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4416 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 182

assim puderam ser obtidas prontas melhorias no cominho de ferro de Untali à nobre cidade da Beira moçambicana.
Pôr uma alternativa ou o rio ou a linha férrea, é que me parece um raciocinar simplista, o corte de um nó muito complicado em duas metades, o salto por cima das questões, em vez de enfrentá-las com coragem.
O problema tem, pois, de ser analisado devidamente, considerado nas suas múltiplas facetas por quem de direito - pelos técnicos, pelos organismos oficiais e pelos governantes.
E também será considerado pelos povos interessados no descomunal melhoramento que se apresenta, não como um prisma brilhante de cristal, mas inçado de arestas vivas e de obscuridades.
Tanto eu como alguns dos meus colegas, estes muito distintos, como os meus eleitores, como o distrito de Bragança enfim, não queremos apenas o atractivo da navegabilidade duriense, queremos a navegação do Douro português, isenta de problemas e de perplexidades.
Também não queremos a mu agem de um Douro navegável lá para as Calendas gregas ou a sua redução a um pequeno troço inicial, satisfazendo uns e deixando outros à espera de inabordável maná, mas sempre em jejum.
Não desejamos alternativas que prejudiquem os comunicações ferroviárias e rodoviárias muito distanciadas ainda de um ideal tão desempoeirado como dinâmico
O assunto está na mesa da discussão e não é uma ilha utópica e embaladora para reforçar a simpatia da nossa gente Que pretendo eu?
Afirmações formais, declarações iniludíveis e prontas dos responsáveis!
Falemos, dos idle ressources.
Foi, há anos, um tema vibrante abordado em muitos tons, na literatura económica, a teoria dos recursos naturais «preguiçosos»
O grupo de doutrinas sobre a valorização integral do solo, sobre a economia do pleno emprego e do crescimento económico acelerado condensou-se, no après-guerre, em torno da imperiosa necessidade de valorizar os recursos naturais, tanto em força como em matéria-prima.
Por outras vias e pelas mesmas alturas, Keynes e os seus sequazes marcaram aqui um encontro e não faltaram em coincidências e paralelismos.
Foi então dito que esses recursos aguardaram aproveitamento, exploração e conversão em leal riqueza o que dormiam, sob o manto da torra, um sono, ou jaziam num abandono que não dignificara os construtores da economia nacional nem impulsionava para mais alto a abundância e bem estar da comunidade.
Veio assim a ideia de que se tornara necessário sacudi-los do torpor, exumá-los ao sol, mobilizá-los e transformá-los com brevidade para os pôr ao serviço do bem geral, elevando a sua potencialidade e acrescentando os resultados úteis da sua entrada em serviço.
Impuseram-se portanto conceitos generalizados, doutrinas de utilidade colectiva e de elevação da condição humana e com elas, a doutrina assente de uma localização racional de indústrias, juntamente com a plast cidade das indústrias e paradigmas justos de desconcentração, dando-se fim às iniciativas singularizadas de empresários, à subordinação sistemática aos aglomerados urbanos e à repartição da indústria, acudindo às zonas mortas do território, aproximando-a sempre das fontes de energia e das fontes de matéria-prima.
Nesta lógica - uma economia de crescimento em dimensão e em altura, de superior intensidade, de melhorias de circuito, de multiplicador e reprodutividade, de progresso social, não podia deixar os recursos naturais ao abandono, não .podia deixar os recursos em torpor, nem devia aceitar, como cómodo mandar vir do estrangeiro o que por aqui não falta, antes devíamos trabalhar o que temos, em vez de fabricar com o que nos vem.
Devíamos evitar servidões e não procurar novas vassalagens. Não quer isto dizer autarquia para a guerra, ou defesa outrancière, em que o militar excede a tudo.
Significa mas é que a indústria transformadora há-de assentar-se perto das minas e dos grandes estabelecimentos onde se capta e donde irradia a energia, onde esta possa sei mais em conta.
Porque para diminuir custos e alcançai preços competitivos muitas fábricas terão que ser alpestres, levadas para as serras, os planaltos e vales interiores.
A metalurgia de ferro nas regiões de Oisans Trèves, Modane, Argentine, Épierre, Allevard, Préalpes, Grésivaudan, etc , mostra o que afirmo.
Portanto, não basta reconhecer destacar, valorizar, apreciar com relevância o supremo valor da indústria extractiva na programação e encarecimento do fomento.
Ela determina a localização e funcionamento da indústria transformadora.
Os recursos naturais, juridicamente não podem adormecer na mão de concessionárias, havendo que valorizá-los e pô-los ao serviço do comum.
Também o transporte há-de facilitar a expansão de uma produção natural transformada, não o demorando, nem o encarecendo.
São princípios de emprego, de valorização, de expansão e sobretudo, de desenvolvimento que há muitos anos ninguém põe em dúvida.
Não podem ser esquecidos
E, como tal, o meu primeiro dever é lembrá-los
O sono demasiado é quase sempre inimigo da vida activa!
E o esquecimento relega os problemas e acaba por humilhar as verdadeiras soluções!
Não tendo tomado parte no último aviso prévio, peço licença, Sr Presidente, para endereçar daqui um louvor à parte das considerações do Sr Deputado Gonçalves. Para sobre os problemas siderúrgicos compreendidos na sua verdadeira dimensão nacional.
Toda a sua intervenção, nesta parte, foi viva, corajosa, desprezando atenuações, rodeios e ornatos, procurando o interesse real dos povos sem fazer caso de lisonjeiros reflexos.
Não vale a pena discutir o passado, mas a solução nacional de fontes de matérias-primas, fontes de energia transporte, emprego e colocação nos grandes mercados é uma só.
Em todo o caso permita-se uma insistência.
0s teores praticados hoje no Ocidente europeu do minério de ferro são estes:

Alemanha Ocidental 31-33
Áustria 31
França 31-32
Grã-Bretanha 27-30
Luxemburgo 27

O Roboredo apresenta teores de muita superioridade
Zona mais rica 52-54
Grande parte 40-41
Zona pobre 30-35