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REPÚBLICA PORTUGUESA
SECRETARIA-GERAL DA ASSEMBLEIA NACIONAL
Diario das Sessões
SUPLEMENTO AO N.° 148 ANO DE 1968 26 DE NOVEMBRO
ASSEMBLEIA NACIONAL
IX LEGISLATURA
Proposta de lei de autorização das receitas e despesas para 1969
I
Economia internacional
1— Tendências gerais
1. No momento em que se prepara o presente relatório, a conjuntura internacional apresenta aspectos favoráveis que não eram fàcilmente previsíveis, visto que ainda em Junho passado se vincavam com pessimismo os possíveis efeitos desfavoráveis das restrições então adoptadas nos Estados Unidos da América; por outro lado, na Alemanha, apesar das informações positivas proporcionadas pelos vários indicadores económicos (encomendas recebidas, volume de transacções, nível de emprego, volume e natureza do investimento, lucros esperados, etc), não se deixava de considerar a possibilidade *de uma reviravolta da economia, cuja primeira e acentuada recessão, após dezoito anos de crescimento contínuo, se registou em 1967.
Os principais focos expansionistas residem nos Estados Unidos da América (onde o consumo privado aumenta sensìvelmente em resultado da redução da poupança e do incremento dos rendimentos dos particulares) e na Alemanha (em consequência, agora, da expansão do respectivo mercado interno — investimentos e maior procura de bens de consumo —, enquanto anteriormente eram as exportações que constituíam o elemento dinamizador da economia). Da situação conjuntural norte-americana beneficia directamente a economia canadiana através da melhoria da respectiva balança comercial e da consequente elevação dos rendimentos; por outro lado, no
Extremo Oriente, o Japão continua a aproveitar o estímulo proporcionado pelas elevadas despesas militares dos Estados Unidos, em consequência da guerra no Vietname. Na Europa, os vários países da C. E. E. partilham, por sua vez, as oportunidades proporcionadas pela conjuntura favorável na Alemanha.
Em qualquer caso, as perspectivas para o 1.° semestre de 1969 — contràriamente ao que se admite para a parte final do próximo ano — não são optimistas prevendo-se, correntemente, quer o abrandamento da expansão do produto interno bruto nalgumas das economias desenvolvidas, quer uma quebra sensível na taxa de crescimento do comércio mundial.
Do êxito, que os Estados Unidos da América e a Grã-Bretanha venham a ter na política de reequilíbrio das respectivas balanças de pagamentos, ou que a França patenteie na eliminação dos graves prejuízos que sofreu em Maio (a taxa de crescimento do produto real em 1968 é agora estimada em 3,5 por cento, enquanto anteriormente se previa da ordem de grandeza dos 5 por cento); da evolução das despesas militares no Vietname ou das consequências orçamentais do clima de insegurança que a invasão da Checoslováquia acentuou na Europa — para só referir alguns dos factores mais conhecidos pùblicamente — depende fortemente a evolução económica que conheceremos nos próximos meses.
2. Uma ilação importante parece de tirar da análise das consequências da recessão económica internacional de 1967: foi o grau de solidez da base financeira das economias (quer no plano público, quer no das empresas privadas) que assegurou a possibilidade — e determinou