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3648 DIÁRIO DAS SESSÕES Nº 185

problemas candentes da política da juventude de todo o Mundo e traçou as coordenadas gerais de uma política de juventude para o nosso pais, marcando corajosamente novos rumes, para fazer reviver (princípios antigos, mas sempre actuais, e atingir o objectivo final da formação integral da nossa juventude e da sua integração na sociedade moderna.
Pertencemos a uma geração que se formou sob o impulso orientador da Mocidade Portuguesa, e neste momento em que se propõem novos rumos à formação da nossa juventude, creio que ficará bem uma palavra de justiça e de apreço à obra realizada por uma organização nacional em cujos quadros dirigentes se formaram alguns dos principais responsáveis pelo Portugal do hoje e são uma forte esperança do Portugal de amanhã.
Era a Mocidade Portuguesa uma organização dotada do mais elevado sentido patriótico, com um espírito próprio e servida por uma didáctica especial e uma pedagogia adaptada à formação dos jovens, que procurou sempre, na imitação das virtudes e feitos dos nossos heróis, santos e mártires, levar os jovens à configuração com eles e à prática dos mesmos feitos e virtudes, com incidências profundas na educação da sua vontade e no fortalecimento do seu carácter.
O amor a Deus, à Pátria e à família eram os faróis com que a Mocidade Portuguesa pretendeu que fossem iluminados os caminhos de todos quantos, embarcados nesta velha não portuguesa, tenham a missão sagrada de a conduzir nos caminhos do futuro.
O espírito patriótico, heróico e cristão consubstanciavam um ideal de serviço, que foi fonte desse extraordinário movimento, que, num momento de perigo, irrompeu imparàvelmente a assegurar a perenidade da pátria perante o mundo conturbado dos anos 30.
A Mocidade Portuguesa, ao apontar aos jovens os heróis, santos e mártires de ontem, cujas virtudes e feitos os transcendem para além de frágil vida humana e se projectam para além dos tempos, e ao integrá-los nos princípios fundamentais porque se regia, estava a valorizar a nossa história, os nossos heróis e os nossos santos, transformando-se numa rampa de lançamento, trampolim de novos santos e novos heróis e mártires.
Heróis como o alferes Santiago, e tantos outros que, integrados nas gloriosas forças armadas, escreveram e escrevem com o seu sangue a actual epopeia ultramarina, são a confirmação do valor dessa formação que no altar da Pátria encontrava a mais forte razão para os feitos heróicos da sua juventude, que, ontem como hoje, se entrega com dádiva total & sacrifício da própria vida e de cuja acção hão-de colher exemplo todos aqueles que, bem intencionados, pretendem um Portugal melhor.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Numa coerência total com o seu ideal de servir o País, a Mocidade Portuguesa insiste em continuar ao serviço da juventude, e este será o elogio maior que se lhe poderá fazer.
Sr. Presidente: Nos tempos que correm assistimos com frequência, apesar da preocupação evidente, a um certo alheamento dos Governos na tarefa de orientação da juventude, preferindo ao resolvendo os problemas à medida que se vão apresentando, sem nunca o conseguir, uma vez que a imaginação juvenil sempre apresenta novos problemas e reivindicações numa sucessão que nunca terá fim.
É, pois, com satisfação que vemos o Governo da Noção, pela voz do Sr. Subsecretário da Juventude, defender uma tese de intervenção, procurando imprimir uma política de orientação da juventude, no sentido de uma abertura dos problemas da nossa época, um desejo de luta por um lugar no sol, no contexto das nações modernas, e de participação nas tarefas colectivos, sem esquecer particularidade que constituímos como nação livro e independente.
Muitos são aqueles que hoje afirmam não ter o nosso país para oferecer à juventude algo que a apaixone e contribua para a formação de altos ideais.
A esses teremos que responder que, em relação ao passado, o nosso pais pode oferecer-lhes uma historia riquíssima de acontecimentos e de epopeias, algumas de tal importância que conseguiram alterar a face do Mundo, numa demonstração de qualidades e virtudes que colocaram Portugal na vanguarda da civilização e na posição de país respeitado e admirado.
Uma história que não será só para contemplação saudosista, mas sim para tomar orgulhosamente como ponto de partida para novos feitos e novos factos a favor da humanidade.
No presente podem oferecer-lhe a oportunidade de contribuição com uma participação honesta e decidida no lançamento dos novas estruturas, que permitirão do futuro construir um Portugal melhor.
A juventude cabe, no presente, preparar-se o melhor que lhe for possível para sita tarefa de ressurgimento nacional, para que possa dar todo o rendimento de que é capaz para o desempenho de uma tarefa que é de todos nós.
No futuro podemos oferecer-lhe a continuação dessa maravilhosa aventura dos Descobrimentos e da sim acção civilização ainda, não acabada e para a qual o mundo só agora parece despertar, pretendendo alguns negar toda a acção já feita e inicia-la com métodos novos especiais seus, e pretendendo outros, por meios ilícitos e apoiados por organismos legais e ilegais, colher o fruto que soubemos criar e conservar.
Quem, como nós, teve a ventura de visitar quase todo o ultramar português e aí sentiu o pulsar daquelas terras maravilhosas que escondem no seu tesouro de alvos de mil cabeças e também o fragor das necessidades gritantes da valorização das riquezas e da promoção dos povos, sabe bem o que o País pode oferecer à sua juventude.
Uma tarefa grandiosa em que o recurso às tomas imposição, como garantia da paz que permite realizar trabalho fecundo e todo um esforço de civilização que sempre esteve nos nossos propósitos.
Ali se mentem bem vivas, a cada passo e a cada instante, as razões que podem contribuir para a formação das grandes ideais que enchem os corações dos jovens e um extraordinário campo de actuação para a Juventude generosa.
À decisão do Governo de intervir na formação da juventude é uma decisão corajosa, mas natural e necessário que merece todo o nosso apoio. Ela constitui uma drama mais fortes que contribuirá para vencer a batalha da educação em que o País está empenhado.
A juventude não é autodidacta, pois não consegue só por si os meios e as forças necessários para por a sua própria formação, sem o risco de nunca o conseguir numa frustração total, ou então, o que seria mais grassem o risco de ser orientada de fora por esses manipuladores de juventude, que, utilizando todos as solicitações e atractivos possíveis, servindo-se dos extraordinários meios de comunicação social, vão corrompendo nos alicerces o edifício da civilização ocidental.