do lar distante, puderam abrir caminho [...] da pesquisa mineira; não será, pois, descabido lembrar neste momento os nomes do Prof. Carrington da Costa, que, além de ter estudado in situ a geologia da Guiné, foi o impulsionador dos estudos geológicos do ultramar, patrocinando a constituição de missões de campo e serviços laboratoriais, incentivando a investigação científica, promovendo a especialização de muitos e, principalmente, criando um núcleo de geólogos nacionais, conscientes da importância do seu labor na vida nacional; professor catedrático Décio Tadeu, que, com a sua descoberta dos jazigos fossilíferos de Bafatá, em 1947, demonstrou a presença do Devónico superior no Ocidente africano e abriu novos rumos & geologia daquela região, quer no território português, quer nos limítrofes; Drs. Gaspar de Carvalho e Almeida Ferro, que, em breve missão, colheram material importante; Eng.º Henrique O´Donnel, a quem se deve a descoberta do Eocénico guineeense e dos primeiros indícios de fosfates minerais; Dr. João Teixeira, que, numa permanência de cinco anos, demonstrou a existência do Silúrico nas regiões do Sul, edificou base para os aproveitamentos hidrogeológicos da província, alterando ideias de base de estrangeiros, e termina neste momento a carta geológica da província na escala de l: 500 000 e inicia a elaboração das cartas nas escalas de l: 200 000 e l: 50 000, depois de percorrer a província de léu a lês.
Ao labor destes geólogos portugueses que ali estiveram teremos de juntar o muito importante daqueles que, ao serviço de empresas nacionais e estrangeiras, contribuíram eficazmente para o conhecimento da geologia do nosso território. Justo é salientar Hubert, Malavoy, Jacquete e Weiss, os geólogos da Esso Exploration Guiné Inc., da Société Africaine de Pétrole, da Compagnie des Pétroles Total (Afrique Ouest), da N. V. Billiton Maatschappij, da Ugine e do Bureau de Recherche de Pétrole. Não será ainda de esquecer a contribuição dada por aqueles que na metrópole estudaram, e estudam ainda, os materiais recolhidos pelos primeiros: Dr.a D. Judite Pereira e Drs. Sousa Torres, António Serralheiro e Celestino Silva e, principalmente, o Prof. Carlos Teixeira, que, no anonimato, aconselha, orienta e anima constantemente os jovens.
Da análise dos trabalhos e relatórios dos geólogos mencionados conclui-se que, na maioria dos casos, algumas substâncias minerais referidas frequentemente como minérios existentes na província não justificam o interesse que por vezes se lhes atribui, enquanto outras, mesmo que imponham trabalhos de pesquisa, não se apresentam com aspecto de êxito certo.
Vejamos aquelas substâncias a que se tem feito referência:
Manganésio. - Só foram encontrados pelo Dr. João Teixeira ligeiros indícios, não representativos, nas areias lateríticas do Alto Corubal; as laterites da nossa província, ao contrário do que acontece com as de países mais meridionais, não se revelam manganesíferas.

Diamantes.- Ainda que procurados, supondo-se que poderiam estar ligados a mineralizações doleríticas, não se encontraram quaisquer vestígios que pudessem encorajar a pesquisa. Nota-se, contudo, grande actividade prospectiva na zona fronteira ao sul da nossa província.

Estanho. - Não foram encontrados vestígios nem se considera provável a sua ocorrência, ainda que haja sido requerida uma licença especial de pesquisa de minérios deste tipo.

[...]. - Foram objecto de trabalhos de pesquisa nas costas do Noroeste e nas praias dos Bijagós. A primeira sociedade interessada no aproveitamento das areias ilmeníticas foi a Empresa Mineira do Ultramar - Emul (1951). que encarregou dos estudos o geólogo Dr. Jean de Weiss. Mais tarde interessaram-se também o Gabinete