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14 DE ABRIL DE 1972 3583

tugueses. A defesa contra a poluição pelos resíduos da indústria, a necessidade de uma protecção eficaz contra os produtos utilizados na guerra química contra os insectos e várias pragas da agricultura, a necessidade da manutenção de certos equilíbrios ecológicos, a mortalidade infantil e tantos outros têm aqui sido abordados com certa frequência pelos membros desta Assembleia. O próprio Governo enviou aqui, ainda não ha muito tempo, um projecto de lei sobre a defesa da Natureza que foi objecto de análise cuidada por muitos dos nossos ilustres colegas.
Pois o grupo português, designado "Associação Médica Portuguesa para o Estudo das Condições de Vida e da Saúde", constituído agora e empossado pelos membros do Comité Internacional da A. M. I. E. V. que aqui se deslocaram, visa precisamente o estudo, a escala nacional, de todos os problemas relacionados com os nossas condições de vida e de saúde. Nos seus estatutos, está consignado que esta "Associação tem por objectivo promover o estudo científico das relações entre as condições de vida e de saúde,- em benefício das populações, com respeito pelos princípios informadores do Estado Português", e também lhe cabe, sem exclusivo, a divulgação, no espaço territorial português, dos estudos, relatórios e publicações de qualquer espécie da A. M. I. E. V.". Dele fazem parte juristas, engenheiros, arquitectos, médicos, sanitaristas, assistentes sociais, administradores hospitalares e outros, de modo a garantir o estudo dos múltiplos problemas que lhe cumpre encarar. Esperamos que a estes outros venham juntar-se para enriquecer o grupo.
Honramo-nos com que nele estejam incluídas personalidades do mais alto relevo político, social e científico, entre as quais me permito salientar, sem desdouro para os demais, a Sr.ª Dr.ª D. Maria Teresa Lobo, ilustre Subsecretário de Estado da Saúde e Assistência, e o Sr. Dr. Lino Neto, Digno Procurador a Câmara Corporativa e provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, aos quais a Associação Portuguesa ficou devendo a possibilidade da sua constituição e da realização das reuniões indispensáveis.
Cumpre-me salientar também, como acto de pura justiça, quanto se ficou devendo ao Prof. Almerindo Leça, não só por causa dos esforços 'empreendidos para trazer a Portugal o presidente, um dos vice-presidente, o secretário-geral e demais membros da A. M. I. E. V., como também o facto de ter salientado e demonstrado que pertence a um português de. grande renome universal - o Dr. Eibeiro Snnches- o mérito de ter sido o primeiro a chamar para os assuntos que hoje constituem os objectivos daquela Associação Médica as atenções dos povos e dos Governos. Efectivamente, foi esse ilustre médico que, depois de frequentar várias Universidades e capitais da Europa, de ser examinador de médicos e cirurgiões na Rússia, de ser médico do Corpo Imperial de Cadetes da Corte de S. Petersburgo, publicou, em Paris, há mais de duzentos anos - em 1756 -, em língua portuguesa, o seu notável Tratado da Conservação da Saúde doa Povos.

Isso mesmo foi gravado em excelente medalha de bronze com a sua efígie, a qual foi distribuída aos componentes da Associação que se deslocaram a Portugal, reivindicando-se, assim, para este sábio português a posição de pioneiro das problemas da poluição e de tantos outros que afectam a saúde e a vida das gentes e a quem cabe tombem o mérito de ter criado a Medicina Social e a Saúde Pública.

Seja-me permitida uma palavra de muito reconhecimento a SS. Ex.ªs, os Ministros dos Negócios Estrangeiros e da Saúde e Assistência e Subsecretário de Estado da Saúde e Assistência e também ao ilustre provedor dia
Santa Casa da Misericórdia de Lisboa pela autorização e pelos auxílios concedidos.
E não ficaria bem com a minha consciência se não referisse aqui quanto ficamos a dever à gentileza, distinção e alta compreensão do magnífico reitor da Universidade de Coimbra, que nos honrou, entre outras coisas, com a presidência da sessão que se - realizou naquela cidade.
E seja-me consentido acentuar o prazer com que ouvi o ilustre sociólogo, presidente da Associação, o Prof. Josué de Castro, na sessão de Coimbra, perante mestres e estudantes, acentuar a importância da Universidade de Coimbra na criação e no desenvolvimento da tão característica e inconfundível cultura brasileira, e não só da Universidade, como de Portugal, que, no seu dizer, foi, no século XVI, o maior país do Mundo, aquele que o alargou para além dos limites do conhecimento e ensinou ao Mundo os caminhos do Oriente e das riquezas.

Sr. Presidente: Vou terminar esta informação, intencionalmente breve, fazendo os melhores votos por que o grupo português possa empreender com êxito os estudos que lhe competem e possa ver realizadas em breve, com a ajuda do Governo, obras que possam melhorar as condições de vida e de saúde do povo português.
Tenho dito.

Vozes: -Muito bem, muito bem! O orador foi cumprimentado.

O Sr. Martins Nunes: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: A convite do Governo da província, desloquei-me à Guiné no dia 5 do corrente mês, na companhia de S. Ex.ª o Sr. Ministro do Ultramar, Prof. Silva Cunha, tendo regressado no passado dia 9.
A viagem constituiu para mim uma experiência nova, repleta de emoções, por ser a primeira que fiz com destino à minha terra natal na qualidade de Deputado pelo respectivo círculo.
Não obstante a curta duração da visita (cerca de quatro dias), tive ocasião de percorrer vários pontos da província, acompanhando o ilustre visitante nos suas deslocações.
Pude assim voltar a tomar contacto .com as suas populações e tive ensejo de trocar impressões com alguns dos elementos mais representativos da vida política, administrativa, económica e social da província, o que me permitiu actualizar o meu conhecimento dos problemas locais e alargar a minha visão acerca da situação.
É para transmitir a esta nobre Câmara as impressões colhidas nessa viagem que pedi a palavra.
Foi grande e muito carinhoso o acolhimento que tive, quer por parte do Governo da província, quer por parte do povo, facto que em nada me surpreendeu, dado que é a confirmação daquilo que por outras formas e em outras ocasiões as duos entidades, em perfeita comunhão de pensamento e de sentimento, me têm manifestado.
O que na verdade me impressionou grandemente, embora também não constituísse motivo dê surpresa para mim, foi a calorosa, entusiástica e posso dizer mesmo apoteótica recepção de que foi alvo por parte do povo S. Ex.ª o Sr. Ministro do Ultramar.
Acompanhei - como já disse - o' ilustre visitou-te era todas as suas deslocações dentro da província e pude testemunhar directamente o calor humano que o envolveu sempre desde a sua chegada até ao momento do seu regresso & metrópole.
Este facto não se registou apenas em Bissau, mas em todos os pontos por que passou S. Ex.ª, e foram vários