O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

3356 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 187

progressos científicos e tecnológicos verificados a partir do pós-guerra.
Não se projectará ela, refiro-me à filosofia política em que se apoiou o Governo do Presidente Salazar durante cerca de quarenta anos, no aquém e no além do ano de 2000, por forma mais válida na consolidação da civilização ocidental?
Ela não fel baseada, é certo, em respostas oriundas de diálogos, embora profundos, com cérebros electrónicos.
Ela é, como foi sempre, apenas o grito da alma de gerações, modelada por séculos de vivência e de luta insana de inúmeros missionários da Verdade e de batalhadores, que foram abrindo, através dos tempos, ingratos caminhos para a fazer progredir entre povos das mais distantes e diferentes paragens e etnias.
Como poderá então ser definida, nos termos contemporâneos, essa fecunda mensagem de oito séculos, digo, na expressão corrente já internacionalizada - le défi portugais?
Não nos diz ela que os sonhos de universalidade sob o signo luso, do infante, foram, através dos séculos, objectivados em acertadas políticas de gerações, todas elas aparentemente diferentes, mas obedecendo, sempre, no evolutivo, aos mesmos superiores ditames - aqueles que o nosso primeiro rei, el-rei D. Afonso Henriques, recebeu do Senhor, em Ourique, para criar novos mundos?
Não teria sido mesmo, no desolado século e meio de romantismo liberal, em que pelo natural cansaço de um pequeno grande povo, após tão prolongada jornada, se começou a lar, e mal, por cartilha estrangeira, em que a mensagem lusa continuou a ter os mais gloriosos vultos, capazes de a transmitir e de a difundir, digo, este divino testemunho?
Mouzinho de Albuquerque, como D. Carlos, Azevedo Coutinho e Couceiro, como D. Manuel, Norton de Matos, Gago Coutinho e tantos outros, figuras régias, navegadores, capitães e cientistas, não foram todos eles iguais no gigantesco esforço de defender a civilização cristã na Europa, na África e na Ásia, evitando que os inimigos de sempre aniquilassem este modo de vivência que os Portugueses criaram e que o Atlântico funde, há séculos, num único corpo e numa única alma - o Velho e o Novo Mundos?
Por isso, não nos devem admirar as palavras escritas por George Ball, estadista americano de nomeada, após uma longa entrevista tida com Salazar, afirmando que o Presidente português estava profundamente imbuído por uma dimensão do tempo, que não era certamente a dele, levando a curiosa impressão de que Salazar e toda a Nação estavam vivendo em mais de um século, e que o príncipe Henrique, o Navegador, Vasco da Gama e Magalhães eram ainda activos responsáveis pela modelação da política portuguesa. E acrescentava George Ball, dizendo por forma lapidar, que mais tarde, procurando relembrar a conferência tida com o Presidente Salazar, se encontrou perguntando a si próprio - e porque não?
Não terá sido, na realidade, messiânica, a visão, melhor, a antevisão de Salazar, procurando impedir uma maior divisão e consequente desgaste das forças europeias, digo, das nações arrastadas para a luta por hábeis manejadores das forças do mal a soldo do imperialismo eslavo e de certos sectores do capitalismo internacional?
Digo, ma atendo a paz a todo o custo no campo peninsular, em condições de Portugal poder partir, mais tarde e em força, para África, para defender aí o último reduto válido da Europa contra o assalto combinado das forças da subversão?
Quem era, na realidade, nos tempos actuais, por exemplo, esse famigerado professor da Universidade de Siracusa, assassinado recentemente na Tanzânia, e de quem eram e são as armas que a F. B. E. L. I. M. O. usava, e usa, para matar populações pacíficas no Norte de Moçambique? Não ressoa nessas paragens o nome da célebre Fundação Ford de mistura com outros, russos, chineses e cubanos? Quem são os utilizadadores e quem os subvenciona, falo dos inúmeros terroristas que mataram, e matam, milhares de negros e de brancos nas ridentes províncias portuguesas de Angola e da Guiné? A American Committee on África não estará com os mesmos russos, chineses e cubanos nos bastidores deste drama?
Qual é então o forte baluarte contra o qual alinham hoje tão poderosas forças subversivas? Apenas e só a Nação Portuguesa.
Estamos hoje sentindo já, não só nas fronteiras ultramarinas, mas também na retaguarda, esse insidioso e mortífero trabalho ofensivo das forças do mal.
Na frente interna vão mesmo procurando, a todo o custo, deteriorar e deformar os gostos e costumes, prólogo de uma anestesia total dos caracteres. Isto com o objectivo de diminuir a resistência encontrada na solidez do lar lusitano.
Todo este trabalho de sapa, permitam-me a expressão, está sendo conduzido com a suprema mestria de verdadeiros especialistas, que beberam em Freud os princípios em que fundamentam a metodologia psíquica da destruição.
Os variados mentores desta guerra fria sabem bem como, através das artes, das ciências e das letras e ainda das modas, bem como dos vastos horizontes do jornalismo, da radiodifusão e da televisão, se conseguem fazer triunfar os «vírus» mais deletérios que corroem os costumes e as consciências e vão esbatendo os próprios sustentáculos da fé. Sabem bem os altos comandos imperialistas russos e os dos que pretendem destruir, por via da dissolução dos costumes, os alicerces da civilização cristã, para poderem assim, um dia, empunhar o ceptro do mando à escala mundial, que é bem mais fecundo para os seus sinistros desígnios, criar minorias aguerridas e bem doutrinadas nos focos que dominam grandes «extensões» do pensamento humano, do que procurar conquistar maiorias maciças por uma propaganda embora extensa e profunda. E é assim que os comandos actuam. É o que se está passando nos domínios da própria Igreja. É o que nos aparece, com nitidez, no ambiente perturbado das academias e em certas esferas profissionais mais evoluídas.
Mas se é este o panorama do desregramento metódico, pré-fabricado, dos costumes e dos caracteres no Ocidente, e em que a bandeira da internacional marxista é já hoje ofuscada por outros pendões internacionalistas e até pela regra do anarquismo, o que é que poderemos discernir no vasto território do paraíso socialista do Leste e do imenso império chinês, este último ainda, porém, a braços com dificuldades inerentes a uma fase primeira de consolidação à custa de várias e extensas «purgas», bem como procurando a definição de rumos imperialistas adequados à índole do seu povo?
Neste vasto território, mais de metade da Terra emersa, domina, pelo contrário, a disciplina férrea e a ordem impostas por forças militares ou militarizadas. Aí seguem-se rìgidamente os planeamentos das actividades e a hierarquização dos investimentos obedece, não a interesses de sectores ou de clãs, mas, apenas, aos ditames de uma política de gestão totalitária. E assim é que, com referência às indústrias de bens de consumo -reduzem-se ao mínimo os tipos, isto é, vestir, calçar e comer, não segundo