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16 DE NOVEMBRO DE 1971 2792-(5)

[Ver quadro na imagem]

Designação Quantidades Variação de 1971 Porcentagem

Cortiça (milhares de toneladas) (d)

Resina (milhares de toneladas)

(a) Estimativa da Junta Nacional do Vinho o do Instituto Nacional de Estatística.

(b) Série fornecida pela Junta Nacional das Frutas.

(c) Elementos fornecidos pela Comissão Reguladora das Oleaginosas e Óleos Vegetais.

(d) Série fornecida pela Junta Nacional da Cortiça.

Nota. — Estimativas fornecidas pelo Instituto Nacional de Estatística (para o milho, arroz e feijão as estimativas baseiam-se na produção média o na área semeada) e pelos organismos de coordenação económica acima indicados.

Na verdade, o excesso de pluviosidade e a baixa temperatura prejudicaram as vinhas, impossibilitando, a obtenção de elevado quantitativo e baixando o grau alcoólico, pelo que se prevê que a produção de vinho decaía apreciàvelmente. Em 1970 verificou-se uma contra-safra excepcional do azeite, sendo provável que lhe suceda, dentro do ciclo biológico da oliveira, uma safra relativamente fraca, no ano em curso.

A redução da área semeada de batata, como consequência da quebra no preço, explica o menor volume esperado para a respectiva produção.

A produção de fruta fresca foi, em muitas regiões, afectada pelas condições meteorológicas, esperando-se decréscimo em várias espécies, sobretudo na maçã -e na pêra. Na produção da amêndoa deram-se variações diversas, com aumentos sensíveis em determinadas regiões.

Tem-se feito nos últimos anos significativos esforços para desenvolver as culturas industriais. Entre estas salienta-se a do tomate, que conheceu rápida e notável expansão, decuplicando o seu produto para a indústria entre 1961 e 1969. Dificuldades relativas à disponibilidade e preço da mão-de-obra, a par de situações menos vantajosas no mercado, alteraram nos últimos anos a evolução referida. A cultura de sementes de cártamo, que se iniciou em 1968 e se enquadra no sistema de rotação do sequeiro alentejano, mostra-se progressiva: a semente vendida à indústria passou de 30 t em 1968 para 11 438 t em 1970, esperando-se que atinja as 30 000 t em 1971.

Também a produção pecuária se tem desenvolvido ao longo dos últimos anos. A oferta de gado bovino tem aumentado, sendo de esperar que a tonelagem total de reses abatidas para consumo ultrapasse em 1971 a observada no ano anterior. Pelo contrário, assiste-se a uma redução significativa da criação de gado ovino, sob a pressão de vários factores, em que se salientam as crescentes dificuldades na disponibilidade de mão-de-obra pastoril e as modificações ecológicas derivadas do uso generalizado de herbicidas e da mecanização da cultura cerealífera.

Tem prosseguido a plantação de pomares, fundamentalmente de citrinos, macieiras e pessegueiros, sendo de esperar, consequentemente, no futuro, o aumento da oferta global de fruta. Prossegue, também, a florestação de terrenos por estímulo dos serviços oficiais e das indústrias de celulose.

A extracção de resina atingiu em 1970 volume excepcional. Esperava-se no ano corrente produção equivalente, com base na área de pinhal alugado, mas as condições climatéricas pouco propícias deixam prever quebra de aproximadamente 4 por cento. Quanto à cortiça, as variações ocorridas na sua extracção coadunam-se com a evolução cíclica da produção desta matéria-prima; decrescente desde 1963, a tiragem foi das mais baixas em 1970, pouco se devendo elevar em 1971, para vir a alcançar novo máximo em 1972 (242 000 t).

Em termos gerais, o movimento emigratório e a subida de salários tem continuado a afectar o sector agrícola. Para obviar aos inconvenientes, sobejamente conhecidos, da falta de acompanhamento do desenvolvimento geral, por parte daquele sector, tomaram-se algumas providências, nomeadamente a concessão de subsídios e financiamentos para aquisição de maquinaria, quer de tracção e cultivo, quer de rega, e procurou impulsionar-se a utilização mais adequada de terrenos irrigados e a melhoria dos sistemas seguidos na rotação das culturas. Não deixa, no entanto, de se reconhecer que a prossecução dos objectivos gerais visados — expansão do volume da oferta de produtos agrícolas e baixa dos respectivos custos de produção por melhoria da produtividade geral do sector — depara com sérias dificuldades estruturais cuja superação requer actuação profunda e persistente.

11. Pesca. — A julgar pelos elementos publicados pelo Instituto Nacional de Estatística, a pesca descarregada no continente no 1.° trimestre deste ano não se revelou favorável quando comparada com período análogo de anos anteriores, excepto na sardinha, em que a suspensão do defeso permitiu maior quantitativo de capturas.

De forma geral, apesar de se terem melhorado as condições de exploração da frota da pesca, a escassez de certas espécies e as condições de recrutamento de pessoal têm dificultado a expansão desta actividade.

No que particularmente respeita ao bacalhau, as perspectivas da campanha em curso (1 de Julho de 1971 a 30 de Junho de 1972) são ligeiramente mais favoráveis que os resultados atingidos na anterior (+9 por cento aproximadamente). No entanto, espera-se que a produção em seco satisfaça pouco mais de 50 por cento das necessidades do consumo. As condições de abastecimento oferecidas pela pesca nacional desta espécie têm-se agravado nos últimos três anos, representando actualmente as importações quase 50 por cento das necessidades do consumo, quando anteriormente não ultrapassavam os 25 por cento.

12. Indústria extractiva. — Apreciando as quantidades extraídas em 1971 de minérios, observa-se maior volume e valor unitário de alguns, como, por exemplo, a cassiterite e as pirites, mas, no conjunto, a situação mostra-se ainda pouco animadora.

As extracções de quartzo, feldspato e de sal-gema têm sido, pelo contrário, mais volumosas, seguindo a tendência manifestada em anos anteriores; note-se, todavia, que as exportações de mármores diminuíram nos primeiros’ sete meses deste ano, comparadas com as de igual período de 1970.