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17 DE FEVEREIRO DE 1967 1241

quinas necessárias à busca das soluções mais convenientes para o problema que, em condições topográficas semelhantes, teve boa solução no Reno, no Vallais, etc. Mas no Douro há também que atender ao regime torrencial das chuvas.
Nas jornadas de estudos da Comissão Internacional de Engenharia Rural realizadas em Madrid em Junho de 1965, o Eng. º Jerónimo Leitão, grande conhecedor destes problemas, afirmou, segundo se lê num excelente trabalho que apresentou nessas jornadas de estudo.

Em campo experimental da Estação Vitivinícola da Régua, localizada na região do Pinhão, foram sistematizados terrenos com 70 por cento de declive para a cultura da vinha. O tipo de animação foi o socalco com dimensões para duas filas de videiras espaçadas de 2,30 m, e o objectivo da experimentação é tornar possível a mecanização, evitai a erosão, aumentar a capacidade de retenção de água e ainda tornar acessível aos veículos automóveis o carrejo dos produtos.

Sabemos que o preço da sistematização por meios mecânicos desse terreno, no qual se inclui a armação em socalco, surriba e acessos, foi da ordem dos 17 000$ por hectare e que nesse terreno o tractor normal lavrou l ha de vinha em 40 minutos.
Este e outros ensaios realizados foram da maior utilidade, por terem permitido esclarecer problemas relativos ao equipamento que possa actuar satisfatoriamente nas difíceis condições da região do Douro.
Há, portanto estudos e ensaios já feitos pelas entidades oficiais, que urge concluir, para que essas entidades fiquem em condições de determinar qual o grau de mecanização mais indicado à viticultura do Douro e, em presença daqueles casos concretos de exploração, quais as máquinas a utilizar e a forma de tirar delas o máximo rendimento económico.

O Sr Pinto de Mesquita: -Muito bem!

O Orador: - Delas terá do lançar mão a viticultura duriense e abrir horizontes novos à agricultura do futuro.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Quando se mecaniza uma exploração, há vários problemas que se têm de equacionai para dar aos factores de produção a aplicação mais rentável.
O custo da boi a de trabalho da máquina varia com o número de horas de aproveitamento útil por ano, e com os tractores este custo decresce rapidamente até uma utilização das 1000 horas por ano, para depois se atenuar a diminuição dos custos horários.
Para o êxito da mecanização é, por isso, necessário aproveitar ao máximo a maquinaria e intensificar tanto quanto possível o seu aproveitamento útil.
Ora, grande parte do Douro é região de pequena propriedade e de monocultura. De cerca de 26 000 associados da Casa do Douro, quase 21 000 têm colheitas inferiores a 10 pipas de vinho, e estas granjeadas em várias vinhas, os pequenos e médios proprietários só poderão vencer as dificuldades enormes que se lhes deparam através do incremento associativo e actuando em conjunto numa agricultura plena de vigor, apontada aos grandes mercados.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: -Haverá, por isso, que recorrer, principalmente para as pequenas e médias explorações, à mecanização colectiva, através das cooperativas ou grémios, e pela utilização em comum do equipamento, conseguir dar pleno emprego às máquinas.
A criação de núcleos de mecanização, constituídos por lavradores para esse efeito associados nas cooperativas ou nos grémios, proporcionará uma utilização rendosa do equipamento e os menores custos de produção.
A obra terá de sei feita com o apoio técnico e financeiro do Estado, com o apoio motor de todos os organismos, sejam eles cooperativos ou corporativos, e ainda, principalmente, com a colaboração e responsabilidade válida dos próprios lavradores, que são os primeiros beneficiários dessa obra a levantar.
Urge traçar os rumos a seguir no campo da mecanização das operações vitivinícolas do Douro, definir as bases do apoio técnico e financeiro, mentalizar e esclarecei os lavradores e, se necessário, legislar de acordo com as necessidades criadas pelas directrizes a seguir, para entrar abertamente nas realizações e alcançar a curto prazo um número de objectivos bem determinados.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr Pinto de Mesquita: - V. Exa. dá-me licença?

O Orador: -Faça favor

O Sr Pinto de Mesquita: - Estou a acompanhar com muito interesse a exposição que V. Exa. vem fazendo sobre a legião do Douro e de que conheço alguma coisa, até por experiência.

O Orador: - E como proprietário.

O Sr Pinto de Mesquita: - Sim, por experiência, disse.
Na série de possibilidades do Douro, V. Exa. está a referir-se essencialmente à vinha que corresponde realmente quase a um produto exclusivo pelo menos na parte em que a lavoura se pode ali considerar rentável V. Exa., que é um engenheiro electrotécnico muito ligado às barragens, podia fazei o favor de me esclarecer se, na série do que expõe, está até certo ponto prevista ,a possibilidade de irrigação por homenagem em certas zonas do Douro, que seria de um benefício formidável para os proprietários, sobretudo inserindo-se no aspecto de produção frutícola e hortícola pois sabemos sei essa região uma das zonas privilegiadas do País. Parece-me que no escadório de barragens futuras do Douro se deviam criar possibilidades de bombagem de água porque aquela que actual mente se tira para esse feito é insignificante e limita-se aos, prédios marginais, precisamente os que na maior parte ficai ao submersos. Queria que isso não fosse esquecido.

O Sr Manoel João Correia: - Mas padece que as vinhas também bebem sol e não apenas água.

O Sr Pinto de Mesquita: -Mas as vinhas não precisam de água. O exclusivo da cultura da vinha resulta precisamente de não ter água.

O Orador: - Responderei primeiro ao Sr. Deputado Pinto de Mesquita e depois ao Sr. Deputado Manuel João Correia.
Agradeço ao Si Deputado Pinto de Mesquita a oportunidade que me dá de salientar que, efectivamente, o