O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

1 DE FEVEREIRO DE 1969 3067

seja necessário, socorrendo os feridos, civis e militares, e transportando-os, quantas vezes em circunstâncias dificílimas, para centros de maiores recursos médicos.

Estes actos de verdadeira abnegação que uma guerra de subversão e o meio difícil impõem a esse punhado de homens heróicos e destemidos, quer em Angola, quer em Moçambique, desde o início das hostilidades, não têm outro significado que não seja o brilho da luz clara de uma solidariedade verdadeiramente comunitária e sã comparticipação na defesa de quanto nos pertence e de quanto nos é sagrado.

Passando quase despercebido este heróico exemplo, caracterizado pela modéstia dessem grupos de valiosos homens componentes da F. A. V., ele é, indubitavelmente, digno da nossa grande admiração, pelos relevantes serviços prestados à Pátria, tão injustamente ignorados por quem de direito!

E por conhecer de perto o valor da sua acção, a generosidade e o brio com que a vêm cumprindo, quero deixar aqui uma palavra justa que traduz os nossos sentimentos de gratidão e a homenagem de quantos vivem e trabalham naquelas terras por um Portugal maior.

Sr. Presidente: Num gesto impar e da maior solidariedade que jamais olvidaremos, os nossos amigos sul-africanos têm colaborado activa e interessadamente nesta obra digna intitulada "Fundo de Amparo Moral dos Soldados Portugueses", lançada pela Sr.ª Aida Parker e a cuja iniciativa toda a população da África do Sul aderiu, dando o seu maior contributo.

Não quis o elemento estudantil, esse mundo de gente moça, cruzar os braços comodamente perante uma obra de tão grande objectividade, movida no seu país, por estar já conscientemente desperta para a sã realidade dos perigos que nos cercam, e assim tem colaborado activamente nessa obra em favor do amparo moral do soldado português, que no Norte de Moçambique se vem opondo tenazmente contra a guerra de subversão que elementos do exterior nos têm movido.

Remetendo dádivas de elevado valor para o Movimento Nacional Feminino, organismo dos mais, nobres que merece as homenagens do povo português pela dedicação e carinho dispensados aos nossos soldados, cujas vidas se acham expostas a duras privações, que o isolamento torna ainda mais difíceis de suportar, a população sul-africana, como penhor de amizade, não descura a angariação de fundos e ofertas várias para essa nossa mocidade que vem lutando pela defesa da nossa integridade e pela preservação dos valores ocidentais, largamente ameaçados em terras de África.

Cônscio do valor da presença de Portugal em África, como um marco imorredouro de uma civilização de séculos que não cede lugar, o povo sul-africano manifesta, nesta sua atitude, a valorização do esforço que o soldado português vem dando contra um inimigo a quem uma política enganadora de chefes comandados sob o signo comunista vem iludindo e embriagando com magias que jamais poderiam alcançar a realidade, por carência de propósitos honestos.

E é lícito aceitar, pelo que temos observado ao longo de alguns anos em toda a África independente, que a política portuguesa, realista, clara e de firmes e sãs convicções, é a única que serve à promoção social, económica, e ao bem-estar das gentes africanas!

Seria ilusório pensarmos que o auxílio prestado por algumas nações responsáveis pela paz do mundo aos novos Estados africanos tenha o timbre da honestidade e da valorização das massas negras.

Tal auxílio, todos o sabemos, mas é preciso que se diga, porque quanto mais se diz mais se afirma, é prestado com interesses confessos.

Algumas nações ocidentais anticomunistas vêm prestando tal auxílio na mira exclusiva do predomínio comercial, esquecendo-se, porém, de que tal auxílio tem as suas incidências benéficas no próprio movimento comunista, que está na base de toda a guerra subversiva e pretende atingir o Ocidente através do ponto mais vulnerável, que é sem dúvida, a África.

E é oportuno dizer, a propósito, que o panorama africano se apresenta já com cores tão claras e nítidas que a ninguém oferece dúvidas.

Haja em vista a presença de navios de guerra soviéticos no Mediterrâneo, que através do canal de Suez, se deslocam impassíveis para o Índico, onde as esperam as maiores facilidades e ancoradouros à medida da sua envergadura!

A presença desses mesmos navios em Zanzibar e Dar-es-Salaam, descarregando material bélico destinado aos terroristas de toda a África austral, dá à subversão africana o seu perfeito cunho, emprestando-lhe a sua inegável origem!

E contra o avanço comunista em África há apenas uma nação que se vem batendo, com todas as suas forças, para benefício das Africanos e protecção da civilização ocidental: Portugal!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Portugal, só, sem a compreensão de outras nações ocidentais responsáveis, constitui um verdadeiro baluarte em África, contando apenas com o apoio moral de dois países vizinhos: a África do Sul e o Malawi!

Estranha coincidência esta a de um país de governo branco e outro de governo negro comungarem nas mesmas ideias quanto à problemática africana portuguesa!

Isso nos conforta e nos concede razão válida, ao mesmo tempo que cimenta a posição de Portugal em África.

Sr. Presidente: Moçambique devia uma palavra de agradecimento ao povo da África do Sul, e é essa palavra quo eu aqui trago, na certeza de interpretar o sentir unânime de toda a população daquela província.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Que Deus nos ajude a todos e que os homens de boa vontade se aproximem da verdade, para que através dela iluminem o caminho da paz e da felicidade dos povos.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. José Alberto de Carvalho: - Sr. Presidente.: É por de mais sabido que quando se procede a reformas parcelaras, dentro do mesmo serviço, o facto dá motivo a incongruências que se reflectem nos direitos e nos interesses das pessoas inerentes a esses serviços. Há, no entanto, muitas vezes, motivos que justificam procedimentos dessa natureza, e os factos a que aludo são então inevitáveis. É o que se vem verificando com o Ministério da Educação Nacional, onde uma reforma total e sincronizada não tem sido possível realizar pela grandeza e as implicações económicas do problema, mas onde a situação criada pela expansão escolar, a deserção de pessoal dos quadros docentes e a desactualização dos vencimentos em relação ao nível de vida corrente justificaram ar-